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Brasília

No DF, ‘Dr. Bumbum’ driblou CRM e polícia antes de procedimento fatal

Arquivo Geral

17/07/2018 21h21

Reprodução/Internet

João Paulo Mariano
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Mesmo respondendo a processos judiciais em Brasília e já ter tido o registro profissional suspenso, Denis Cesar Barros Furtado, 45, continuava a atuar em outros estados. Mais conhecido como “Dr. Bumbum”, o médico fazia procedimentos estéticos com inserção de substância ainda desconhecida. Sua última paciente, a bancária capixaba Liliane Calixto, morreu após complicações de um tratamento nas nádegas. Até o fechamento desta edição, ele era considerado foragido pela Polícia Civil carioca.

Leia Mais: Acusado de matar bancária, ‘Doutor Bumbum’ foi indiciado quatro vezes pela polícia do DF

Nas redes sociais, o profissional se apresentava como especialista em diversas áreas e cobrava altos preços pelos procedimentos que eram conduzidos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. Na capital federal, ele é antigo conhecido não só de mulheres e homens que desejam mudanças estéticas, mas também da polícia.

Denis mantinha uma clínica na QI 23 do Lago Sul. Ele foi denunciado diversas vezes por exercício ilegal da profissão e até porte de armas em diversas unidades policiais do DF, inclusive na de crimes contra o consumidor.

Em novembro do ano passado, a 10ª DP (Lago Sul) fez uma operação para apurar as denúncias das diversas ilegalidades que chegaram à corporação. Naquele dia, medicamentos, três armas de fogo e munições foram apreendidas. Ele ainda responde processo na Justiça sobre isso.

Ficha criminal

Na Justiça, o “Dr. Bumbum” possui sete anotações. Uma delas, de 1997, é por homicídio. Na época, o médico tinha 24 anos. As outras seis são por porte ilegal de arma (2003), crime contra a administração pública (2003), resistência à prisão (duas vezes, em 2006 e 2007), violação de domicílio (2007) e exercício arbitrário das próprias razões (2007) — quando a pessoa tem direto a algo, mas cobra de maneira errada.

Não tinha registro de cirurgião

Os Conselhos Federal e Regional do DF de Medicina investigam o que o exercício profissional do “Dr Bumbum”. No CRM-DF, Denis Barros Furtado não tinha registro como cirurgião ou de qualquer outra especialidade. A instituição salienta que o homem responde um processo ético profissional.

Em março de 2016, o médico foi alvo de uma interdição cautelar para o exercício da profissão – quando há a suspensão temporária – por três meses. Depois pela Justiça, em março, a pedido do CRM-DF. Porém, depois deste período, o médico conseguiu uma decisão favorável que deu a ele a possibilidade de votar ao trabalho.

O caso também está sendo apurado pelo CRM-RJ, que instaurou sindicância para apurar as informações. “Confirmadas as irregularidades, é aberto processo ético-profissional, durante o qual é assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório. Se houver condenação, as penas vão da advertência à cassação do exercício profissional”, afirma o Conselho Federal de Medicina.

?O CRM-DF ressalta a importância de o paciente se informar quanto à especialidade registrada do médico antes de se submeter a qualquer tratamento. O conselho diz ainda que os procedimentos devem ser realizados em clínicas e hospitais registrados nos conselhos regionais de Medicina.

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