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Brasília

GDF implementa medidas de contenção do COVID-19 no transporte público

Empresas concessionárias de transporte público – metrô e ônibus – serão obrigados a higienizar os veículos duas vezes ao dia, seguindo as mesmas regras adotadas pelos hospitais.

Catarina Lima

15/03/2020 18h09

COVID-19

O Centro Executivo de Combate ao Coronavírus, do governo do Distrito Federal, em reunião ontem pela manhã, no Palácio do Buriti, tomou algumas providências a serem implementadas nos próximos dias para coibir a transmissão da doença e preparar o sistema de saúde para cuidar dos casos mais graves. Uma das medidas a serem tomadas é que as empresas concessionárias de transporte público – metrô e ônibus – serão obrigados a higienizar os veículos duas vezes ao dia, seguindo as mesmas regras adotadas pelos hospitais. Serão limpos os corrimões e alças de segurança, ou seja, peças que usadas pelos usuários para segurança.

A comunicação direta será uma ferramenta utilizada no transporte público. Segundo o secretário de Mobilidade, Valter Casemiro, a TV Bus e cartazes colocados nos ônibus e metrô informarão às pessoas sobre as formas de contágio e de proteção da doença. Ainda não foi decidido se será produzida campanha de massa a ser veiculada na mídia tradicional.

Aumento de leitos

De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina, em 2018 o Distrito Federal dispunha de 0,89 leito em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por dez mil habitantes. O secretário de Saúde do DF, Osney Okumoto, disse o DF possui 388 leitos de UTI. Segundo o secretário, ao longo desta semana haverá um aumento de 50 leitos em UTIs, assim como a reequiparação dos já existentes. Os leitos antigos receberão novos respiradores, 200 monitores, 40 aparelhos de ultrassom. Também serão colocados a disposição dos profissionais dois novos tomógrafos portáteis. “Estamos, ainda, conversando com a rede particular para a contratação de novos leitos”, revelou o secretário Osney.

Até o momento o governo do DF já editou três decretos com medidas de combate ao coronavírus. No primeiro, o governador Ibaneis Rocha suspendeu as aulas por cinco dias nas redes de ensino pública e privada, além do cancelamento de eventos públicos e determinação de condições específicas para funcionamento de bares e restaurantes; no segundo, Ibaneis disciplinou a distância entre pessoas em bares e restaurantes, e finalmente, um terceiro, em suspende as aulas por 15 dias em instituições públicas e privadas de ensino, além de atividades coletivas e sessões de cinemas e teatro. Também foram suspensos eventos com público superior a cem pessoas

Num primeiro momento o governador Ibaneis chegou a ser criticado pelo ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta, sobre a decisão do chefe do Executivo do DF de suspender as aulas na cidade. “O que nós estamos fazendo é seguindo o protocolo de Singapura para a doença”. Segundo Mandetta, naquele momento, a suspensão de aulas nas escolas públicas não foi recomendação do ministério e poderia ter efeito contrário, de disseminar a doença. Hoje outros estados seguem o exemplo do DF.

A baixa velocidade do avanço em Singapura e em Hong Kong é atribuída ao estrito controle nas possíveis aglomerações. Celebrações religiosas, por exemplo, foram suspensas. Singapura fechou as fronteiras para pessoas vindas da China; em Hong Kong os visitantes chineses têm de passar por quarentena. “Hoje vemos que saímos na frente dos outros estados na tomada de decisões para conter o contágio”, avaliou o chefe da Casa Civil, Valdetário Andrade. Ele também adiantou que as medidas de combate ao coronavírus no DF contarão com recursos disponibilizados pelo governo federal, por meio de Medida Provisória assinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na última sexta-feira. A MP prevê a liberação de R$ 5 bilhões para os ministérios da Saúde e da Educação para medidas de combate à pandemia.

De acordo com a MP, os recursos serão distribuídos da seguinte maneira:

  • Fundo Nacional de Saúde: R$ 4,8 bilhões;
  • Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares: R$ 204 milhões;
  • Hospital das Clínicas de Porto Alegre: R$ 57 milhões;
  • Fundação Oswaldo Cruz: R$ 20 milhões.

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