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Brasília

PcDs reclamam de falta de acessibilidade nos ônibus do DF

Painel de Ouvidoria registrou, em 2023, 149 contestações em relação a problemas enfrentados por Pessoas com Deficiência nos coletivos

Redação Jornal de Brasília

20/01/2024 7h14

A plataforma elevatória é considerada o principal item de acessibilidade nos ônibus | Foto: Lúcio Bernardo Jr

O Painel de Ouvidoria do Distrito Federal coleciona reclamações de falta de acessibilidade nos ônibus da capital. Em 2023, foram registradas 149 contestações em relação a problemas enfrentados por Pessoas com Deficiência (PcD) nos coletivos. Já em 2022, o número foi ainda maior, 196. Apenas este ano, o painel já contabilizou cinco reclamações.

Os maiores prejudicados são os cadeirantes, que sofrem com elevadores quebrados, motoristas que não param nos pontos, falta de estrutura adequada nas paradas de ônibus e ausência de empatia.“Os elevadores sempre estão sucateados. É muito difícil esses elevadores serem fiscalizados ou monitorados”, comentou ao Jornal de Brasília a militante da causa PcD, Telva Lima.

Como cadeirante, Telva conhece de perto os problemas, e completou: “Eu sair de dentro da minha casa já começa a dificultar a acessibilidade. São muitos buracos nas ruas, calçadas com declives, postes no meio das calçadas. A nossa acessibilidade está deixada à solta, infelizmente. Quando chegamos nas paradas de ônibus é outro problema, nem todas tem uma adaptação para a pessoa com deficiência. Muitas vezes a baia é distante e o motorista, quando para, acaba parando no meio da pista e fica difícil para o cadeirante entrar no ônibus”.

A militante já teve inúmeros problemas ao embarcar nos coletivos, Telva já ficou presa em um ônibus por mais de uma hora depois de uma falha no elevador usado para os cadeirantes descerem. Além disso, em outra ocasião caiu ao adentrar o veículo e quebrou o braço em outro acidente também dentro do transporte público.

Os casos levaram Telva a registrar reclamação junto ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), em 2017, e contra a empresa de ônibus em 2019. Mas segundo a militante, anos se passaram e nenhuma resposta ou providência foi tomada pelos órgãos competentes.

Os números de reclamação no Painel de Ouvidoria do DF e as reivindicações de Telma parecem não surtir efeito: “Nós ficamos desacreditados na solução por parte do governo e do próprio empresário. Às vezes é como se a gente não existisse. Mas nós existimos, pagamos impostos como todos os cidadãos e merecemos ser tratados com dignidade no nosso ir e vim”, destacou.

Em nota ao Jornal de Brasília, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) informou que “todos os veículos da frota do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF passam por vistorias obrigatórias e fiscalizações em campo em que são verificados diversos itens relacionados à segurança, estrutura e funcionamento dos equipamentos relacionados à acessibilidade, dentre eles estão os elevadores. A pasta ressalta também que mesmo mantendo uma fiscalização contínua, problemas pontuais podem ocorrer”.

Procurada pela reportagem, a Secretaria da Pessoa com Deficiência, até o fechamento desta edição, não se manifestou sobre o assunto.

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