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Brasília

Julho: campanha contra hepatites virais

No começo, a doença é silenciosa, mas pode levar a complicações maiores, como cirrose e câncer

Redação Jornal de Brasília

18/07/2019 15h37

Foto: André Borges/Agência Brasília

Da Redação
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Inicialmente, apresentam poucos sintomas, mas elas atacam o fígado. Por isso, as hepatites virais podem levar a complicações antes mesmo que a pessoa descubra que está com o problema. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos de câncer hepático estão diretamente relacionados aos vírus das hepatites B e C, enquanto cerca de 1,5 milhão de mortes estão relacionadas às hepatites virais.

A OMS instituiu 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, mas as ações de conscientização já vêm marcando presença no DF desde o início do mês – como a Oficina de Atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções na Região Centro-Oeste, promovida pela Secretaria de Saúde (SES) no dia 12. Também está prevista uma ação no Parque da Cidade, com orientações e distribuição de preservativos. Assim, o mês de julho tem sido destacado como referência à campanha de conscientização sobre a doença.

O objetivo é atrair a atenção para o tema, incentivando o diálogo entre os vários atores no campo da saúde pública. A criação de novas políticas públicas ou a consolidação das já existentes implicará diretamente não só o aumento da conscientização da população sobre as hepatites virais, mas também na garantia do acesso universal ao tratamento e à prevenção dessas doenças. ?

Causas

“As hepatites virais conhecidas são causadas pelos vírus A, B, C, D e E”, explica a médica Carina Leão de Matos, da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis. “As hepatites causadas pelos vírus A e E são, normalmente, por contágio fecal-oral, enquanto as hepatites B, C e D são transmitidas por contato com sangue, pela via sexual e perinatal”.

Ainda não há dados da doença para o ano de 2019 no Distrito Federal. Porém, entre 2008 e 2018, foram notificados, no DF, 4.003 casos confirmados de hepatites virais. Desses, 1.804 (45,07%) são referentes aos casos de hepatite B, 2.117 (52,89%) de hepatite C e 2 (0,05%) de hepatite B+D.

Nesse mesmo período, foram registrados, no DF, 245 óbitos por hepatites virais dos tipos B, C ou D, como causa básica. Desses, 62% tiveram como causa básica a hepatite viral crônica C; 11,8%, a hepatite viral crônica B sem agente delta (D); e 0,8%, a hepatite viral crônica B com agente delta.

Como prevenir

Todas as hepatites virais são evitáveis. As dos tipos A e E são evitadas pelo uso de água tratada, saneamento básico e higienização adequada dos alimentos. “A hepatite A também pode ser prevenida pela vacina, disponível no SUS, dentro do Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos, e também no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais da Secretaria de Saúde”, informa Carina de Matos.

O público que pode se imunizar, explica a médica, é extenso. “[As vacinas são] “para pessoas de qualquer idade que tenham hepatopatias crônicas de qualquer tipo”, situa. Também fazem parte do grupo ao qual se destinam a vacina pessoas com HIV; portadores de doenças imunossupressoras, fibrose cística ou trissomias; candidatos a transplante de órgãos; doadores de órgãos, cadastrados em programas de transplantes; e ainda pessoas com hemoglobinopatias.

Também disponível para a hepatite B, a vacina e está prevista no calendário, para crianças, em quatro doses: ao nascer e aos dois, quatro e seis meses. Para os adultos e adolescentes que não se vacinaram na infância, são indicadas três doses, a depender da situação vacinal.

Evitar o contato com sangue contaminado é um dos meios mais eficazes de se prevenir contra as hepatites B, C e D. “Não partilhe escova de dente, lâmina de barbear e de depilar, tesouras, alicates de unha não esterilizados, seringas ou outros instrumentos usados na preparação e consumo de drogas, como as pipetas”, adverte a médica. “Também é importante o uso do preservativo, indicado em todas as relações sexuais, e as testagens regulares, inclusive no pré-natal”.

O tratamento

Segundo Carina de Matos, o tratamento depende do vírus.  “O da hepatite A normalmente consiste em repouso e cuidado com a dieta. Costuma ser um quadro autolimitado, mas deve ser acompanhado por um profissional. As hepatites B, C e D têm tratamento medicamentoso, disponível na Secretaria de Saúde”.

Além do tratamento, o diagnóstico também está disponível pela rede pública de saúde, por meio de exames de sangue, podendo ainda serem feitos testes rápidos ou laboratoriais, em qualquer unidade básica de saúde (UBS) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado no mezanino da Rodoviária do Plano Piloto.

No caso de resultados positivos, o paciente é encaminhado a algum serviço de atendimento especializado em hepatites virais da rede pública, localizados nos hospitais Dia, de Base, regionais da Asa Norte, Ceilândia, Sobradinho, Taguatinga, Gama e Universitário de Brasília, além das policlínicas do Paranoá e de Planaltina.

Com informações da Agência Brasília.

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