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Brasília

Homem é preso após passar trotes para a Polícia Civil

Arquivo Geral

05/07/2016 11h38

Divulgação/PCDF

Quando passar trote deixa de ser uma brincadeira infantil e se torna uma atividade recorrente de um adulto, a situação não é simplesmente de chamar a atenção, mas pode se tornar caso de prisão. Foi o que ocorreu com o pintor Rômulo Pinheiro de Miranda, 39 anos, que foi preso nesta segunda-feira (04). A Polícia Civil o acusa de ter passado mais de 150 trotes para o serviço de denúncias 197, entre 2009 e 2015. Um relatório com mais de 30 páginas, feito pela Divisão de Controle de Denúncias e Ocorrências Eletrônicos (DICOE) da PCDF, corrobora com a prisão. O pintor foi capturado em flagrante quando ligava para o número 197 de um orelhão no bairro onde mora, o Morro Azul, de São Sebastião.

O modus operandi dele era o seguinte: ele se informava de alguma ocorrência importante que estava sendo muito comentada pela mídia e ligava para o serviço de denúncia para falar que sabia do paradeiro de um fugitivo, ou de tráfico de drogas ou, até mesmo, de alguém que possuiu armas e ameaçava a população. A maioria dos endereços utilizados pelo passador de trotes pertenciam ao bairro que ele morava. A “brincadeira” causou prejuízo do trabalho policial e onerou os cofres públicos. Os casos começaram a gerar problemas para essas famílias e também para os policiais que foram às casas para tentar dar uma resposta rápida às denúncias.

Ontem, o denunciado Rômulo avisou a polícia que um traficante de drogas iria receber uma grande quantidade de entorpecentes. Esse suposto traficante até já teria ameaçado Rômulo, apontando uma arma para sua cabeça. “Quando começamos a verificar que algumas denúncias caíam em um mesmo endereço, acionamos a DICOE e pedimos um levantamento. Ontem, no início da conversa, uma operadora [do serviço de denúncia] verificou que se tratava da mesma pessoa [dos outros trotes], me avisou e mandei uma equipe para o local. Pegamos ele em flagrante, o que tira qualquer possibilidade de dizer que não era ele”, explica o delegado-chefe da 30ª DP de São Sebastião, Érito Cunha.

Na delegacia, Pinheiro só admitiu que fez a última ligação em que foi pego em flagrante, mas negou todas as anteriores. Ele ficou preso por seis horas, assinou um Termo Circunstanciado se comprometendo a se apresentar à Justiça quando necessário, e foi liberado. Ele foi autuado por falsa comunicação de crime, perturbação do trabalho e do serviço telefônico. O delegado Érito afirma que o próximo passo é encaminhar as provas para o Instituto de Criminalística, para comprovar que ele é o autor de todos os trotes.

A polícia ainda não sabe se os endereços informados pelo acusado eram de pessoas que ele tinha problemas de relacionamento, uma forma de vingança ou só uma brincadeira. “Temos o objetivo de ouvir as pessoas denunciadas para ver se elas tem ou não envolvimento com o mundo do crime. Se não tiverem, vamos tentar imputar a ele os crimes de denunciação caluniosa que são crimes graves e tem uma pena de dois a oito anos de cadeia. Isso vai fazer com que ele pague por cada uma das ligações”, conclui Érito.

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