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Brasília

Manifestações: “acho que a PM ficou constrangida”, diz Fraga

“Se jogarem fogos em cima do Executivo, eu vou tomar as providências, do Legislativo, da mesma maneira, isso é uma posição minha”, diz Ibaneis

Catarina Lima

15/06/2020 18h25

O ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite do último sábado, 14 de junho, ato que culminou na exoneração do subcomandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Sérgio Luiz Ferreira de Souza, pelo governador Ibaneis Rocha, expôs dificuldades enfrentadas pela corporação para lidar com os manifestantes que desafiavam as medidas de isolamento social acampando na Esplanada dos Ministérios, não usando máscaras de proteção e agredindo manifestantes de pensamento contrário.

O coronel da reserva da PM e ex-deputado federal, Alberto Fraga, avalia que durante todo esse tempo a PM teve receio de agir, porque se tratavam de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. “Acho a que a PM ficou constrangida”, disse Fraga, lembrando que se o coronel Sérgio não estava presente à manifestação, é preciso apurar de quem foi a responsabilidade por não impedir o ato de ataque ao STF. “Simplesmente exonerar o coronel é uma atitude arbitrária do governador”, disse. Já com relação a manifestação contra o STF, o ex-deputado classificou como “um absurdo”.

O governador Ibaneis Rocha explicou a exoneração do subcomandante-geral dizendo o militar deveria ter tomado as medidas corretas para evitar que a manifestação chegasse ao ponto que chegou. Ibaneis argumentou, ainda, que tomaria providências para defender qualquer um dos poderes. “Se jogarem fogos em cima do Executivo, eu vou tomar as providências, do Legislativo, da mesma maneira, isso é uma posição minha”, diz Ibaneis.

O deputado distrital e subtenente da Polícia Militar do DF, Hermeto (MDB), defendeu a atitude tomada pelo governador Ibaneis em relação ao subcomandante. Segundo ele, a exoneração do coronel Sérgio foi correta. “Ele já foi tarde. Quem está comandando não pode ser fraco. A tropa segue o seu comandante. O coronel expôs a tropa”, destacou Hermeto. O deputado descartou a possibilidade de que alguns membros da PM do DF estejam agindo de forma a defender os apoiadores do presidente da República. “Quando estamos trabalhando não temos cores partidárias”, frisou Hermeto. Quanto a ativista Sara Winter, líder do grupo “300 do Brasil”, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, Hermeto, assim com Fraga, disseram que ela deveria ter sido presa há mais tempo.

Mais fogos

Após a prisão de Sara Winter, na manhã de hoje, um grupo de manifestantes foi à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde a líder do movimento cumpre prisão preventiva. Além de levar faixas e cartazes de apoio a líder, um dos manifestantes soltou fogos em alusão ao gesto que no sábado causou indignação aos ministros do STF e levou o presidente da Corte, Dias Toffoli, a acionar órgãos de investigação. Até a conclusão desta matéria, a Polícia Militar do Distrito Federal não respondeu as perguntas feitas pela reportagem do Jornal de Brasília.

 

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