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Brasília

Painel em escola no DF associa PM ao nazismo; ASOF emite nota

Os painéis traziam imagens de policiais abordando pessoas negras. Na visão da ASOF, as colagens davam a entender que a Polícia Militar é racista

Willian Matos

24/11/2021 7h32

A Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (ASOF/PMDF) emitiu nota na terça-feira (23) contra uma mostra de painéis montada na escola CED 1, da Cidade Estrutural, em virtude das comemorações do Dia da Consciência Negra.

Os painéis traziam imagens de policiais abordando pessoas negras. Na visão da ASOF, as colagens davam a entender “com clareza e riqueza de detalhes” que a Polícia Militar é racista.

“A Diretoria da ASOF entende que a exposição não traz um debate enriquecedor sobre o tema e que, por ter sido montada em um colégio, serve para formar a opinião – de crianças em tenra idade – de que a Polícia Militar não está a serviço da sociedade, mas que existe como força autoritária, coercitiva e punitiva”, diz a nota. “A ASOF acredita que o preconceito em relação ao trabalho do Policial Militar, persistente em determinados setores da educação brasileira, só poderá ser sanado com pactuações sociais fundamentadas no consenso e no entendimento mútuo, em prol das soluções urgentes e dolorosas de que o País necessita”, prossegue.

Para a Associação, este episódio seria “um primeiro passo para que a disseminação do ódio nas escolas brasileiras não continue a deitar raízes nos corações e não prossiga fomentando o preconceito, que, por si só, tende à autodestruição de todos os que o alimentam”.

Leia a nota na íntegra:

Escola cívico-militar

O CED 1 da Estrutural foi uma das primeiras escolas a migrarem para a gestão militarizada, em 2019. À época, houve votação entre docentes, discentes e demais membros da comunidade para decidir se a PMDF deveria ou não intervir na instituição. Em uma votação informal, foram 71 votos a favor do projeto, seis contra e três votos em branco.

Neste modelo, estudantes seguem sendo avaliados por notas em disciplinas, mas o comportamento também é levado em conta. Os alunos precisam usar uniforme diferente e cabelo curto e/ou coque. São 25 militares acompanhando diariamente a postura dos adolescentes.

O coordenador do Movimento Conservador de Brasília, Evandro Araújo, demonstrou descontentamento nas redes sociais. “Encaminhamos a denúncia para o coordenador do programa das escolas cívico-militares e para o comandante da PMDF”, escreveu.

PMDF se posiciona

Em nota, a PMDF alega que “serve e protege a todos, sem discriminação e sempre pautada nas Diretrizes dos Direitos Humanos”. A corporação avalia ainda que as escolas compartilhadas “melhoraram em todos os aspectos” e diz que “continuará com esse trabalho”. Leia:

“Em relação a uma exposição ocorrida na escola CED 01 da Estrutural por conta do Dia da Consciência Negra, comemorado no último dia 20 de novembro, a Polícia Militar esclarece que serve e protege a todos, sem discriminação e sempre pautada nas Diretrizes dos Direitos Humanos. A PMDF observa que todas as escolas de gestão compartilhada que receberam apoio da instituição melhoraram em todos os aspectos, sendo visto como um grande benefício para a população. A PMDF continuará com esse trabalho importantíssimo, principalmente para as crianças e adolescentes atendidos.”

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