Menu
Brasília

Ícone de Brasília, Teatro Nacional ainda tem história para contar

Em entrevista com JBr, o secretário de Cultura do Distrito Federal conta como anda a reforma iniciada em janeiro de 2023

Tamires Rodrigues

27/03/2024 6h30

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em 21 de abril de 1966, o Teatro Nacional foi inaugurado, projetado por Oscar Niemeyer na forma de uma pirâmide asteca, um dos maiores monumentos de Brasília, declarado Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1987, já passou por grandes fases com peças, músicas e artistas renomados. Localizado próximo à rodoviária no Plano Piloto, a construção está fechada desde 2014.

Mas foi apenas 15 anos depois, em 21 de abril de 1981, que a obra foi oficialmente concluída e entregue à população de Brasília.

Operários conversam durante a obra de construção do Teatro Nacional – M.M Fontenele/DIGEPHAC/Arquivo Público do DF

Hoje, 27 de março, é comemorado o Dia Mundial do Teatro e fica impossível não lembrar dos grandes nomes da música, dança e do teatro que se apresentaram na casa que recebeu o nome de Cláudio Santoro. Afinal, uma geração não teve a possibilidade de conhecer o equipamento cultural.

Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Yma Sumac, os balés russos Bolshoi e Kirov, o balé da Ópera de Paris e, entre os brasileiros, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Dulcina de Moraes, Glauce Rocha, Ziembinski, Márcia Haydé, Márika Gidali e o balé Stagium, Grupo Corpo, João Gilberto, Caetano Veloso, Maria Bethânia e praticamente todos os principais nomes da música popular brasileira são alguns dos artistas que passaram pelo espaço.

Cacilda e Walmor em “Moeda Corrente”, em abril de 1961. – Foto: Arquivo

Mas afinal, o que aconteceu?

Em janeiro de 2014, quando foi fechado, o Brasil tinha acabado de passar pelo incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), no qual 242 pessoas morreram. O episódio fatídico intensificou o rigor na análise de casas noturnas e prédios públicos em todo o país.

Foi mais ou menos nessa época que o Governo do Distrito Federal (GDF) chegou a fazer um projeto de reforma de aproximadamente R$ 200 milhões, dada a complexidade arquitetônica do prédio, mas a obra não foi adiante. Alguns anos depois, o país passou por uma grande crise política e econômica e, mais uma vez, a revitalização não foi uma prioridade.

Uma nova chance

Em 2019, e com algumas dificuldades financeiras para uma obra completa, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decidiu fatiar a reforma em partes. A primeira etapa contemplada foi a fachada e a Sala Martins Pena, ao custo de cerca de R$ 55 milhões, dos quais R$ 33 milhões são oriundos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Vista aérea do Teatro Nacional Claudio Santoro, localizado na zona central de Brasília – Foto: Divulgação/Secec-DF

Já em seu segundo mandato, a reforma ganhou mais prioridade. Em 2023, em um momento mais crítico da cultura do DF, Cláudio Abrantes assumiu o cargo da Secult.

Segundo ele, a reforma já está em estado avançado, com mais da metade já concluída.

“Estamos restaurando áreas que precisam de reparos, atualizando questões de segurança e, principalmente, tornando o espaço acessível para todos”, disse Abrantes em entrevista ao JBr.

Secretário Claúdio Abrantes – Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

O progresso da obra segue em três etapas, avançando da parte externa para a interna e dos camarins para cima, subindo os quatro subsolos até alcançar a Sala Martins Pena e o palco. Os próximos passos incluem a conclusão do forro, a instalação dos dutos e a ligação tanto da parte elétrica quanto do ar-condicionado e hidráulica.

“A sociedade do DF pode esperar um Teatro moderno, acessível, seguro e apto a receber os maiores espetáculos do país, sem deixar de lado a preservação da sua história e do seu patrimônio”, conclui Cláudio Abrantes.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado