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Brasília

Medicina Tradicional Chinesa é opção para tratamento de sequelas covid-19

A chamada MTB, desenvolvida no oriente ao longo dos últimos cinco mil anos, teve alta efetividade no tratamento inicial da covid-19 na China.

Vítor Mendonça

19/07/2021 10h06

Essencial frente aos primeiros casos do novo coronavírus no mundo, especialmente na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é um dos métodos de tratamento complementares contra a covid-19 que trouxe resultados rápidos e eficientes no início da proliferação do vírus no país de origem, com resultados satisfatórios na melhora do quadro dos pacientes.

De acordo com artigo publicado na Revista Chinesa de Medicina Natural (CJNM) em março de 2020, uma vez que o vírus pandêmico se alastrou à época em mais de 30 países no mundo, tratar da doença de maneira rápida e eficaz era essencial. Portanto, segundo o documento, a MTC pôde oferecer a resposta mais efetiva por se tratar de uma medicina pensada individualmente para cada paciente. A taxa de efetividade foi superior a 90%.

A MTC é um conjunto de técnicas e práticas naturais de tratamentos para as mais diversas enfermidades e dores, de acordo com o médico especialista na medicina oriental, Ennio Ferreira Bastos. Segundo ele, entretanto, a prática originária da China, que há aproximadamente 5 mil anos vem se desenvolvendo, é ignorada por ampla maioria da medicina ocidental, afirmando estar focada, em grande parte, apenas na aplicação de remédios e cirurgias, sem estabelecer uma cultura de tratamento preventivo.

“É a ditadura das superpoderosas farmacêuticas. A medicina ocidental não entende a linguagem da oriental, e falta estudo dos profissionais sobre a medicina chinesa. Temos que pensar em uma medicina global. Vamos entendê-la como tal e curar as pessoas? Cuidar da saúde do povo?”, instigou o médico. Segundo ele, ainda há muito o que avançar quando se trata de alinhamento entre os dois pólos de tratamento de doenças.

Para Ennio, a separação apenas atrapalha. Ele defende, na verdade, que as duas medicinas deveriam ser complementares. “Não queremos competir. Queremos auxiliar na prevenção, tratamento e recuperação. É preciso uma integração pensando na política pública, não na política de doença. Nós entregamos saúde: cuidamos de desarmonias e disfunções. Em toda a história, a MTC participou no tratamento de todas as pestes”, exemplificou.

Na Zen Jus – Medicina Chinesa e Terapias Orientais, onde o médico especialista atua, são recebidos muitos pacientes com sequelas decorrentes da covid-19. A clínica está localizada no clube da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e possui tratamentos de acupuntura, ventosaterapia, massoterapia, auriculoterapia, reiki, entre outras técnicas, que têm contribuído para a melhora dos quadros de saúde.

“Todos os clubes têm churrasqueiras, quadras e piscinas, mas esse é o único clube de Brasília que se preocupa com a saúde mental dos seus associados”, destacou o especialista. “A imunidade cresce com a aquisição de vitamina D passando minutos debaixo de um sol bem forte de meio dia, por exemplo. Tomar açafrão e chás fitoterápicos e de cúrcuma com gengibre também ajudam o corpo a se defender”, disse sobre tanto a prevenção quanto o tratamento da doença.

“Hoje estamos diante de uma pandemia em que o melhor remédio é a imunidade. Através da alimentação podemos fortalecê-la. Quando falo da forma de se alimentar para os meus pacientes, sempre digo que pela manhã nós temos que nos alimentar como reis; à tarde almoçar como príncipes; e à noite jantar como plebeus. Não somos bichos que só comem – nós nos nutrimos”, destacou ainda.

As áreas da MTC

Para além da acupuntura, fazem parte da MTC a “utilização de fitoterapia (fórmulas magistrais contendo ervas), meios físicos (como calor e massagem), técnicas corporais (como dieta e exercícios), práticas de respiração e meditação, entre outras”, conforme explica o doutor em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo (SP), Marcelo Saad, em artigo denominado “A Medicina tradicional chinesa tem base científica?”, de 2008.

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