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Brasília

GDF desativa hospital de campanha do Gama

O hospital de campanha do Gama será desativado devido à falta de pacientes e ao avanço na imunização; Em Ceilândia, o hospital tem 100 leitos disponíveis

Redação Jornal de Brasília

16/11/2021 20h08

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

Luciana Costa
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A Secretaria de Saúde anunciou hoje que fechará o Hospital de Campanha do Gama. Os indicativos considerados para a decisão são a taxa de ocupação dos leitos de covid-19 na rede pública e privada, em 52,73% e 50,38% respectivamente, e a baixa taxa de transmissão, em 0,70, que acompanham o avanço da imunização na capital.

Restavam dois hospitais de campanha em funcionamento para atender pacientes do Distrito Federal, no Gama e na Ceilândia, cidade na qual ainda há maior frequência de casos de covid-19, com 12,3%, o que corresponde a mais de 56 mil pessoas. O hospital da Ceilândia, localizado na Escola Parque Anísio Teixeira, inaugurado em 25 de maio, é o único do tipo que permanecerá ativo, com 100 leitos e atualmente com uma taxa de ocupação de 15%. Tendo investido R$ 10,4 bilhões, o objetivo do GDF é transformar o hospital de Ceilândia em um hospital materno infantil após o término da pandemia.

No Gama, construído no Estádio Bezerrão, o hospital foi inaugurado em 7 de maio de 2021 e será desativado imediatamente tendo somente 10% dos leitos ocupados, que terão os pacientes removidos para Samambaia e para o hospital de campanha da Ceilândia. Neste ano, o GDF desativou o hospital do Autódromo por falta de pacientes em 21 de outubro, os poucos pacientes foram transferidos e redistribuído os materiais hospitalares entre as Unidades de Saúde. A construção de cada hospital de campanha custou R$ 6,5 milhões.

Em 2020, a Secretaria de Saúde investiu R$ 79 milhões para a construção e gestão do Hospital de Campanha do Mané Garrincha, que foi o primeiro a ficar pronto no DF e teve as atividades encerradas após cinco meses, no dia 14 de outubro. O Hospital de Campanha da Polícia Militar, inaugurado em 1º de agosto de 2020, também já foi desativado.

Embora o secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, tenha defendido a renovação do contrato de gestão do hospital de campanha do Gama, ele cedeu à comissão fiscal após a queda do número de casos, de óbitos e de internações. As desativações dos hospitais do Autódromo e do Gama acontecem também para reduzir o gasto do governo, o general Pafiadache afirmou que: “Há um mês estávamos com 300 leitos. Hoje temos 200 e agora vamos baixar para 100, é seguro neste momento mantermos os cem leitos, mas vamos continuar acompanhando a evolução da pandemia”, em nota à imprensa.

A infectologista Dra. Naira Bicudo, 34, afirma que a tomada de decisão do GDF está bem fundamentada, pois o tempo de resposta do vírus foi levado em consideração antes de haver qualquer medida de flexibilização. Para a especialista, com a taxa de transmissão abaixo de 1, isso significa uma desaceleração da pandemia, por isso a baixa taxa de ocupação de leitos permite hoje desativar os hospitais de campanha. O maior motivo do lockdown e todas outras medidas restritivas eram que houvesse vagas de leitos suficientes para todos os pacientes, assim como oxigênio, medicação e equipamentos.

“O número de casos de covid-19 está diminuindo, não tem porquê continuarmos com tantas medidas de restrição e extraordinárias, claro que as medidas de higiene pessoal, uso de máscara e de boas práticas devem sim continuar, até porque a pandemia ainda não acabou”, afirma a infectologista.

Os contratos de gestão, que já haviam sido renovados por mais 180 dias com a empresa Mediall Brasil, já foram rescindidos. A Secretaria de Saúde contratou o serviço emergencial de gestão integrada, no qual a empresa contratada oferece toda a estrutura de equipamentos e recursos humanos necessária para atendimento de pacientes com a covid-19 nos hospitais de campanha. O preço atual pago pela diária dos leitos nos dois hospitais, do Gama e da Ceilândia, era de R$ 3.479,77. Caso haja necessidade, também informou que há o planejamento para mobilizar novos leitos na própria rede.

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