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Brasília

Inteligência artificial agiliza processos da farmácia clínica do Hospital da Criança de Brasília

A equipe de farmácia clínica do HCB é responsável pela avaliação de todas as prescrições de medicamentos feitas às crianças internadas

Redação Jornal de Brasília

08/08/2024 14h24

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Kalina Ribeiro (D) com Tamyris Borges: “O NoHarm faz tudo automático e já fala se o paciente é de alto, médio ou baixo risco” | Foto: Divulgação/HCB

O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) adotou um sistema que utiliza inteligência artificial para trazer mais rapidez e segurança nos processos da farmácia clínica. Utilizada de forma gratuita, a ferramenta NoHarm auxilia na avaliação dos pacientes internados e otimiza o trabalho dos farmacêuticos, permitindo que se dediquem, também, a ações voltadas à eficiência do atendimento. A adoção do sistema se alinha aos objetivos de impulsionar a saúde digital e tratamentos de ainda mais qualidade.

A equipe de farmácia clínica do HCB é responsável pela avaliação de todas as prescrições de medicamentos feitas às crianças internadas. “Eles avaliam dose, peso, a indicação, se a via é a mais adequada, se não tem nenhum problema renal ou hepático, se a dose está dentro do permitido, do calculado para aquela idade, e também o tempo de tratamento”, explica o gerente de Suprimentos e Logística do HCB, Leandro Machado.

No processo manual, os farmacêuticos precisam avaliar os pacientes com base na evolução que cada profissional da equipe registrou – o que leva bastante tempo, já que o hospital tem mais de 200 leitos. A adoção do NoHarm facilitou esse trabalho. Integrado a outros programas utilizados pelo HCB, o sistema acessa o prontuário dos pacientes e reúne as informações registradas pela equipe multiprofissional. 

Interpretação rápida

O HCB é o primeiro hospital de Brasília e o terceiro do Centro-Oeste a adotar o NoHarm de forma completa. “Esse sistema faz um screening de leitura de todas as evoluções e, com a inteligência artificial, faz uma avaliação em massa”, detalha o gerente. “Ele busca palavras-chave, como neurotoxicidade, alergia, insuficiência renal aguda e traz de uma maneira muito mais rápida; consegue ler e falar”.

Criado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o programa é disponibilizado gratuitamente a instituições do SUS. O processo de implantação começou em janeiro e incluiu tanto avaliações do setor de tecnologia da informação, para verificar questões de segurança, quanto treinamento dos farmacêuticos. Já com 100% de validação, o programa também é importante por atualizar constantemente o escore das crianças internadas.

“O score é a ferramenta que utilizamos para classificar o risco do paciente; dependendo do risco, temos uma conduta diferente em relação ao acompanhamento clínico”, explica a supervisora de Farmácia do HCB, Kalina Ribeiro. “O NoHarm tem o score dentro do próprio programa, faz tudo automático e já fala se o paciente é de alto, médio ou baixo risco.”

 Coleta de dados

O risco verificado pelos farmacêuticos está relacionado aos medicamentos prescritos, de forma que a equipe precisa de acesso rápido ao score para intervir quando necessário.

Com atualização automática e frequente, o NoHarm também coleta dados como a temperatura das crianças, exames e alertas de incompatibilidade medicamentosa, e leva essas informações em consideração para definir o score de cada uma.

A farmacêutica do HCB Tamyris Borges lembra a importância dessa atualização constante: “Um paciente que está em baixo risco pode mudar o quadro clínico e se tornar um alto risco. Quando fazemos isso manualmente, levamos tempo e podemos perder essa avaliação em tempo real. O NoHarm faz isso e avalia mais parâmetros, por causa do know how que abrange no sentido da inteligência artificial”.

Além de auxiliar os farmacêuticos a agir em prol da segurança das crianças atendidas, o programa com inteligência artificial permite que os profissionais se dediquem mais a seu papel de buscar a eficiência no uso dos medicamentos.

Dedicação

“Ele viabilizou uma celeridade na avaliação, abrangendo maior número de pacientes”, pontua Tamyris. “Tenho mais tempo de interação na ponta, olhar a bomba de infusão, olhar o paciente, ter o contato com a enfermagem, com os médicos. Às vezes, podemos ficar muito tempo nessa parte do computador e nos afastar do assistencial; o sistema facilita muito com esse tempo que ganhamos.” 

Leandro Machado ressalta que outras responsabilidades dos farmacêuticos podem ser fortalecidas: “A equipe já tem um número grande de atividades, mas 60% de seu tempo estava dedicado a avaliar prescrições. A inteligência artificial facilita para acompanhar a periodicidade de avaliação, o histórico de antimicrobianos, tudo que antes, era visto na mão, fazendo tabelas em que era fácil se perder”.

Com a agilidade e segurança promovidas pelo NoHarm, os farmacêuticos têm mais tempo para atuar desde a internação das crianças até a alta, garantindo o atendimento eficaz e seguro para cada paciente.

*Com informações da Agência Brasil

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