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Brasília

Outubro Rosa: Brasília deve registrar mais de 1000 casos de câncer de mama em 2023

Avanços na ciência podem garantir futuro promissor no combate à doença 

Redação Jornal de Brasília

09/10/2023 18h22

Divulgação

A informação é ferramenta determinante para desmistificar o câncer de mama e incentivar a descoberta da doença em estágios iniciais. Levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que o Brasil deve ter 73.610 casos novos de câncer de mama para o ano de 2023. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminina é o mais incidente no país. Só este ano, mais de 1.000 casos devem ser diagnosticados no Distrito Federal. 

As razões para essa realidade são diversas e incluem, a dificuldade para fazer exames de rotina e desigualdades socioeconômicas que diminuem o acesso aos tratamentos mais avançados. De acordo com o oncologista da Oncoclínicas Brasília, João Nunes,fortalecer as linhas de cuidado multidisciplinares, com olhar na investigação diagnóstica após um exame inicial suspeito é um dos grandes desafios atuais. 

“Ter profissionais capacitados para realização da biópsia, captando a lesão de interesse de forma precisa, com acondicionamento adequado do material coletado para que possibilite todas as etapas posteriores diagnósticas é essencial para a assistência adequada em casos de câncer de mama. Além disso, com material da biópsia em quantidade e qualidade adequadas, existe a possibilidade de realizarmos exames genéticos no tumor, utilizando essas informações na estratégia de enfrentamento da doença, com uso de medicações com alvo molecular específico que pode ser rastreado no tumor, otimizando o tratamento e diminuindo toxicidade. As chances de cura chegam a 95% dos casos quando o tumor é detectado no início e quando todas as ferramentas de tratamento são utilizadas no momento adequado e com a intensidade adequada”, afirma. 

Os tumores de mama atualmente contam com um arsenal poderoso, que, somados àquimioterapia, radioterapia e outras condutas de cuidado, tem revolucionado o combate a esse tipo de câncer. De acordo com o especialista, jornada individualizada, e novas drogas são palavras de ordem. 

“As novas terapias estão revolucionando o tratamento na oncologia como um todo. A possibilidade de sequenciamento tanto do material genético do tumor, assim como da herança genética herdada da portadora de câncer de mama, pode demonstrar as vulnerabilidades do tumor, que podemos utilizar no combate ao câncer de mama. Temos a possibilidade de utilizar algumas medicações de acordo com a assinatura genética herdada do paciente, nos tumores onde há um diagnóstico de risco genético-familiar estabelecido com variantes genéticas específicas. Soma-se a isso a existência de medicações que atuam sobre determinados receptores da célula tumoral, que quando associadas à quimioterapia convencional, otimizam de forma expressiva a resposta ao tratamento. Além disso, com o conhecimento de como a célula tumoral escapa do nosso arsenal de defesa próprio, passamos a utilizar esse conhecimento a favor do paciente, com uso da imunoterapia associada a quimioterapia, com resultados também bastante animadores que já foram incorporados a rotina de tratamento dos pacientes”, ressalta o médico. 

Ainda de acordo com o oncologista, as drogas conjugadas aparecem como a grande novidade recente. “Utilizamos o quimioterápico já acoplado aos anticorpos monoclonais que identificam alvos específicos no tumor, permitindo que a medicação seja internalizada e liberada dentro da célula tumoral, o que trouxe ganhos extraordinários em termos de eficácia, com diminuição paralela da toxicidade do tratamento”, finaliza o oncologista da Oncoclínicas Brasília.  

Incentivo a mudanças nos hábitos de vida

Além de realizar exames preventivos com frequência, cultivar uma rotina saudável é fundamental para reduzir as taxas de câncer de mama. Parar de fumar, buscar uma alimentação saudável e manter uma rotina de exercícios para ficar em forma estão, em geral, associados à vaidade e a beleza. A boa notícia é que essas e outras atitudes exercem também papel fundamental na prevenção do câncer de mama.  Obesidade, sedentarismo e tabagismo estão entre os fatores evitáveis que podem contribuir para o surgimento da doença. Uma pesquisa publicada na revista Nature e que contou com a colaboração do Ministério da Saúde revela que uma em cada dez mortes em decorrência de câncer de mama no Brasil – cerca de 12% – poderia ter sido evitada com a prática de atividade física regular. 

Sintomas e sinais do câncer de mama

O câncer de mama apresenta sintomas que podem ser percebidos no autoexame realizado pela própria mulher ou nas consultas de rotina com o médico ginecologista. Na maioria dos casos, os sintomas são:

  • Nódulo ou caroço fixo e geralmente indolor, presente em cerca de 90% dos casos em que o câncer é percebido pela própria pessoa;
  • Vermelhidão na pele da mama acompanhada de retração e aparência de casca de laranja;
  • Alterações no mamilo, como retrações ou inversão;
  • Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
  • Saída de líquido espontânea e anormal dos mamilos, inclusive líquido sanguinolento.

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