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Novembro Roxo reforça a conscientização e a sensibilidade do cuidado neonatal

Para celebrar o mês do Novembro Roxo, a Maternidade realizou diversas atividades no local, como oficinas e palestras

Redação Jornal de Brasília

22/11/2025 19h13

pézinho de bebê amanda caiara fotografias

Crédito: Amanda Caiara Fotografias

Por Caroline Purificação

Neste ano de 2025, já foram registrados 3.405 partos de prematuros em hospitais públicos e privados de mães residentes do Distrito Federal, segundo informações da Secretaria de Saúde passadas ao Jornal de Brasília. A taxa de prematuridade no DF é de 12,6%. Os dados ainda são provisórios e foram extraídos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC).

No último dia 17 de novembro foi comemorado o Dia Mundial da Prematuridade. A data também marca o mês do Novembro Roxo, dedicado à conscientização sobre o tema.

Com uma média de 400 bebês prematuros nascidos anualmente, conforme dados de 2024, a Maternidade Brasília se destaca como o único serviço hospitalar do DF exclusivo para o atendimento de mulheres (ginecologia e obstetrícia) e de recém-nascidos. A unidade também é referência na assistência materno-neonatal.

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Crédito: Maternidade Brasília

Para celebrar o mês do Novembro Roxo, a Maternidade realizou diversas atividades no local, como oficinas e palestras. As ações contemplaram os pais de pacientes internados e os que já passam pelos serviços de atendimento. O próximo ato, mais intimista, será uma jantar especial para os pais dos neonatos internados na UTI Neonatal.

A gestação humana leva em torno de 40 semanas, mas é considerada dentro do padrão de 37 a 42, também chamada de “a termo”. Quando um nascimento ocorre antes das 37 semanas, esses bebês são considerados prematuros. 

Ana Amélia Meneses Fialho, pediatra neonatologista e coordenadora da UTI Neonatal da Maternidade Brasília, explica que a prematuridade pode ser causada por complicações durante a gestação, como por exemplo diabetes, hipertensão, má formação no útero ou fatores fetais.

ana amélia meneses fialho luz fotografia
Crédito: Luz Fotografia

A respeito dos cuidados, a Dra. alerta que a atenção deve ser redobrada: “Um período de muito risco para os prematuros, é o da sazonalidade, que no Centro Oeste ocorre entre março e julho, com o aumento das doenças respiratórias”.

O cuidado e a dedicação que transformam vidas prematuras

Uma das muitas histórias de superação registradas pela Maternidade Brasília é o caso dos gêmeos Aziri e Bomani. Eles nasceram com apenas 28 semanas e pesando 1330 kg (Bomani) e 805 g (Aziri). As mães, Lua Costa, assistente administrativa, e Dani Sanchez, secretária da Comissão de Direitos Humanos da CLDF, planejaram a gestação cuidadosamente e realizaram a fertilização in vitro.

lua e dani com os gêmeos
Foto: Arquivo Pessoal

Mesmo assim, os irmãos enfrentaram uma longa internação na UTI Neonatal, marcada por desafios, especialmente Bomani, que passou por cirurgias e complicações mais graves, incluindo a cirurgia de hérnia inguinal e a retirada de apêndice necrosado. Para as mães, a confiança da equipe da unidade “foi fundamental para atravessar os mais de três meses de internação”. Hoje, Aziri e Bomani estão em casa, saudáveis e com um lindo caminho a percorrer. 

O papel da enfermagem é fundamental no apoio às famílias nesse momento de fragilidade. “Cabe a equipe de enfermagem, além de prestar toda assistência ao recém-nascido, ser o elo entre a família, nessa transição de cuidados”, afirma a coordenadora de enfermagem da UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Dayane de Barros Ferreira.

Dayane também informou ao Jornal de Brasília o que sente sendo parte crucial do desenvolvimento de cada bebê: “O que mais nos sensibiliza diariamente dentro de uma UTI  neonatal é ver o progresso dos bebês prematuros, a vontade e a garra de viver e principalmente o quanto as famílias estão ali para dar o apoio”.

Para a coordenadora, o Novembro Roxo é essencial trazer sensibilização não só para as famílias nessa situação, como também para a sociedade entender todos os cuidados que devem ser feitos durante o pré-natal para evitar um parto prematuro. “O papel desse mês é acolher as famílias que estão passando por esse momento e trazer para eles uma sensação de acolhimento”, relata ela.

Prematuridade através de um olhar de afeto

Amanda Caiara, técnica de enfermagem com experiência em UTI neonatal, se apaixonou pelos pequenos no ambiente de trabalho e decidiu eternizar esses momentos. Hoje, Amanda é fotógrafa especialista no ensaio de bebês prematuros e contou ao Jornal de Brasília sobre o trabalho que realiza todos os anos durante o Novembro Roxo. 

amanda caiara fotógrafa
Crédito: Amanda Caiara Fotografias

“Muitas mães chegam exaustas, sensíveis ou inseguras. A fotografia tem um papel ainda mais profundo e simbólico na história dessas famílias, é a prova de força e testemunho de uma vitória que muitas vezes começou com medo, incerteza e esperança”, relata a fotógrafa sobre a importância das fotos. 

Para Amanda, que viu de perto a luta deles, o mês não é apenas uma campanha de conscientização. A celebração carrega rostos, histórias e pequenos milagres que ela teve o privilégio de acompanhar. “A fotografia evidencia a coragem de quem luta desde o primeiro minuto de vida. Eles são força em sua forma mais pura. Quando as pessoas veem isso, a empatia cresce, e junto com ela, o respeito e o entendimento sobre a prematuridade”.

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