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Brasília

Maioria da população continua utilizando máscara no transporte público do DF

A pesquisa da CNI mostra a que adesão ao item de proteção é maior no deslocamento e baixa em atividades de lazer e no trabalho

Redação Jornal de Brasília

01/09/2022 9h00

Foto: Divulgação

Marcos Nailton
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Com o Distrito Federal tendo mais de 86% das pessoas vacinadas com a segunda dose ou dose única contra a covid-19 e a diminuição dos casos de contágio da doença, os moradores estão deixando de usar máscaras em locais públicos e privados da capital. Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 55% da população brasileira ainda adota o item de proteção no transporte coletivo mesmo após o uso deixar de ser obrigatório.

Desde a publicação do Decreto N° 43.072 de 10 de março de 2022 não é mais obrigatório o uso de máscaras no Distrito Federal em razão da pandemia de covid-19. Mas o estudo mostra que os transportes públicos é o único local dentre os pesquisados em que mais da metade dos moradores ainda mantém o hábito adquirido na pandemia.

Em atividades de lazer, como academias, shows, cinemas, bares e restaurantes, as máscaras só são usadas por 25% ou menos dos entrevistados. Os supermercados são o segundo local com maior adesão das máscaras (49%) da população disse usar o item de proteção, segundo a pesquisa. Mas o percentual cai bastante em outros espaços de compras, como comércio de rua (34%) e shoppings (33%). Chama atenção ainda que apenas (31%) mantêm o cuidado no ambiente de trabalho.

“Diante de um cenário de menor gravidade da pandemia, com alta cobertura vacinal da nossa população e redução dos casos, as atividades econômicas estão retornando ao seu ritmo normal e o mercado de trabalho começa a se recuperar. Mas é importante que a população continue atenta aos índices de Covid19 e, sempre que preciso, mantenha os cuidados necessários para evitar uma nova onda, por todos os seus impactos na sociedade”, destaca o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Adesão de moradores

Ao Jornal de Brasília, a estudante universitária e estagiária, Camila Silva, 21 anos, conta que utiliza o transporte público do DF todos os dias para se locomover para diversos locais, como a universidade e a academia. A moradora de Águas Claras diz que usa a máscara mais em locais fechados e pouco ventilados, normalmente quando vai para cidades do DF que possuem metrô. Camila costuma retirar a proteção da face em locais mais abertos e arejados.

“Utilizo em mercados, farmácias, salas de aula, academia, etc. Eu usufruo do transporte público, ônibus e metrô, todos os dias e, como tenho contato com muitas pessoas atoladas em um pequeno espaço físico que é pouco ventilado, a chance de contágio de doenças é grande, não só o Coronavírus, mas como outras também. Então, para evitar contrair alguma doença ou passar para outra pessoa, continuo usando máscaras em transporte público”, destaca Camila Silva.

Foto: Divulgação

A moradora de Samambaia Sul, Célia de Souza, disse ao JBr que observa que as pessoas utilizam a máscara no transporte público e em lojas, mas quando saem, retiram a proteção. A auxiliar de serviços gerais destaca que ainda usa a máscara, principalmente no trabalho, por recomendação da empresa na qual trabalha.

“Bom eu uso no metrô porque como preciso sair cedo para o trabalho é bem no horário de pico, mas assim, é só sair do local mais fechado que o pessoal retira a máscara, acredito que pelo motivo de não conseguir mais andar por aí com a máscara depois de mais de dois anos usando, e porque quase todo mundo já tomou a vacina, […] No trabalho eles conversam com a gente recomendando para a nossa própria saúde, meses atrás eles exigiam, mas agora deixaram de lado”, contou Célia de Souza.

Uma a cada três pessoas não utiliza máscara em qualquer lugar

A pesquisa da CNI mostra ainda que cresceu o número de pessoas que abandonou de vez as máscaras. Entre abril e julho desse ano, o índice de brasileiros que não estão usando máscaras em nenhum local passou de 17% para 32%. Ou seja, uma em cada três pessoas não utiliza mais máscaras.

A adesão continua principalmente nos locais de pequena circulação de ar. Entre abril e julho deste ano, o percentual das pessoas que disseram usar máscaras apenas em locais fechados se manteve estável, de 53% para 52%, enquanto caiu de 29% para 16% o percentual que utilizam tanto em locais fechados quanto abertos no mesmo período.

Especialista recomenda o uso em locais fechados

Em entrevista ao Jornal de Brasília, o médico infectologista e especialista em medicina tropical, Dalcy Albuquerque Filho, contou que é uma excelente notícia que grande parte da população já está vacinada no DF, porém, o especialista destaca que ainda recomenda que os moradores utilize máscara em locais fechados e com pequena circulação de ar, mesmo sem a medida ser obrigatória.

“A recomendação que deve ser dada, e aí já não é mais uma obrigação e sim uma recomendação, é que nos locais fechados, como transporte público, elevador, os próprios shoppings e lojas menores, ainda é recomendado que se use a máscara mesmo que não seja obrigatório. Nós não podemos esquecer que o vírus continua circulando, a pandemia não acabou, apenas a gente vê agora uma redução no número de casos”, destaca o especialista.

Dalcy Albuquerque Filho ainda ressalta que a vacina não impede que a pessoa se contagie com o vírus, mas sim com que a população não fique em estado grave. “O fato é que as pessoas já não estão usando mais, e já tinha uma adesão pequena mesmo enquanto era obrigatório, […] A estratégia da vacina hoje ela não é impedir que as pessoas fiquem doentes, a pessoa vacinada pode adoecer, agora ela vai ter quadros brandos. Hoje o objetivo principal da vacina é evitar os quadros graves e a pior consequência desse caso grave que é o óbito”, completa o médico infectologista.

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