João Paulo Mariano
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A partir da próxima quarta-feira (7), segundo previsões da Companhia de Urbanização da Capital (Novacap), não haverá mais interdições na Rodoviária do Plano Piloto e os ônibus devem voltar a circular normalmente. Isso será possível porque houve decisão a respeito de como será feita a recuperação da estrutura danificada depois que uma empresa de telefonia rompeu os cabos de protensão – que auxiliam na sustentação da viga.
O plano foi divulgado 22 dias após o incidente, o ocorrido na manhã do dia 10 de outubro. Uma prestadora de serviço da empresa Vivo, a fim de instalar três cabos de fibra ótica que auxiliariam no serviço de wi-fi, perfurou a viga B1 da plataforma inferior B da rodoviária.
Inicialmente, havia a constatação de que a viga teria 60 cabos de protensão e dez teriam sido rompidos. Ou seja, apenas 15%, assim não haveria danos à estrutura. Porém, o diretor-presidente da Novacap, Júlio Menegotto, elucidou que esse cálculo estava errado, pois na verdade a pilastra tem 112 cabos de protensão, sendo que 14 foram rompidos, mas não inutilizados completamente. Assim, a estrutura tem um coeficiente de segurança adequado para o que comportaria.
“Na época em que a rodoviária foi feita, as regras eram diferentes. O concreto utilizado tem 20% a mais de resistência que os parâmetros atuais. As pessoas podem passar tranquilamente por baixo (do local onde está a pilastra)”, assegura o diretor presidente. Ele garante que o laudo técnico feito pela empresa que cometeu os danos foi feito por um engenheiro da Universidade de Brasília (UnB), com o aval da companhia.
Agora, o laudo será encaminhado à Defesa Civil na próxima segunda-feira (05) e deve ser analisado até a quarta, dia em que Júlio Menegotto acredita que tudo estará resolvido. A obra começa no dia seguinte.
Reforma
A Novacap ainda não tem estimativa de quanto a obra deve custar, mas garantiu que não sairá um centavo dos cofres públicos. Ate porque não havia autorização de nenhum órgão do governo para que a modificação fosse feita. A empresa responsável pelo dano que pagará por tudo.
A estimativa da direção da Novacap é de que a reforma ocorra em até sete dias. A pilastra danificada será preenchida com um cimento especial, chamado grout, que é específico para casos como esse. Como não houve oxidação dos cabos que ficaram expostos ao ambiente devido ao buraco aberto, todo o processo será rápido.
A operadora Vivo, por sua vez, informa que prestou os esclarecimentos aos órgãos competentes, entregou todos os documentos e laudos técnicos solicitados e está adotando as medidas necessárias para recuperação da área conforme aprovado pela Novacap.
Punições
O diretor-presidente da Novacap, Júlio Menegotto, mais uma vez, garantiu que não houve autorização de nenhum órgão governamental para que a empresa Vivo fizesse a instalação na rodoviária. Ele lembrou que algumas empresas fazem modificações no espaço sem consultar o poder público e que isso pode trazer complicações a área.
Na época do incidente, o próprio governador Rodrigo Rollemberg afirmou que iria recorrer à Procuradoria Geral do DF para acionar a empresa judicialmente. Por nota, a PGDF informou que está aguardando o término do processo administrativo e as tratativas entre Novacap, DFtrans e a empresa Vivo para avaliar as providências adotadas e assim, analisar as medidas cabíveis, judiciais ou não.
Ônibus
O diretor-geral do DFTrans, Marcos Tadeu, divulgou que a circulação dos veículos voltará ao normal assim que houver a liberação do espaço por parte da Defesa Civil. Desde que o incidente ocorreu, quatro linhas, duas do BRT e duas que vão para Planaltina estavam com locais de embarque diferentes do habital.
