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Brasília

O empreendedorismo está no sangue brasileiro

Pesquisa aponta que seis em cada 10 brasileiros sonham em empreender. Brasília desponta como uma das cidades mais empreendedoras do país

Mayra Dias

24/07/2023 18h23

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Segundo uma pesquisa recente do Sebrae e da Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), seis em cada 10 brasileiros sonham em empreender. De acordo com a pesquisa, 93 milhões de brasileiros estão envolvidos com empreendedorismo, e a própria capital reflete isso. Foram criadas, em 2022, 20,8 mil empresas do DF, 15% a mais do que em 2021.

De acordo com o levantamento, 93 milhões de brasileiros estão envolvidos com empreendedorismo. É o maior número da série histórica da pesquisa, que é realizada há 23 anos no Brasil. Se tratando da capital, de acordo com dados do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023, desenvolvido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Brasília desponta como uma das cidades mais empreendedoras do país, ao lado de São Paulo (SP) e outras grandes metrópoles. A pesquisa avaliou os 101 municípios mais populosos, e a capital federal saltou do 69º para o quarto lugar no ranking das cidades mais empreendedoras do Brasil em relação ao levantamento de 2022.

Maria Aparecida de Oliveira Silva, de 51 anos, é uma das candangas que, há anos, é sua própria chefe. “Comecei há 31 anos atrás, quando me casei. Eu e meu marido decidimos abrir o nosso próprio bar e deu tão certo que estamos abertos até hoje”, comenta a proprietária do Bar do Carlinhos, localizado em Planaltina DF. Como ela conta, as adversidades encontradas no caminho foram muitas, mas sua família e seus objetivos foram o que motivou ela e seu marido, Carlos Silva, a continuarem. “Os impostos são altos, a mão de obra também, sem contar com todos os gastos envolvendo infraestrutura e produtos, mas nada disso supera o prazer de ver seu negócio crescer, ser elogiado, e, claro, fazer o que gosta. A disponibilidade de horários também é um ponto positivo”, compartilha a autônoma.

Seguindo os passos da Mãe, Gabriela Oliveira, de 30 anos, também arriscou e hoje trabalha com o que ama. A ex servidora pública abriu o próprio negócio e começou com sua marca de acessórios autorais em 2020. “Sempre gostei de criar, e não me sentia bem no emprego que eu tinha. Levava a venda das peças que produzia como uma renda extra, mas com o passar do tempo, mais pessoas foram conhecendo e encomendando, e isso passou a demandar muito do meu tempo”, relata Gabriela. Até que decidi criar um perfil nas redes sociais para divulgar meu trabalho e, ao ver que estava dando certo, pedi demissão e fui fazer o que amo”, compartilha.

Em 2020, início da pandemia, metade dos empreendedores entraram no universo do empreendedorismo por necessidade. Mesmo na crise econômica, muitos trabalhadores encontraram a oportunidade de montar o próprio negócio. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF (Sebrae-DF) mostram que, de janeiro a abril de 2022, surgiram 2.037 novas micro e pequenas empresas na capital federal. Já em 2021, o Distrito Federal registrou a maior quantidade de empresas abertas desde 2019. Foram 75 mil empreendimentos. O aumento, em relação a 2020, é de 15,68%. A maioria dos novos negócios foi de microempreendedores individuais (MEI), segundo o Ministério da Economia.

Na opinião do secretário de Planejamento, Orçamento e Administração, Ney Ferraz Júnior, o resultado mostra que o Distrito Federal vem se consolidando como uma região cada vez mais interessante para os investidores. “Os quatro primeiros anos do governo Ibaneis mostraram que seguimos firmes no propósito de atrair novos negócios e de promover o empreendedorismo, para que o DF se consolide como uma região de grandes oportunidades”, explica.

Dos sete pontos abarcados pelo ICE, quatro estimularam o crescimento de Brasília no ranking: infraestrutura e mercado, em que a cidade apareceu na terceira posição; cultura empreendedora, onde Brasília é a quarta, e o acesso à capital, em que está no nono lugar. Segundo o estudo, são esses pontos que afetam diretamente a capacidade dos empreendedores abrirem e manterem seus negócios funcionando de forma rentável.

De acordo com o diretor-superintendente do Sebrae no DF, Valdir Oliveira, essa tendência de crescimento das micro e pequenas empresas aparece após muitas pessoas enfrentarem dificuldade na inserção no mercado formal, motivando-as a abrirem o próprio negócio.

A mentora de carreiras Jenise Carvalho, que também é sócia gestora do MJ Alves Burle e Viana Advogados, em Brasília, tem cinco dicas para ajudar as pessoas a guiarem seus objetivos profissionais:

  1. Certifique-se de que é algo que você realmente deseja.
  2. Verifique se os objetivos estão alinhados com seus princípios e valores.
  3. Avalie qual o impacto do seu objetivo nas seguintes áreas: família, saúde física e mental, carreira, financeira e espiritual. Claro que vez por outra alguma dessas áreas estará em desequilíbrio, mas a tendência é que elas se encaixem quando seus princípios e valores estiverem alinhados com o objetivo.
  4. Escreva os objetivos de forma afirmativa em um papel, de modo que você consiga acessá-los com facilidade.
  5. Seja o mais detalhista possível ao descrever o lugar que quer alcançar. Capriche na visualização, trazendo realidade para os seus pensamentos.

Jenise criou o programa de mentoria Você na Liderança da sua Carreira, para auxiliar profissionais em relações a essas e outras questões.

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