O Túnel de Taguatinga envolve números grandiosos, próprios de uma construção que ostenta o título de maior obra viária do Brasil na atualidade. E quando se trata de seu boulevard, a matemática não poderia ser diferente. O piso superior da passagem, que abrigará um corredor exclusivo para ônibus e diversos canteiros, também apresenta cifras admiráveis.
A pista do BRT, sigla em inglês para bus rapid transit (ônibus de trânsito rápido), terá 14.960 m² de pavimento rígido em toda a sua extensão. Desses, 8.056 m² já estão prontos.
Produzido com concreto de cimento portland (CCP), o revestimento é muito usado em vias de tráfego pesado por conta de sua alta resistência – sua vida útil é até três vezes maior do que o pavimento flexível, feito de asfalto.
O acabamento do corredor exclusivo para ônibus e dos canteiros que farão parte do projeto paisagístico ficará por conta de 8.000 m lineares de meio-fio.
“Já temos 2.100 m executados, a maior parte dessa metragem concentrada na chamada fase 1 do boulevard”, afirma o engenheiro civil Samuel Teles. “Esse trecho, que vai da Estrada Parque Taguatinga até a Avenida Comercial, foi o primeiro a ser pavimentado.”
Além de dar um arremate às quatro faixas de rolamento do boulevard, o meio-fio tem importante função na drenagem das águas pluviais. É o paralelepípedo de concreto que disciplina o fluxo em direção aos bueiros. “O boulevard terá um total de 63 bocas de lobo”, calcula Samuel. “Temos 20 delas já prontas, todas na fase 1.”
Fazer um bueiro envolve mais do que abrir um buraco no meio-fio. É preciso cavar e cimentar uma espécie de caixote que deverá estar ligado à rede de escoamento. A chuva captada pela boca de lobo cai nesse compartimento e segue caminho pelas manilhas subterrâneas que compõem o sistema de drenagem.
A manutenção desse labirinto formado por grandes tubulações de concreto, tão essencial para manter uma construção livre de alagamentos, é feita por poços de visita (PVs). Só o piso superior do Túnel de Taguatinga terá 71 deles. Até agora, 24 foram concluídos na fase 1 e 26 na fase 2.
“Cada um desses compartimentos tem 9 m², com altura que varia de 2,5 m a 5 m”, conta Antônio Carlos Ribeiro Silva, engenheiro civil da Secretaria de Obras e Infraestrutura. “O acesso aos postos é feito por uma abertura na superfície com 72 cm de diâmetro, munida de escada.”
Com informações da Agência Brasília
