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Brasília

Pandemia: economista diz que profissionais terão que se reinventar

O momento é propício para fazer cursos e adquirir novas competências para melhorar a renda

Lucas Neiva

13/05/2020 7h10

O cenário econômico previsto para o fim da pandemia é de um momento de esfriamento econômico, com índices baixos tanto de produção quanto de consumo, tendências a uma inflação muito baixa (podendo chegar a haver deflação) e alto índice de desemprego, de acordo com o especialista em finanças William Baghdassarian. O economista afirma que uma das chaves para sobreviver a esse cenário é desenvolver novas competências durante a quarentena.

“É o momento para se aproveitar o tempo que a gente tem para se reinventar. (…) Quem aproveitar esse momento para aprender alguma coisa, vai ter mais chance depois de fazer renda”, afirma William. O desenvolvimento de novas competências profissionais por meio dos cursos on-line que foram abertos em função da pandemia, combinado com uma gestão financeira que evite gastos desnecessários são as condutas que vão permitir manter o próprio sustento quando a pandemia acabar.

Muitas pessoas já aproveitam esses cursos para garantir se reinventar. Alandouglas Mendes, 33 anos, é professor de física em um curso pré-vestibular, mas está utilizando a quarentena para fazer cursos de desenvolvimento na web. “Escolhi programar porque permite ganhar mais com home office. É um novo mercado que eu já estava migrando, mas faltava a oportunidade”. A motivação para uma mudança radical de mercado não veio por acaso. “Vontade de ser pai”, declara.

Sebastião de Sousa, 35 anos, já decidiu seguir o caminho oposto. “Eu trabalho com informática, mas estou migrando para a área de matemática”. Sebastião havia iniciado sua graduação em matemática, mas saiu do curso para trabalhar na informática em uma escola. Com o início da quarentena, começou uma graduação à distância para retornar à sua área de origem, na esperança de virar professor de ensino fundamental II. “O mais complicado é manter a disciplina para estudar”, afirma.

Nem todas as mudanças de ofício foram voluntárias. Para o tatuador João Victor Santos, de 24 anos, a mudança de mercado ocorreu porque a pandemia o impede de praticar sua profissão. Hoje ele vende pinturas na internet e também por encomenda, mas com isso consegue apenas o mínimo necessário para seu sustento. “É sempre um pouco difícil ter que mudar os planos de uma hora pra outra assim. Quero muito voltar a tatuar, pois é minha principal fonte de renda, mas isso não tem sido de todo mal porque abriu as portas para outro negócio e me deixou mais livre para testar coisas novas em meu trabalho”, conta o tatuador.

Diversas iniciativas educacionais passaram a disponibilizar cursos gratuitos para ajudar aqueles que precisam ficar em casa durante a pandemia. Exemplos disso são o Senai, que disponibiliza 12 cursos gratuitos em sua plataforma de ensino à distância voltados ao trabalho na indústria. Para os que procuram desenvolver habilidades na informática, a Udemy disponibiliza quarenta cursos na área de programação. Em áreas diversas que vão desde gestão financeira à História do Brasil, a Fundação Getúlio Vargas também oferece 70 cursos gratuitos em sua plataforma.

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