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Golpe do falso emprego no DF pode roubar dados e dinheiro das vítimas

Os estelionatários aproveitam o alto índice de desemprego para lesar as vítimas com promessas de vagas de emprego falsas. Veja como evitar esses golpes

Redação Jornal de Brasília

01/06/2022 23h25

Foto: Agência Brasília

Por Elisa Costa e Marcos Nailton
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Com o uso da internet, os internautas estão mais suscetíveis a cair em golpes cibernéticos, aqueles aplicados diretamente através de um computador, celular ou aparelho eletrônico. No DF, muitos moradores relataram à reportagem do JBr, o recebimento de mensagens suspeitas, que geralmente, oferecem dinheiro, crédito em bancos ou oportunidades de emprego.

Em abril deste ano, o número de pessoas desempregadas no DF era de 15,9%. O estudo foi feito pela (PED-DF), através de um levantamento feito em parceria com a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os estelionatários aproveitam desse grande índice para roubar os dados e dinheiro das vítimas.

Entre os entrevistados pelo JBr, a predominância do recebimento das mensagens é através de SMS e do aplicativo WhatsApp. Como é o caso da moradora da Cidade Estrutural, Renata Saraiva, ela está desempregada e contou que recebeu uma oferta falsa de emprego através do WhatsApp em nome da empresa Magazine Luiza, e após saber que se tratava de um golpe, ficou bastante chateada.

“Fiquei toda esperançosa porque conseguir emprego está muito difícil neste momento, […] Eles ficavam fazendo perguntas muito pessoais, e não pediam meu currículo, não marcavam uma entrevista certa, era tudo pelo celular, […] Eu desconfiei do golpe, parei de responder e bloqueei o contato”, contou Renata Saraiva.

A reportagem do Jornal de Brasília coletou alguns dos números de telefone e endereços de e-mails recebidos e tentou entrar em contato, mas o resultado foi nulo. As ligações dizem que os números em questão não existem, assim como os e-mail. A maioria dos números possuía o DDD 11, do estado de São Paulo.

São enviados links duvidosos para quem entra em contato com a suposta empresa, que solicita a criação de uma conta. Dessa forma, os criminosos coletam dados das vítimas, por isso, é recomendado não acessar nenhum link enviado por esses atendentes. Depois de conversar com a empresa falsa, o JBr constatou que as informações sobre a oferta de emprego são totalmente diferentes das informações enviadas pela primeira vez.

Segundo os dados coletados pela Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), entre janeiro e junho de 2020, o número de ocorrências de estelionato virtual aumentou 347% na capital federal, comparado ao mesmo período do ano de 2019. As quadrilhas tentam atingir pessoas das mais variadas idades, classes e regiões administrativas. A PCDF informou que não possui esses dados compilados de 2021 e 2022 atualizados até o presente momento.

“Com a pandemia e a crise econômica se observou um grande aumento no número de desempregados, […] Esse cenário se tornou perfeito para golpistas que se aproveitam do desespero e necessidade das pessoas”, explica Afonso Morais, CEO da Morais Advogados Associados e especialista em recuperação de crédito e fraudes digitais.

Afonso Morais conta que normalmente a fraude começa com um anúncio, que pode ser em um conhecido site, chegar por e-mail, mensagem de WhatsApp ou outro tipo de mensagem. Algumas ofertas tentadoras ludibriam a vítima, solicitando até dinheiro como garantia da vaga de emprego.

“As propostas sempre parecem reais e irrecusáveis em termos de salário e benefícios. A vítima começa fazer a seleção e, antes de assumir a vaga, é informada pela recrutadora, por meio de mensagens de texto, que precisa efetuar uma transferência pelo PIX no valor de R$800,00, por exemplo, como garantia da vaga”, detalha o advogado.

Feito o pagamento e enviado o comprovante, a vítima passa a ser ignorada pela atendente do recrutamento. É nesse ponto que a vítima começa a suspeitar de que se tratava de um golpe. “Muitas vezes o candidato vai ao endereço da empresa citado no contrato, chegando constata que a fraude, não existe empresa no local. Nesse ponto se tem o desespero de perceber o golpe em uma situação complexa que já vive. Isso ocasiona sérios problemas, que vão dos econômicos aos psicológicos”, avalia Afonso Morais.

Como evitar cair nesses golpes?

Para evitar cair em um golpe desse modelo, que leva o candidato a perder o pouco dinheiro que resta e ficar abalado mentalmente, a principal recomendação é ter sempre cautela, principalmente diante de propostas muito boas. Também cuidado com links clicáveis de endereços suspeitos, certifique-se que são seguros através do ícone de um cadeado que fica ao lado esquerdo do link do site.

“Somente responda a anúncios de empresas que estão recrutando diretamente ou caso de uma empresa recrutadora confirme a sua idoneidade, podendo usar o Reclame Aqui ou SERASA. Também pode ser interessante solicitar contrato entre a recrutadora e a empresa que vai contratar”, alerta Afonso Morais.

Outros pontos importantes é ver se a vaga realmente existe e que não se deve pagar valores para obtenção de empregos. Lembrando que quem deve pagar pelo recrutamento normalmente é a empresa que vai contratar o empregado e não o contrário.

Caso caia no golpe, é importante que a vítima realize um boletim de ocorrência na Polícia Civil do DF (197), a vítima também pode entrar em contato ou ir diretamente até a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), localizada no Setor Policial, próximo ao parque da cidade.

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