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Brasília

Moradores temem epidemia de giardíase em Águas Claras

Arquivo Geral

01/09/2017 21h26

O casal Thayná Gomes e Igor Marra ao lado de Phill, que sofre com a doença há três dias. Foto: John Stan

Raphaella Sconetto
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Moradores de Águas Claras estão com receio de que a cidade possa estar passando por um surto de giardíase – doença infecciosa muito comum em cães e gatos –, e acreditam que a causa principal para isso seja a falta de higiene de alguns donos que deixam fezes de animais na rua. A suspeita também chama atenção de veterinários devido ao aumento de atendimentos relacionados à doença na região. Os sintomas são diarreia, vômitos, mal-estar e falta de apetite no animal.

A estudante Carolina Vidotto, de 25 anos, conta que sua cachorrinha contraiu a doença há 18 dias. “Eu acordei e a Cali estava mal, vomitando, com diarreia. Aí levei ao veterinário e ele me disse que, pelos sintomas, era giardíase”, lembra. “O que me assustou foi o veterinário dizer que isso é um problema aqui em Águas Claras. Ele me disse que, por média, atendia sete casos com a mesma doença por semana”, acrescenta a estudante.

Os dois cachorros da também estudante Thayná Gomes, de 25 anos, passam pela mesma situação. A condição da vira-lata Maria Flor é a pior: está há três semanas com diarreia. Já o Phill, um Lhasa Apso, está há três dias. O diagnóstico, que veio essa semana, preocupou a dona dos pets. “A gente levou no veterinário, fez vários exames, hemograma, teste de leishmaniose, e depois o exame de giárdia, que deu positivo nos dois”, conta. “Eles são vacinados, na hora eu não acreditei no diagnóstico”, lamenta.

Assim como Carolina, Thayná também disse que a veterinária que está cuidando dos bichinhos comentou que Águas Claras vive o surto. “Ela falou que acontece em Águas Claras, Recanto das Emas e Arniqueiras. Mas, aqui, o número é muito grande porque as pessoas não coletam as fezes. Na frente do prédio costuma ter o saquinho, mas não resolve”, aponta.

Foto: John Stan

“Atendemos de um a dois casos por dia com a suspeita da doença”, Louise de Carli, veterinária. Foto: John Stan

A veterinária Louise de Carli, do hospital veterinário Vitta Vet, confirma a possível epidemia. “Atendemos de um a dois casos por dia com a suspeita da doença”, conta. Para ela, o contato entre os animais durante um simples passeio pode estar contribuindo com isso. “Pelo fato das pessoas descerem com um cachorro que possa estar contaminado, aumenta a chance de que outros também peguem. Isso acaba virando uma bola de neve”, afirma.

Doença também atinge humanos

De acordo com Louise, a doença é infecciosa e o humano corre risco de contraí-la. Para diminuir os riscos, atitudes simples podem ser tomadas. “Primeiro, seria catar as fezes dos animais, isso já ajudaria bastante. Segundo, seria vaciná-los, o que pode ajudar na prevenção. E também vermifugar com frequência o animal, pelo menos a cada seis meses”, conclui.

Aproveitando os conselhos, a estudante Thayná garante que já não dispensa cuidados em casa. “Quando pego as fezes, eu já limpo tudo e passo álcool. Assim que terminar a vermifugação, eu vou lavar tudo que ele usa com água quente, qualquer parte que ele encostar vou limpar e não vamos entrar mais com o sapato da rua em casa”, elenca.

Versão oficial

Em nota, a Gerência da Zoonoses informou que não recebeu nenhuma notificação sobre a giárdia e recomendou que os moradores enviem um e-mail para [email protected], informando sobre os casos. Os moradores devem procurar a Zoonoses e informar o endereço e telefone, para que um técnico vá ao local verificar.

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