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Brasília

Produtores rurais recebem mais água

A ideia é evitar a perda de 50% do volume de água, que corria nos antigos canais de céu aberto, e seja possível distribuir água igualmente entre produtores

Aline Rocha

26/08/2019 14h52

Foto: Acácio Pinheiro

Da Redação
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Por causa dos estados de alerta com a baixa umidade relativa do ar e a ausência de chuvas no Distrito Federal, o Governo do Distrito Federal (GDF) investe na construção de canais subterrâneos de irrigação. A ideia é que seja evitada a perda de 50% do volume de água, que corria nos antigos canais de céu aberto, e seja possível distribuir água igualmente entre os produtores. 

“Além de economizar, os canais agora podem oferecer água para os produtores em qualquer época do ano. Quem não estava produzindo, voltará a produzir”, afirma o subsecretário de Desenvolvimento e Abastecimento Rural, Odilon Vieira Júnior. O governo está empenhado na ação. Em seis meses, 18,3 km de ramais foram feitos em todo o Distrito Federal.

Nos últimos seis meses, as intervenções atingiram seis canais de irrigação do DF. Os canais nos núcleos rurais de Santos Dumont, em Planaltina; Buriti Vermelho e Lamarão, no Paranoá; e, Rodeador, em Brazlândia, já foram concluídos. As obras, agora, avançam em Tabatinga (Planaltina) e Capão Comprido (São Sebastião). “Os trabalhos devem triplicar a produção de frutas e hortaliças, principalmente, e aumentar a produção de grãos no Distrito Federal”, afirma o secretário de Agricultura, Dílson Resende.

Aumento da produção

Mais de 280 agricultores foram beneficiados com as ações deste semestre. Eduardo Azeredo, que é produtor rural em Tabatinga, é um deles. Há 26 anos no local, ele resistiu bravamente às temporadas de seca e com a falta d’água. “O plantio aqui era apenas direto e a gente torcia para vir a chuva. No ano em que ela não aparecia, a gente perdia tudo”, lembra.

Agora, porém, ele sonha em expandir os negócios. “Com a ajuda do pessoal da Emater-DF, vou construir quatro estufas para a produção de hortaliças e mais um tanque oval. Vamos ampliar a produção de galinhas caipiras e, quem sabe?, até investir na produção de peixes”, conta.

Na propriedade dele, que possui pouco mais de cinco hectares, Eduardo se concentra na criação de aves poedeiras, que produzem de quatro a cinco dúzias de ovos, diariamente. “No ano passado, plantei trigo, mas deu prejuízo, por conta das chuvas. Neste ano, com a regularidade da água, quero investir em algo certo. Afinal, tiro, dessa terra, o sustento da minha família”, explica.

Segundo o planejamento de Eduardo, os lucros vão ampliar bastante com a diversificação dos produtos. “Com a estufa, o que eu tiro em um ano, praticamente, vou tirar em um mês”, avalia.

Confira:

https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=5aE5etV0Jho

 

Obras mais baratas

Com os ramais subterrâneos, a economia não é só de água, não. O governo também está consumindo menos recursos financeiros para executar os serviços nas áreas rurais. É que os trabalhos estão sendo executados em parceria, numa união dos órgãos de governo e a comunidade rural.

A Caesb, por exemplo, adquire os tubos pela tarifa de contingência; a Seagri fornece maquinário e os operadores; a Emater realiza os projetos e acompanha os trabalhos com o corpo técnico; e a associação de usuários dos canais contribui com a aquisição de material e mão de obra para confecção das caixas de passagem.

“Com esse formato, a economia é de mais de 80%”, explica Edivan Ribeiro, assessor técnico da Seagri. Segundo ele, nos canais de Tabatinga, por exemplo, o governo já destinou cerca de R$ 800 mil em emendas parlamentares. “No total, vamos usar R$ 1,2 milhão apenas para concluir 10 km de toda a rede do canal”, avalia.

Para se ter uma ideia dos valores economizados, o técnico cita um exemplo de obra similar realizada em 2013. “Fizemos apenas 200 metros de tubulação com uma empresa do ramo e pagamos à época, R$ 1 mil por metro. Agora, nesse sistema de distribuição de tarefas, o valor do metro caiu para cerca de R$ 120”, explica.

 

Com informações da Agência Brasília

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