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Brasília

GDF prepara licitação para compra de carne vermelha para merendas

No fim de 2019, houve falta de proteína animal na merenda de alunos da rede pública e a Secretaria de Educação tomou medidas para combater o problema

Redação Jornal de Brasília

05/03/2020 14h44

Foto: Andre Borges/Agência Brasília.

Aline Rocha, Catarina Lima e Willian Matos
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O vice-governador do Distrito Federal, Paco Britto, anunciou que será realizada, nesta sexta-feira (5), audiência pública para apresentar o novo modelo de oferta da alimentação escolar e sobre aquisição de carne vermelha para a merenda escolar. “Vocês não terão mais baixa qualidade na alimentação, isso é dignidade para vocês”, disse o vice-governador. Em seu discurso, no lançamento da campanha das secretarias de Segurança e da Educação, que utiliza os personagens da Turma da Mônica para conscientizar estudantes acerca do combate à violência contra a mulher, Paco declarou que a violência também é fruto de uma má alimentação. “Comer bolachinhas como vocês comiam dá violência, dá revolta em vocês, que se transporta para os pais de vocês e acontece o que acontece”.

A audiência pública para tratar da compra da carne vermelha e de outros itens para a merenda escolar acontecerá nesta sexta. Também será discutida na oportunidade a terceirização da compra dos produtos. Segundo o vice-governador, “a merenda hoje já terceirizada. A audiência vai tratar da união de todos os terceirizados, e preparar a licitação”, explicou. Como já foi anunciado pelo Jornal de Brasília, o Sindicato dos Professores do Distrito Federal é contrário a terceirização.

A campanha de combate à violência contra a mulher é uma parceria entre a secretaria de Segurança Pública, a secretaria de Educação, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização das Nações Unidas (ONU) Mulher e a Maurício de Souza Produções. O projeto consiste na produção de dois vídeos com personagem da Turma da Mônica em que a mulher é colocada em situação de igualdade com os homens e de empoderamento na sociedade.

O primeiro vídeo, chamado “Juntos pela Igualdade”, com a Turma da Mônica clássica, é direcionado a crianças de 7 a 11 anos e aborda a importância do respeito às diferenças entre meninos e meninas. O segundo, de nome “Papo Reto”, com a Turma da Mônica Jovem, busca ajudar adolescentes entre 12 e 17 anos a identificar indícios de comportamentos que podem tornar um relacionamento abusivo.

Campanha para 500 mil estudantes

Os vídeos produzidos pela campanha serão destinados a quase totalidade dos 500 mil alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal. “Essas parcerias são fundamentais para o combate à violência contra a mulher. A secretaria de Segurança não consegue reprimir esse tipo de violência porque são coisas pontuais, que acontecem dentro da família e isso foge ao controle da secretaria. A violência contra a mulher é resolvida com educação, ela não vai ser combatida com arma”, avaliou o secretário de Educação, João Pedro Ferraz, também presente ao evento. Os professores receberão o material da campanha para trabalhar com os alunos. “Nós temos que conscientizar essas crianças para que levem esses vídeos para dentro de suas casas, mostrem a seriedade que é isso. A criança vai ser educada brincando, com apoio da ONU e do PNUD, enfatizou o vice-governador.

O secretário alertou que a violência pode adquirir várias facetas, devido a problemas como transporte ruim, falta de material didática etc. “Nós temos que combater todo o tipo de violência”, enfatizou o titular da educação. O secretário de Segurança, Anderson Torres, disse que essa campanha é uma semente que está sendo plantada. “Temos que fazer alguma coisa para mudar esse quadro, para que no futuro esses casos de violência sejam lembrados como fatos que ocorreram no passado.

Entenda

No fim de 2019, houve falta de proteína animal na merenda de alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal, a Secretaria de Educação tomou medidas para combater o problema e repor os produtos in natura na alimentação escolar. Para repor os produtos, o GDF fará o pagamento indenizatório à JVC, empresa fornecedora dos produtos.

Por que estava faltando?

A Secretaria atribui a falta de proteína a uma série de fatores. O principal deles, contudo, era a não renovação dos contratos para aquisição de gêneros alimentícios com recursos federais. A Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) entende que o fornecimento não é um serviço contínuo, e não renovou os acordos desde o parecer nº316/2017.

Por isso, vários contratos foram encerrados. O acordo para fornecimento de carne suína chegou ao fim no 20 de agosto de 2019 e não foi renovado; o de filé de peixe, encerrou-se em 2 de setembro de 2019; o de ovos de galinha em 14 de junho de 2019; e o de frango in natura em 24 de julho de 2019. O de almôndegas não foi atingido pelo parecer da PGDF, mas por conta do alto teor de gordura apresentado, foi suspenso até que o fornecedor apresente o produto com o teor contratado de, no máximo, 8%.

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