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Brasília

PMs suspeitos de matar Antônio, o Amarildo do DF, são absolvidos por falta de provas

Arquivo Geral

21/06/2016 11h19

Reprodução

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal absolveu, nessa segunda-feira (20), os sargentos da Polícia Militar Silvano Dias de Sousa e Carlos Roberto José Pereira, suspeitos de torturar e provocar a morte do auxiliar de serviços gerais Antônio Pereira de Araújo, em maio de 2013.

O homem ficou conhecido como Amarildo do DF devido a semelhança com o caso ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 2013. A absolvição ocorreu por falta de provas. Ainda cabe recurso da decisão.

Os militares estavam presos preventivamente desde maio deste ano, quando a Justiça entendeu que eles estavam atrapalhando as investigações por meio de influência dentro da PM para abafar informações e forjar provas.

Crime

No dia 26 de maio de 2013, a vítima saiu de casa por volta das 14h30 afirmando que iria para a residência de um irmão para assistir a um jogo de futebol. Na ocasião, ele aproveitaria, também, para ver a sobrinha recém-nascida. Mas não apareceu nem retornou para casa.  “Antônio estava lutando contra o alcoolismo e se encontrava em abstinência, com muitas alucinações”, segundo informou a delegada responsável pelo caso, Renata Malafaia.

Durante a madrugada do dia 27, o auxiliar foi visto próximo a um conjunto de chácaras, no Córrego do Atoleiro. “Uma das propriedades pertencia a um policial militar. Como a vítima estava tendo alucinações e conversava sozinho o PM ficou com medo de ser um assalto e pediu o apoio de duas viaturas da corporação”, detalhou Renata.

Um dos carros oficiais, com três policiais, chegou primeiro ao local. “Nesse momento, dois militares o abordaram de forma muito violenta, jogaram ele no chão e iniciaram as agressões. O terceiro se manteve impacial”, resumiu Malafaia.

A segunda viatura, com outros três policiais, chegou ao local e Antônio foi, então, encaminhado para a 31ª Delegacia de Polícia, em Planaltina, com quatro costelas quebradas e uma hemorragia interna. Sem nenhuma passagem, ele foi liberado e saiu andando. Cerca de 1,5km depois, caiu próximo a um matagal, onde morreu e foi encontrado somente seis meses depois, em novembro de 2013.

“Acreditamos que os policiais não sabiam da gravidade do quadro de saúde da vítima. Ele chegou na DP completamente sujo de terra e não reclamava de dores. Na delegacia, Antônio bebeu sete copos de água e pedia a toda hora para rever os irmãos. Não sabíamos, mas a ingestão de água, durante uma hemorragia interna agrava, ainda mais, a situação”, afirmou a delegada.

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