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Brasília

Novo capítulo da greve dos Metroviários

O Sindmetrô declara que o Metrô pode estar punindo diretores envolvidos na greve

Redação Jornal de Brasília

03/11/2021 23h28

Foto: Tereza Neuberger/Jornal de Brasília

Por Tereza Neuberger

Após a maior greve da história dos metroviários do Distrito Federal ter chegado ao fim no dia 26 de outubro do presente ano, um novo capítulo do embate travado entre o sindicato dos metroviários (Sindmetrô) e a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) surgiu nesta quarta-feira (3), após nota de repúdio enviada à imprensa pelo Sindmetrô.

A nota declara repúdio do Sindmetrô para com as atitudes tomadas pelo Metrô-DF. O sindicato afirma que a empresa deixou de pagar, e cortou literalmente o salário dos diretores do Sindmetrô, desde o mês de abril, pelo período em que os metroviários estiveram em greve. E agora nesta data, mesmo após decisão judicial que gerou a sentença normativa expedida no último dia 25/10/2021, a empresa decidiu retomar o pagamento do auxílio alimentação dos trabalhadores, mas deixou de fora os trabalhadores que estão na Diretoria do Sindicato. “É cruel e vergonhosa a decisão desses gestores responsáveis por tal atitude, pois até os empregados cedidos para outros órgãos receberam este benefício, enquanto seis diretores do sindicato não.” conta o Sindicato dos Metroviários do DF.

O Sindmetrô acredita que o Metrô-DF pode estar punindo os diretores pela greve, e pretende destruir não somente os diretores do Sindmetrô-DF, mas toda a categoria. O sindicato se posiciona radicalmente contra as atitudes da companhia e ressalta que existem decisões judiciais para serem cumpridas, decisões essas, que englobam toda a categoria Metroviária.

Entre as ações diretas de ataque ao sindicato e seus representantes, o Sindmetrô destaca três delas. Segundo o sindicato a empresa deixou de confeccionar os contracheques e pagar os salários dos diretores sindicais, desde abril até a data de hoje (03), deixou de descontar as mensalidades sindicais dos filiados, não repassando o dinheiro que atualmente mantém a instituição, porém continuou fazendo o desconto e repasses para outra instituição (associação), que é exatamente da mesma forma jurídica que o sindicato, também desde abril até hoje,e a última, foi retomar o auxílio alimentação dos empregados e deixar de fora os empregados cedidos a organização Sindical.

O Metrô-DF vai ingressar com recurso para esclarecer a questão e, tão logo, seja feito o esclarecimento, providenciará o pagamento. Ao Jornal de Brasília, o Metrô-DF esclarece que foram pagos os salários e o auxílio alimentação a todos os empregados, filiados ou não. E informa que em relação aos dirigentes sindicais, a companhia aguarda orientação jurídica, uma vez que há cláusula específica e divergência entre as decisões do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A paralisação teve início no dia 19 de abril deste ano, e perdurou por 187 dias. Durante os seis meses houveram inúmeras tentativas de acordo entre os funcionários e o Metrô-DF, mas somente na data de 25 de outubro, a justiça determinou o fim da greve dos metroviários. Ao Metrô-DF fora determinado o cumprimento das reivindicações em questão, manteve todos os benefícios financeiros, inclusive o abono especial do “Sodexo”.

Caso a empresa não cumprisse as determinações judiciais, a direção do Sindmetrô poderia recorrer em crime de responsabilidade por descumprir decisão judicial e recorrer em multa revertida ao empregado.

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