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Brasília

Lixo: o grande vilão

Resíduo sólido descartado irregularmente causa danos profundo a cidade, como alagamento, doença e proliferação de praga

Redação Jornal de Brasília

18/01/2024 6h36

Foto: Kiko Paz/Novacap

Por Luís Nova
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Sempre que a chuva chega as terras candangas começa a surgir reclamação na cidade, seja de alagamento, seja do aumento de caso de dengue e dentre outras. O problema pode até parecer culpa do governo, mas o grande causador do caos é lixo produzido pela própria comunidade, que o descarta de forma irregular nas ruas e avenidas das regiões administrativas.

A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), em 2023, desobstruiu 31.372 redes pluviais, média de 85 desentupimentos por dia, e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolheu 660 toneladas de lixos e entulhos durante o ano anterior, uma média de 55 toneladas mensais

Além dos transtornos nas vias, esse péssimo hábito ainda colabora com a proliferação de pragas pela cidade. Segundo informações da Secretaria de Saúde do DF (SES) o ano começou com um aumento de 207% dos casos de dengue em comparação com o mesmo período do ano passado, entre 31 de dezembro e 6 de janeiro. Foram notificados mais de 2 mil casos da doença. Ainda de acordo com a pasta, a maioria dos casos aconteceram em Ceilândia, 172,66 a doentes para cada 100 mil habitantes.

Ceilândia é a maior região administrativa do DF e por isso tem os maiores problemas, entretanto, vários podem ser resolvidos com pequenas mudanças de hábitos, como o descarte correto dos resíduos sólidos e entulhos. Em 9 de Janeiro, o Jornal de Brasília publicou uma reportagem sobre o lixo na cidade, e segundo o SLU na época, a cidade ficou em primeiro lugar no ranking crítico da sujeira.

Na última chuva forte que atingiu Ceilândia, a avenida principal ficou completamente alagada, como mostrado pela página do Instagram Ceilândia Muita Treta, print ao lado. A equipe de reportagem do JBr, foi até o local e conversou com a comunidade. A resposta é unanime: todo mundo joga lixo na via e a rua sempre alaga.

O vendedor, Tiago Silva, 24 anos, presenciou o alagamento da avenida e, também, diariamente observa a população jogando lixo na rua o que ele considera como uma “ação irresponsável”. “A água entrou aqui na loja, tivemos que tirar o computador que fica no chão para não estragar. Pelo menos uns quatro carros quebraram aqui em frente”, frisa o vendedor.

O entupimento da galeria pluvial causa transtorno direto para a população. Ao invés da água correr pela tubulação, o entupimento faz com que a água corra por cima do asfalto. A Novacap e as administrações trabalham juntas para tentar aliviar esse problema, mas o lixo que é jogado diariamente fecha a passagem da água. “Ano passado, foram desobstruídas 31.372 redes pluviais. Dessas, 255 redes foram reconstruídas por causa de intervenções de raízes ou presença de esgoto nas tubulações”, explica a Novacap.

O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informou que no período da chuva o trabalho é intensificado para combater a dengue e evitar novos alagamentos. Essa força tarefa já retirou mais de 22 toneladas de lixos e entulhos das cidades. “Neste começo de janeiro, coletamos uma média de 1.300 toneladas/dia”, afirma a pasta.

Além da população local, quem também sofre muito com os alagamentos são os motoristas de aplicativo. Rivaldo Santos, 37 anos, trabalha todos os dias nas ruas da cidade. “Tem muito lixo jogado nas ruas. Na Cidade Estrutural você vê tudo o que pode imaginar. Semana passada vi um porco rasgando um saco de lixo para comer o resto de comida”, relata.

O administrador Interino da Administração Regional de Ceilândia, João Marcelo Souza, informou que está desenvolvendo um projeto, junto com a regional de ensino da cidade, para conscientizar os jovens sobre os perigos do descarte irregular dos resíduos sólidos. Ainda segundo João Marcelo, nesta semana a administração retirou mais de 50 caminhões da quadra 28/36 do P Sul. “Só vamos mudar a realidade do lixo com a ajuda da população”, afirma o administrador.

Para evitar que mais lixos sejam jogados pelas ruas, a Administração criou um projeto paralelo de recolhimento de objetos usados e destruídos. Qualquer cidadão de Ceilândia pode ligar para o (61) 3550-6231. Durante toda a semana é feito o agendamento e as retiradas são feitas as terça e as quinta.

Dengue

A pessoa que apresentar febre alta, dor no corpo e articulação, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas deve procurar uma Unidade Básica de Saúde para receber o tratamento adequado. “As equipes estão preparadas para fazer o acolhimento dos usuários e oferecer a hidratação calculada conforme o peso”, afirma a Secretaria de Saúde. Outra indicação para as pessoas doentes é o repouso absoluto. “Não há um remédio específico para a doença. Na maioria dos casos leves, a dengue tem cura espontânea após dez dias”, conclui a pasta.

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