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Brasília

Política também faz parte da missa para Nossa Senhora de Aparecida no DF

Arquivo Geral

12/10/2018 18h58

Kléber Lima/Jornal de Brasilia

Eric Zambon
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A Missa para Nossa Senhora de Aparecida este ano não é um mero evento religioso no DF. As bandeiras políticas estão lá, veladas sobre o branco e as cruzes do terreno demarcado. No gramado da Esplanada dos Ministérios, onde os cristãos se reuniram desde o começo da tarde desta sexta-feira (12), os candidatos ao Buriti, Ibaneis (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB), também pisaram. Havia 1 mil pessoas no local às 17h e cerca de 20 mil por volta das 18h40, segundo a PMDF.

Logo na entrada, um homem com bandeira do Brasil enrolada sobre os ombros pediu ajuda para estender uma faixa contra a “Teologia da Libertação”, que ele simplificou como sendo “coisa de comunista”. “É um grupo dentro da igreja muito voltado para questões sociais e revolucionárias e somos contra isso”, justificou Neilton Maria, servidor público federal de 53 anos.

Ele comentou ter achado um absurdo o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) ter participado, na manhã desta sexta, de uma solenidade religiosa em Campo Limpo (SP), um evento semelhante ao celebrado em homenagem a Nossa Senhora da Conceição Aparecida na Esplanada.

Kléber Lima/Jornal de Brasilia

“Chegaram a dar até eucaristia para comunista, pessoas que derrubam nossa Igreja, a favor do aborto, da ideologia de gênero. Ele e a comunista da Manuela D’Ávila”, criticou, em referência à candidata a vice-presidente na chapa do petista. Segundo o indignado Neilton, ele se manifestou na missa para que “a Igreja não caia nesse engodo”.

Perguntada sobre o papel da religião na vida religiosa, a estudante Beatriz Alves Azevedo, 23, sentada no gramado à espera da missa, olhou para a amiga, a também estudante Taiane Alves Lacerda, 20 anos, e sentenciou: “Religião e política se misturam sim”.

Sua colega recriminou as manifestações especificamente durante o evento em celebração à santa. “Nós católicos temos de nos manifestar pelo que cremos e acreditamos, porque o mundo está muito conturbado”, começou. “A religião interfere e temos o dever de anunciar a palavra, mas não faria isso hoje, por ser o dia de Nossa Senhora”, opinou Taiane.

Ambas fazem parte do chamado caminho neocatecumenal, que inclusive ganhou um representante na Câmara Legislativa após as eleições deste ano, João Cardoso Professor-Auditor (Avante).

Beatriz e Taiane na missa. Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia

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