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Brasília

Mortes em vias públicas do DF em 2022 é maior do que em 2021

A estatística não contabiliza os óbitos que ocorreram neste mês de dezembro, o que indica que o número anual deve ser ainda maior

Redação Jornal de Brasília

29/12/2022 18h24

Foto: Reprodução

Por Gabriel de Sousa
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O ano no DF chega ao seu fim com uma triste estatística sobre a segurança das suas estradas sendo divulgada. Segundo o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran/DF), 2022 teve mais mortes por conta de acidentes nas vias públicas do que em 2021.

Entre janeiro e novembro deste ano, 242 pessoas morreram nas vias públicas do DF, enquanto que, em todo o ano de 2021, 238 pessoas pereceram nas estradas após acidentes. A estatística não contabiliza os óbitos que ocorreram neste mês de dezembro, o que indica que o número anual deve ser ainda maior.

O mês de abril foi o que teve mais mortes no ano, com 31 óbitos sendo reportados pelo Detran. Em contrapartida, novembro, com 15, teve a menor contabilização até então. De acordo com as estatísticas, a média mensal de vítimas nas estradas do DF, em 2022, é de 22.

Por mais que o número de vítimas fatais seja maior do que em 2021, o número de acidentes que geraram óbitos é menor do que o do ano passado: foram 71 ocorrências entre janeiro e novembro e 83 em todo o ano de 2021.

Ou seja, por mais que tenha tido menos incidentes, houve um maior número de mortes nos casos que foram registrados em 2022. No ano atual, foi registrado uma média de 3,4 óbitos por acidente com vítimas. Em 2021, houveram 2,9.

Por enquanto, 2022 é o segundo com menos óbitos no século

Por mais que o número de óbitos nas vias públicas seja maior do que em 2021, o ano atual ainda é o segundo com menos mortes desde que o Detran/DF começou a série histórica destas estatísticas em 2000. O período com mais fatalidades calculado pelo departamento foi em 2007, quando 467 foram vitimadas por acidentes de trânsito.

Além de 2021 e 2022, os anos que tiveram menos óbitos foram os de 2017 e 2020, onde 254 e 267 pessoas morreram nas estradas, respectivamente. Como as ocorrências do mês de dezembro ainda não foram incluídas nas estatísticas, ainda não é possível definir se o ano atual terá mais ou menos mortes do que tais períodos.

O acidente com vítimas mais recente, reportado pelo Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBM/DF) e noticiado pelo Jornal de Brasília, aconteceu no feriado de Natal, onde um casal morreu e dois adolescentes ficaram feridos na BR-070, na via que ia em sentido a Águas Lindas de Goiás.

Homens foram os mais vitimados

Entre as estatísticas divulgadas pelo Detran, foi atestado que a grande maioria das vítimas por acidentes de trânsito eram do sexo masculino. Entre janeiro e novembro deste ano, 196 homens e 40 mulheres perderam a vida nas estradas, além de seis pessoas que não tiveram o sexo identificado.

Das 242 vítimas, 21,9% tinham entre 40 a 49 anos, e 19% entre 30 a 39 anos, ambas são as faixas etárias com o maior número de pessoas falecidas nas vias públicas do DF. O Departamento também identificou que 15 crianças e adolescentes perderam a vida em acidentes.

Dos vitimados o Detran estimou que foram 80 pedestres, 65 motociclistas, 48 condutores de veículos, 28 passageiros e 20 ciclistas. Dos que morreram quando estavam a pé, 20 eram idosos com mais de 60 anos e sete se tratavam de menores de idade.

BR-020 é considerada a mais perigosa

No Guia CNT de Segurança nas Rodovias 2023, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) na semana passada, a BR-020 foi apontada como a mais perigosa de todo o DF entre novembro de 2021 e outubro de 2022.

Dos 944 acidentes em BR’s registrados pela Confederação, 339 foram nesta estrada (35,9% do total). A 020 também é destacada no total de mortes, já que 17 dos 47 óbitos aconteceram em suas pistas (36,2%).

O número alto de acidentes na BR-020 é um problema para os que precisam se deslocar de Planaltina, Formosa, Sobradinho e Planaltina de Goiás, que são as cidades que utilizam a estrada para chegar até a região central de Brasília. Com as colisões, formam-se engarrafamentos que dificultam o vai-e-vem dos moradores, que precisam esperar por um longo tempo para dar sequência as suas viagens.

Uma das populares que utiliza a BR para fazer o trajeto diário é a estudante Lorena Silveira, de 23 anos, que mora em Planaltina e estuda de manhã na Asa Norte e diz ter perdido muitas aulas por conta dos “incontáveis acidentes” que acontecem no caminho.

“Quase todo dia tem algum acidente. A gente já sai um pouco mais cedo contando que algo ruim pode acontecer pelo caminho, mas sempre a gente chega atrasado. São só duas faixas e se alguém bate ali, tudo fica parado e ninguém anda”, conta a estudante.

Por mais que goste da cidade onde vive, os engarrafamentos e o risco de acidentes na BR-020 motivam Silveira a traçar planos para morar em outro lugar. “Chega uma hora que a gente se cansa de pegar ônibus todo dia e ficar no engarrafamento. […] A gente vê muita batida e muita gente machucada, tem o medo de um dia ser com a gente, né?”, indaga a jovem moradora de Planaltina.

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