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Brasília

Pais estão aliviados com vacinação de 3 e 4 anos na xêpa

Na UBS 1 da 612 Sul, duas famílias conseguiram garantir a dose dos filhos nesta sexta-feira (22)

Vítor Mendonça

22/07/2022 20h13

Foto: Vítor Mendonça

“É uma bênção”, destacou Leia Castro, de 39 anos, tia do pequeno Joaquim, de 3 anos, que conseguiu ser vacinado com a xêpa da covid-19 no fim da tarde desta sexta-feira (22) na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da quadra 612 da Asa Sul. Esta forma de imunização, com as doses restantes dos frascos abertos, foi a encontrada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) para garantir o início da imunização de crianças de 3 e 4 anos na capital.

Os pequenos desta faixa etária, com ou sem imunossupressão, podem vacinar quando faltar uma hora para o fechamento das salas de vacina, se houver frasco da vacina Coronavac aberto. O objetivo é evitar a perda de doses dos recipientes já abertos. A xêpa com o grupo mais novo a vacinar contra a covid-19 teve início na última quinta-feira (21).

Após aberto, a validade do imunizante é de oito horas, sendo impossível o restante ser utilizado no dia seguinte. O anúncio foi feito na quarta (20) e marcou uma amenização do entrave para a aplicação das vacinas nos pequenos, que gerou tensão durante a semana, uma vez que a pasta ainda não possuía uma nota técnica do Ministério da Saúde.

Preocupação

A família de Joaquim chegou mais cedo para garantir um espaço na fila para a xêpa, mas, na verdade, foram os primeiros dentre apenas duas famílias que compareceram na UBS para levar os pequenos para a dose contra a covid-19.

A mãe do menino, Cleide Castro, 42, destacou que não há preocupação com relação à vacina, mas sim ao ambiente da creche com outras crianças, onde ele começou a ir recentemente. “Lá tem muitas crianças pequenas e não queremos que ele se contamine novamente [em razão da doença ser assintomática em muitas crianças]. E como ele tem uma imunidade um pouco mais baixa, é mais preocupante ainda”, destacou a mãe.

Joaquim é autista e ainda não fala, mas demonstrou estar animado no local. Pelo menos até receber a aplicação. Na hora da agulha, não conteve o choro – mas logo passou a angústia e voltou a sorrir. “Para nós que já passamos pela covid, [a vacina disponibilizada] é uma bênção. Porque temos que sair dessa pandemia, temos que sair dessa vida. Tô achando um máximo, maravilhoso”, afirmou.

A família se contaminou com a doença pandêmica em março do ano passado, quando as doses ainda não haviam sido disponibilizadas para grupos além dos idosos. Joaquim teve febre, diarreia e tosse, situação que não querem mais enfrentar com a covid-19 agora que ele recebeu a primeira dose da vacina.

A segunda criança a receber o imunizante nesta sexta-feira na UBS 1 da Asa Sul foi Theo, de 3 anos e 11 meses. Ele foi com os pais Alysson Xavier e Judith Aragão, ambos de 34 anos, e o irmão mais novo Ravi, de 2. Ele tem Síndrome de Deleção (perda parcial) do Cromossomo 13q14 e, para a família, ter a aplicação da vacina também significa maior tranquilidade para as demais atividades diárias em diferentes ambientes.

“É um alívio, porque todos lá em casa já se vacinaram, menos eles dois [Theo e Ravi, outro filho, de 2 anos]. Estamos na expectativa de que diminuam a faixa etária ainda mais para podermos imunizar o irmãozinho dele. Até pegamos a covid, mas foi depois da vacina e foi como um resfriado”, disse a mãe, que teve sequelas de memória e queda de cabelo. As crianças não tiveram reações.

A expectativa é que o dia a dia se torne cada vez mais seguro e cada vez mais focado na “vida normal”, segundo Judith. “Queremos que ele vá para a creche sem maiores preocupações, ficamos preocupados quando deixamos ele lá”, compartilhou. Ela e Alysson fizeram um esforço para saírem mais cedo do trabalho e garantir a vacinação do menino.

Xêpa não é garantia

A SES/DF ressalta que não há garantia de disponibilidade dos imunizantes todos os dias em todas as unidades, uma vez que as doses irão variar de acordo com o decorrer da vacinação no fim do dia.

A pasta destaca ainda que, durante o horário normal de atendimento, porém, está autorizada a vacinação apenas de crianças de 4 anos com comorbidade, “condição que precisa ser comprovada por meio de laudo ou relatório médico”, conforme destacou a Secretaria em nota explicativa no fim da tarde de ontem.

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