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Brasília

Mulher agredida e estuprada durante 4 dias na Estrutural foi resgatada

O ex-companheiro da vítima a manteve em cárcere privado em uma distribuidora de bebidas da família

Redação Jornal de Brasília

15/02/2022 17h29

Foto: Divulgação/PCDF

Tereza Neuberger
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A mulher de 38 anos, que não teve a identidade revelada, foi resgatada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta segunda-feira (14), após ser mantida em cárcere privado pelo ex-companheiro, de 37 anos, durante quatro dias em uma distribuidora de bebidas na Cidade Estrutural. No momento do resgate a vítima apresentava lesões no pescoço e rosto. Em depoimento a vítima informou aos policiais que o ex-companheiro também a teria forçado a manter relações sexuais durante o período em que foi mantida em cárcere.

Após cerca de dez anos separados, o homem teria mandado mensagens afirmando que teria mudado e a vítima teria voltado a se relacionar com o ex-marido recentemente. Segundo relatos à polícia na última quinta-feira (10), a vítima estava em um aniversário com uma amiga, quando começou a receber uma sequência de ligações do companheiro.

A vítima decidiu se encontrar com o ex-companheiro e os dois seguiram para um hotel, local onde a vítima relatou que o homem teria usado uma certa quantidade de crack. A vítima relatou que após o uso de drogas o ex-companheiro ficou cada vez mais agressivo. Quando o homem saiu do quarto para comprar mais drogas, a mulher decidiu ligar para a polícia e solicitar medidas protetivas, mas acabou desistindo.

Na sexta-feira (11), dia seguinte ao ocorrido no hotel, segundo a vítima, o ex-companheiro a esperou na saída do local onde ela trabalha e teria coagido a vítima a se dirigir até a distribuidora de bebidas, que pertence a ele na Estrutural.

A distribuidora de 10m² teria sido o cenário onde a mulher foi mantida em cárcere privado durante esses quatro dias, em condições precárias e insalubres, além de ter sido agredida e forçada a ter relações sexuais com o agressor. A cada tentativa da vítima de sair do local o agressor a ameaçava de morte. O agressor também determinava o horário que ela poderia fazer refeições ou utilizar o banheiro. No local não havia chuveiro e a vítima tomava banho com um balde.

Assim que viu uma oportunidade, a mulher enviou uma mensagem para uma amiga pedindo por ajuda, em seguida, a amiga acionou a 8ª Delegacia de Polícia, localizada no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Os policiais se dirigiram até o local onde encontraram o agressor e a vítima. O autor foi autuado em flagrante, e não teve o nome divulgado para preservar a identidade da vítima. O caso segue sob investigação da 8ª delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, como estupro, lesão corporal e violência doméstica, no âmbito da Lei Maria da Penha.

De acordo com o boletim de ocorrência, os agentes da PCDF relataram que durante o depoimento na delegacia, o agressor estava alterado e nervoso. Também foi relatado que o agressor ao ser detido “Ficou se lesionando com cabeçadas na parede e na grade”, que reagia com gritos e chutes na cela.

Histórico da relação

Foto: Divulgação/PCDF

Em 2010 a vítima de 38 anos, teria começado a se relacionar com o homem de 37 anos, com quem teve um filho. No mesmo ano, o homem que era companheiro da vítima na época, foi detido pela PCDF. Em 2016, o então ex-companheiro da vítima, saiu da prisão e procurou por ela. Ele teria mandado mensagens para a ex-mulher, porém na ocasião ela já se relacionava com outro homem.

Logo após, o homem acabou preso novamente e só saiu da cadeia no final de 2021, quando voltou procurar a vítima afirmando que havia mudado. Desde então o casal voltou a se relacionar.

Ao perceber o envolvimento do companheiro com drogas, pouco antes de ser mantida em cárcere privado, a vítima pegou todo o dinheiro que o homem teria arrecadado na distribuidora e entregou para a mãe do agressor, para que ele não adquirisse mais drogas. Ao saber disso, o homem começou a agredi-la com socos e tentou inclusive enforcá-la. Impedido de ir além pelos próprios familiares. Diante das agressões a vítima tentou fugir, quando foi alcançada pelo agressor e por medo se dirigiu até a distribuidora de bebidas, de onde foi impedida de sair pelos próximos três dias.

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