Menu
Brasília

PCDF cumpre mandados contra organização que aplicava golpes em idosos

Eles instalavam uma espécie de dispositivo nas máquinas e colhiam informações dos cartões dos clientes

Willian Matos

13/06/2019 7h25

Foto: Reprodução

Willian Matos
[email protected]

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou a Operação Skoria, que cumpre sete mandados de prisão e 10 de busca e apreensão nesta quinta-feira (13). Os suspeitos, naturais de São Paulo, aplicavam golpes em idosos no DF desde 2017.

Os mandados estão sendo cumpridos na capital paulista. Segundo investigadores da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), os suspeitos instalavam um dispositivo em caixas eletrônicos (o popular chupa-cabra) para forjar erros e colher informações dos cartões de clientes através de um número de assistência (0800) falso. Ao menos 20 pessoas caíram no golpe, totalizando um prejuízo de, pelo menos, R$ 1 milhão.

O delegado-chefe da 9ª DP, Marcio Fernandes, detalha que os indivíduos saíam de São Paulo para vários outros estados e ficavam hospedados por uma semana. Durante o período, eles instalavam os chupa-cabras em caixas do Banco do Brasil — e só deste banco. A partir daí, se dividiam, como explica o delegado. “Um criminoso ficava responsável por instalar um dispositivo artesanal, popularmente conhecido como “chupa cabra”, nos terminais bancários. Um integrante ficava responsável por instalar adesivos nos terminais bancários com falsos números de central de atendimento, enquanto um terceiro comparsa realizava a abordagem das vítimas. No momento em que o cartão magnético delas ficava retido no terminal de autoatendimento, um quarto envolvido realizava a subtração ou a troca do cartão magnético das vítimas por outro pertencente a uma vítima já lesada anteriormente”, conta.

As investigações começaram há três meses. À época, quatro homens foram flagrados pelas câmeras de segurança dentro de uma agência bancária do Banco do Brasil localizada no Lago Norte. São eles: Adriano Silva Santiago, Roberto Alexandre de Melo, Marcelo Oliveira Brandão Romano e Fábio Rodrigues Vieira dos Santos. Os quatro foram apreendidos com várias máquinas de crédito usadas para lavar dinheiro em compras de mercadorias.

Homens andavam com máquinas e cartões, prontos para os golpes. Foto: Divulgação/PCDF

“Verificou-se que os furtos mediante fraude estariam ocorrendo em três núcleos complementares de uma única organização: núcleo de executores diretos, núcleo dos responsáveis por realizarem movimentação bancária e núcleo responsável por fornecer apoio logístico”, destaca Fernandes.

Após a apreensão dos quatro, a Polícia continuou a investigar e chegou a outros nomes. Estes teriam funções diferentes na organização criminosa, como motoboys e assistentes gerais. Eles são naturais de São Paulo mas aplicavam os golpes no DF porque, segundo os próprios, tinham mais chance de sucesso.

Se condenados, os acusados podem pegar de três a cinco anos de prisão pela organização criminosa e um a cinco de reclusão por tentativa de estelionato, além de multa. Pelo fato de as vítimas serem idosas, a pena pode ser agravada.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado