Menu
Brasília

IBGE começa a coletar dados de brasilienses para o Censo 2022

A partir desta segunda-feira (1º), as moradias do Distrito Federal começaram a receber a visita de 2.953 recenseadores contratados pelo IBGE

Redação Jornal de Brasília

01/08/2022 16h47

Foto: Banco de imagens

Gabriel de Sousa
[email protected]

Começou, nesta segunda-feira (1º), a coleta domiciliar de dados feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será feita para elaborar o Censo Demográfico de 2022. No Distrito Federal, 2.953 recenseadores, que foram aprovados a partir de um concurso público, irão visitar as moradias das 33 regiões administrativas, a fim de traçar um perfil da sociedade brasileira, em conjunto com os resultados obtidos em outros estados.

Os recenseadores locais terão até o início de novembro para visitar os domicílios brasilienses, que, de acordo com a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) é estimado em 963.812 residências. Os colaboradores do IBGE irão apresentar dois questionários, um básico e o outro ampliado. O primeiro busca saber as informações pessoais do morador, como a sua identificação étnico-racial, educação e renda. Este formulário possui 26 itens, e leva cerca de cinco minutos para ser respondido.

Já o ampliado, que possui 77 perguntas e tem a duração estimada de 16 minutos para ser feito, é respondido por cerca de 11% dos moradores. O questionário deseja identificar itens mais específicos dos moradores, como o tempo de deslocamento até o local de estudo e/ou trabalho principal, religião, convívio familiar e informações sobre pessoas com deficiência e autismo.

Realizado a cada dez anos, o último Censo foi feito em 2010, sendo que o atual deveria ter sido elaborado em 2020. Neste ano, 183.021 recenseadores, contratados via concurso público, irão visitar 75 milhões de domicílios que existem no país.

O Censo está sendo realizado com dois anos de atraso por conta da pandemia de covid-19 e de cortes orçamentários. O IBGE alegou que nos Orçamentos da União de 2021 e 2022, foram reservados valores insuficientes para a realização do estudo. Porém, em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que a pesquisa deveria ser feita em 2022, ordenando o governo federal a liberar um montante no valor de R$ 2,292 bilhões, o que possibilitou a abertura dos concursos públicos e o início da coleta de dados.

A expectativa é que os primeiros resultados do Censo sejam divulgados no final deste ano. Outras análises e pesquisas, feitas através da coleta de dados, irão ser publicadas entre os anos de 2023 e 2024.

Como reconhecer o recenseador/a?

Por conta de preocupações com a segurança, muitos moradores podem ficar receosos com a ida dos recenseadores em suas casas. Porém, os brasilienses não precisam temer a entrada dos profissionais em seus domicílios, já que eles estarão devidamente identificados no momento das visitas.

O IBGE explica que todos os recenseadores usarão um colete com a logomarca do Instituto e um boné do Censo 2022. Além disso, os colaboradores portarão um crachá de identificação e o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC). Caso o morador ainda tenha dúvidas, é possível confirmar a identidade do profissional no link: respondendo.ibge.gov.br, ou pelo telefone 0800 721 8181.

Vale lembrar que qualquer morador do domicílio pode responder os questionários, desde que seja maior de 12 anos e capaz de fornecer as informações desejadas pelo recenseador. O IBGE solicita os dados do respondente, como o nome, CPF, e-mail e telefone para contato.

Conforme destaca o IBGE em uma nota oficial, os moradores não precisam ter medo de fornecer as suas informações pessoais, já que os dados estarão assegurados pelas leis nº 5534/68, 5878/73 e pelo Decreto nº 73;177/73, que certificam que as informações devem apenas ter a finalidade de pesquisa. “Todas as informações coletadas são confidenciais, protegidas por sigilo e usadas exclusivamente para fins estatísticos”, diz o Instituto.

Recenseadora fala sobre o início de trabalho

Uma das 2.953 recenseadoras que irão atuar na coleta de dados em Brasília é a estudante Juliane Yurika, de 21 anos, que aproveitou a oportunidade de colaborar com o Censo e conseguir uma renda extra antes de realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). “Por causa da flexibilidade do cargo, você pode trabalhar na hora que você bem entender. Como neste ano não estou na faculdade e estou estudando para o vestibular, iria ser mais tranquilo para mim do que trabalhar oito horas por dia”, afirma.

A jovem, que irá visitar as residências na Vicente Pires, onde mora, diz que os recenseadores são agentes fundamentais para a elaboração do Censo, já que, graças a eles, as informações sobre os brasileiros podem ser contabilizadas a partir das visitas. “A gente é, basicamente, a ponte entre a população e o IBGE. Acho que principalmente porque a realidade do país não permite que a gente chegue em todas essas pessoas por meio da internet, por exemplo”, explica.

Entre os dias 15 e 19 de julho, Juliane e os outros 2.952 recenseadores que também irão atuar no Distrito Federal participaram de um curso de treinamento para as visitas aos domicílios. As preparações foram feitas de segunda à sexta, das 8h até às 17h. Segundo a recenseadora, lá ela aprendeu a como se apresentar aos moradores, além de aprender a dialogar sobre a importância do Censo para o futuro do país, em caso de relutância dos respondentes à participação na pesquisa.

“Em cima desse padrão, depende muito da realidade de cada lugar que a gente for percebendo. Se for um jovem descolado que sabe do que é o ‘rolê’, é uma coisa. Mas se for uma senhorinha, que às vezes não tem uma televisão em casa e não está sabendo sobre o Censo, aí, é uma outra coisa”, explica Yurika.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado