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Brasília

Polícia suspende buscas por Bernardo

Agentes foram ao local indicado pelo pai e vasculharam toda a mata, mas não encontraram o garoto. Policiais começam a desconfiar da versão do suspeito

Willian Matos

05/12/2019 12h12

Foto: Reprodução

Willian Matos
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A Polícia Civil (PCDF) suspendeu as buscas pelo menino Bernardo, de 1 ano e 11 meses, desaparecido desde a última sexta-feira (29). O pai dele, Paulo Roberto de Caldas Osório, 45 anos, sumiu com o garoto e disse que o matou e o jogou em uma mata na BR-020.

No entanto, os policiais da Delegacia de Repressão a Sequestro (DRS) começam a desconfiar da afirmação. Cria-se, agora, a hipótese de que Paulo arquitetou uma história para ludibriar as investigações e deixar a mãe da criança, Tatiana da Silva, 30 anos, desesperada.

Os policiais foram ao local em que Paulo conta ter deixado o corpo do filho. Trata-se de uma área de cerca de 100 metros de mata. Segundo os agentes, o local é uma região de plantação de soja. Os trechos de mata fechada foram “exaustivamente vasculhados”, mas Bernardo não foi encontrado. Um helicóptero auxiliou na operação. “Conclui-se que o cadáver não estaria na região”, afirma a polícia.

Para os policiais, Paulo não jogou o corpo onde contou que teria jogado. Ele pode estar querendo retardar as buscas e perpetuar o sofrimento da mãe e da avó do menino. Em conversa com Tatiana, o suspeito demonstra sentimento de raiva pelas duas. “Sua mãe é uma arrogante, metida a besta, que acha que só porque tem dinheiro pode fazer e acontecer na vida dos outros”, afirma em áudio.

“Pode ir na polícia, porque eu não vou mais voltar. Abandonei tudo e larguei minha vida. Adeus para vocês duas. Espero que agora entendam o que é ficar sem ele.”

Conversa entre Paulo (esquerda) e Tatiana (direita). Foto: Divulgação/PCDF

O que se sabe até então

  • Na sexta-feira (29), Paulo buscou Bernardo na creche, na Asa Sul, como costumava fazer. Ele teria de devolver o garoto à mãe, Tatiana, às 20h. Chegou a dizer a ela que estava a caminho, mas não apareceu;
  • Depois, enviou mensagem à Tatiana dizendo que estava sumindo e que não voltaria com o filho
  • A partir daí, a história é contada a partir da versão de Paulo, que ainda carece de investigação. Ele diz que, ainda na sexta (29), diluiu quatro comprimidos de remédio controlado no suco de Bernardo e deu a ele, com a intenção de fazê-lo dormir para que os dois viajassem para o Estado da Bahia;
  • Bernardo não teria dormido num primeiro momento. Paulo, então, teria dado banho no garoto e decidido devolvê-lo. Porém, o suspeito disse que o bebê vomitou e dormiu, o que o levou a retomar a ideia de viajar com o garoto para sumir e dar “um susto” em Tatiana;
  • Paulo conta que pegou estrada rumo ao Nordeste do país, até que parou para abastecer, ainda na sexta (29). Neste momento, ele afirma ter visto que Bernardo estava “molenguinho”, já sem sinais vitais. Essa parte ele conta no vídeo abaixo:
  • Percebendo a morte do filho, ele teria andado por mais alguns quilômetros e jogado o corpo do filho em uma mata na BR-020, num trecho da estrada que liga Formosa-GO a Luis Eduardo Magalhães-BA.
  • Dada a versão de Paulo, a polícia iniciou buscas aéreas e terrestres pelo corpo de Bernardo, na região indicada, em trecho de cerca de 100 km de mata. Após vasculhar a área, os policiais descartaram a presença do filho de Paulo e Tatiana
  • Agora, as investigações trabalharão para reconstituir o passo a passo do que de fato aconteceu na sexta-feira (29), desde quando Paulo pegou Bernardo na creche.

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