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Pesquisa revela dificuldades para empregabilidade de PcDs

O diretor-presidente do IPEDF, Manoel Barros, ressalta que a pauta é importante para o Governo do Distrito Federal (GDF) e que esse é um trabalho realizado por várias mãos, dentre elas a Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF (SEPD)

Redação Jornal de Brasília

08/12/2023 19h12

Os principais desafios enfrentados na inserção ao mercado estão relacionados à baixa oferta de vagas para PcDs, inclusão durante o processo seletivo para uma empresa, além de barreiras atitudinais, que se configuram em comportamentos ou atitudes preconceituosas, intencionais ou não | Foto: Arquivo/Agência Brasília

O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) apresentou, nesta sexta-feira (8), os resultados da etapa qualitativa da pesquisa “Empregabilidade de Pessoas com Deficiência no DF”, que identificou as principais dificuldades vivenciadas por esse grupo no acesso ao mercado de trabalho local.

Conforme a pesquisa, os principais desafios enfrentados na inserção ao mercado estão relacionados à baixa oferta de vagas para pessoas com deficiência (PcDs), inclusão durante o processo seletivo para uma empresa, além de barreiras atitudinais, que se configuram em comportamentos ou atitudes preconceituosas, intencionais ou não.

O diretor-presidente do IPEDF, Manoel Barros, ressalta que a pauta é importante para o Governo do Distrito Federal (GDF) e que esse é um trabalho realizado por várias mãos, dentre elas a Secretaria da Pessoa com Deficiência do DF (SEPD). “São informações baseadas em evidências para a gestão pública poder entender a realidade das PcDs e, principalmente, orientar ações para promoverem igualdade nesse sentido”, diz.

A diretora de Estudos e Políticas Sociais do Instituto, Marcela Machado, explica que o relatório da etapa qualitativa do estudo dialoga com a iniciativa da SEPD em firmar acordo com o Ministério Público do Trabalho visando uma maior inclusão de PcDs no mercado de trabalho local. “A pesquisa traz evidências sobre os motivos pelos quais essa inclusão porventura não ocorre pela ótica das PcDs, das empresas e do governo”, conclui.

A assessora jurídica Juliana Lemos, na qualidade de representante da SEPD, relata que, para transformar a realidade das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, primeiro é preciso conhecê-la, justamente o que a pesquisa possibilita. “A partir daí conseguimos, em parceria com demais órgãos, trabalhar para promover a inclusão e acessibilidade em todas as esferas, inclusive no campo da empregabilidade”, finaliza.

O estudo dividido em cinco eixos, realizou dezesseis entrevistas, que foram distribuídas igualmente entre PcDs e representantes de empresas locais (selecionadas de forma aleatória através da Base Anual de Informações Sociais de 20218), além de três representantes do Governo do Distrito Federal.

O eixo 1, “Pessoas com Deficiência: perfil, educação e empregabilidade”, foi separado por três subtópicos: “pessoas com deficiência”, que aborda o perfil das pessoas com deficiência e suas percepções sobre a vida escolar e a relação entre educação e empregabilidade; “empresas”, que mostra a percepção das mesmas sobre educação e empregabilidade das pessoas com deficiência; e “representantes governamentais”, que traz o relato deles a respeito da educação de pessoas com deficiência.

No eixo 2, “Acessibilidade e empregabilidade”, estruturado nos mesmos subtópicos do eixo 1, porém com abordagens diferentes, foram apresentadas as percepções das pessoas com deficiência em relação à lei de cotas para PcD no mercado de trabalho; a percepção das empresas sobre a lei de cotas; e uma análise das entrevistas com os representantes governamentais a respeito da lei de cotas para PcD.

O eixo 3, “Acessibilidade e acolhimento no mercado de trabalho”, trouxe as percepções de cada grupo entrevistado sobre adaptações e acessibilidade para PcD. Já no eixo 4, “Dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência para inclusão no mercado de trabalho”, foram apresentados relatos variados de cada uma dessas pessoas com deficiência sobre a discriminação, como vagas ofertadas não condizentes com o grau acadêmico, falta de fiscalização governamental e capacitismo.

O último dos cinco eixos, “Dificuldades enfrentadas pelas empresas para a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, evidenciou que a falta de formação profissional é uma das dificuldades relatadas pelas empresas para inclusão de PcD. No entanto, tal declaração contradiz o que já foi constatado no estudo, quando as empresas afirmaram existir pessoas qualificadas.

Lei de contratação de PcD

A fim de reduzir as barreiras de acesso a postos de trabalho, no Brasil foi instituída a Lei Federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991, uma vez que PcDs enfrentam uma série de barreiras tanto para acessar quanto para se manter e se desenvolver no mercado. Com isso, a Lei de Cotas, como ficou conhecida, estabelece que empresas com mais de 100 funcionários devem ter entre 2% e 5% de pessoas com deficiência contratadas com condições iguais aos demais.

*Com informações da Agência Brasília

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