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Brasília

Por risco, Defesa Civil interdita 93 imóveis no DF

Órgão já registrou 14 desabamentos de edificações desde o início do ano

Marcus Eduardo Pereira

17/10/2019 6h50

Predios interditados DFfoto : Vitor Mendoncadata : 16/10/19

Vítor Mendonça
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O desabamento de um prédio residencial em Fortaleza (CE) na última terça-feira (15) trouxe à tona a preocupação com a manutenção e a situação estrutural dos prédios do Distrito Federal. Só neste ano, 93 edificações foram interditadas pela Defesa Civil do DF, por oferecerem risco devido a falhas estruturais ou má conservação. No ano passado, foram 67 estruturas interditadas.

De acordo com levantamento do órgão, são 695 notificações a construções abaixo do padrão de segurança estabelecido desde o início de 2019 até a última terça-feira. As estruturas irregulares que oferecem riscos incluem telhados, muros, garagens, lages, prédios ou residências. Em 2018, foram notificados 954 imóveis.

Apesar da diminuição de aproximadamente 28% nas notificações por irregularidades estruturais no DF em relação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de quase 40% nas interdições feitas pela Defesa Civil. Isso significa que, a cada quatro dias e meio, houve pelo menos uma edificação interditada por apresentar riscos à população.

Entre as razões para a interdição está o risco de desabamento. Na noite do dia 12 de outubro, por exemplo, uma varanda do terceiro andar de um prédio da CSE 3 de Taguatinga caiu; nela, havia uma moradora. A mulher foi levada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) com algumas escoriações.

De acordo com o coordenador de Operações da Defesa Civil, tenente-coronel Sinfrônio Lopes, as notificações, por sua vez, decorrem de dois grandes fatores: a idade da cidade e das estruturas, e a ocupação desordenada.

“Com o envelhecimento, as edificações, mais do que nunca, precisam de intervenções. Nas construções em áreas irregulares, muitas vezes as pessoas recorrem a profissionais não habilitados, que não têm a capacidade técnica para fazer as edificações”, afirmou. “É aquela história: se uma coisa começa errada, vai terminar errada.”

Desabamentos dobraram

Desde o início do ano, a Defesa Civil contabilizou o dobro de desabamentos no Distrito Federal no mesmo período do ano passado: são 14 estruturas caídas em 2019, contra sete em 2018.

Na lista lideram, com três casos cada, Águas Claras e Sobradinho II; seguidos por Planaltina e São Sebastião, com dois desabamentos em cada cidade; e, com um desmoronamento cada, as regiões do Gama, Taguatinga, Lago Sul e Vicente Pires.

Em 2018, foram dois casos em Águas Claras e dois em Brasília, seguidos por Candangolândia, Ceilândia e Asa Sul, com um caso em cada cidade.

“O cidadão comum tem que perceber que, assim como o corpo humano precisa de um médico de confiança quando tem alguns sintomas, os síndicos e moradores precisam criar um ciclo de manutenção, e essa manutenção deve ser fiscalizada por um profissional habilitado, para que possíveis problemas não se agravem ao longo do tempo”, disse o tenente-coronel Sinfrônio Lopes.

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