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Brasília

No CED 06 de Taguatinga, o aprender não tem idade

Diretor do Centro Educacional 06 de Taguatinga, instituição reconhecida pela qualidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), conta mais sobre a importância do sistema de ensino

Redação Jornal de Brasília

05/05/2022 18h17

Foto: Arquivo Pessoal

Por Gabriel de Sousa
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Um dos maiores mitos que infelizmente permanecem presentes no pensamento de muitos brasileiros é de que o aprendizado possui uma idade, e que não existem oportunidades para uma bom ensino público para aqueles que estão fora da faixa etária do ensino regular. A realidade de 38 mil estudantes espalhados em 105 unidades de ensino do Distrito Federal, mostram que nunca é tarde para obter o prazeroso e necessário conhecimento.

Uma das 105 escolas que oferecem o EJA no Distrito Federal é o Centro Educacional 06 de Taguatinga, localizado na QNL 1, e que é reconhecido pela comunidade como um dos melhores polos de ensino de jovens e adultos da região administrativa. Por lá, estudantes de todas as idades podem desfrutar de um aprendizado de qualidade, com professores apaixonados pelo seu ofício e com um espaço de estudos arborizado e aconchegante.

O seu diretor, Rodrigo Filgueira, se dedica há mais de uma década em proporcionar o melhor acolhimento para os jovens e adultos. O profissional defende que o aprender não tem idade, e busca levar o melhor conforto e qualidade de aprendizado para pessoas que ultrapassaram a faixa etária de ensino regular, mas que desejam retornar aos seus estudos: “A Constituição garante isso e a gente tem que fazer valer”.

“Nós avançamos e progredimos muito na educação, por isso, hoje o Centro Educacional 06 de Taguatinga é uma referência hoje. É um reconhecimento no Distrito Federal, e isso para mim é muito importante para demonstrar o meu trabalho, assim como os de todos os meus profissionais”, afirma o diretor.

O diretor conta que para tornar o EJA ainda eficaz e acessível, é necessário, antes de tudo, entender as características dos estudantes que são atendidos. Na instituição de Taguatinga, assim como em muitas outras do Distrito Federal, grande parte dos alunos são pessoas que por diversos motivos não puderam concluir o seu ensino básico no período regular.

As formas utilizadas pelo CED 06 de Taguatinga para manter esses estudantes no ensino é um grande diferencial. Além de aproximar os alunos da escola, os profissionais se dedicam para aproximar a escola dos alunos em situações adversas em que a presença dos alunos é dificultada.

“Às vezes, nós temos algumas alunas que ficam gestantes e que não querem acabar com os seus estudos, e a gente procede com um material didático e materiais domiciliares. Nós também temos alguns alunos que estão exercendo a carreira militar, e nós damos essas oportunidades de atividades extraclasse”, informa o gestor do CED 06.

De acordo com o diretor Rodrigo, esses são os preceitos que regem o sucesso da escola na Educação de Jovens e Adultos, além de sempre aprimorar a paciência interna para gerir uma escola com um público tão diverso.“Para mim, o segredo é você sempre pegar, expor e fundamentar questões sobre dignidade e respeito, ter uma parcimônia, porque acho que você deve ter um controle, uma tranquilidade ao conduzir uma instituição educacional”, comenta.

Gestor cobra melhores materiais de ensino

Para que o EJA melhorasse ainda mais, Rodrigo Filgueira comenta que tanto o governo distrital quanto o nacional deveriam investir em melhorias estruturais e metodológicas. “Infelizmente, a educação de jovens e adultos está muito sucateada. A gente não vê um apoio plausível, uma estrutura. As escolas que estão fazendo isso através dos seus gestores e servidores em geral”, asserta.

O diretor diz que a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE/DF) poderia estudar e criar a implementação de melhores mecanismos que melhorem as estruturas educacionais do EJA. Além disso, o gestor observa que os materiais didáticos fornecidos para o ensino de jovens e adultos na escola tiveram um decréscimo considerável na sua qualidade na metade da década passada, e cobra que utensílios educacionais mais estruturados sejam ofertados nos anos seguintes.

“O material da EJA começou a declinar a partir de 2015, na minha opinião. […] Em 2016, chegou um material dividido em áreas de conhecimento que é um material insuficiente. Tem que ter um material bem fundamentado, estruturado e que venha suprir a necessidade que temos na educação de jovens e adultos”, relembra.

Além disso, Rodrigo conta que seria imprescindível haver uma maior presença de iniciativas extracurriculares que apresentem perspectivas de futuro para os alunos, apresentando um leque de oportunidades que são possíveis de serem alcançadas graças à educação de qualidade. “Nós poderíamos ter mais projetos voltados para a educação de jovens e adultos, com o intuito de incentivar esses alunos no mercado de trabalho. Deveria haver mais workshops, palestras. Eu acho que isso é de muita importância, a gente já fez aqui uma feira das profissões, e o resultado foi muito positivo”, conta o gestor.

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