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Brasília

Festival de Brasília debate políticas públicas para o audiovisual

4º dia de FBCB traz filmes e discussões de mercado

Redação Jornal de Brasília

18/11/2022 15h39

Foto: Hugo Lira/Secec

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) já é tradicionalmente conhecido por ser um espaço de promoção do diálogo, de importantes trocas e aprendizados e de marcantes discussões sobre o setor do audiovisual no país. Dessa vez não podia ser diferente, e isso fica ainda mais claro quando a reflexão ultrapassa as telas e toma conta das rodas de debate, dos corredores e salas virtuais e das conferências. Foi o que aconteceu neste 17 de novembro, quarto dia desta 55ª edição do evento, realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), com a organização da sociedade civil Amigos do Futuro.

Nesse sentido, um dos destaques dessa edição foi a realização da 1ª Conferência Nacional de Cinema, que contou com três encontros ao longo da semana: “Reconstrução do Cinema Brasileiro”, “Desvendando a Lei Paulo Gustavo” e, por fim, “Recuperação do Setor Audiovisual e Políticas Públicas”, que aconteceu na tarde desta quinta-feira, reunindo o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Bartolomeu Rodrigues; o secretário de Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretarias Estaduais de Cultura, Fabrício Noronha; e o ex-ministro da Cultura e atual integrante do grupo técnico da Cultura no governo de transição, Juca Ferreira.

Com mediação de Cíntia Bittar, realizadora e integrante da diretoria da Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro (API), o encontro apresentou diagnósticos sobre o que vem sendo promovido para a estruturação do setor audiovisual, nos âmbitos dos governos federal, estadual e distrital, e, sobretudo, trazer as propostas e expectativas de ações de fortalecimento da área nos próximos anos. Os gestores destacaram os desafios enfrentados nos últimos anos, tanto do ponto de vista de um enfraquecimento de políticas públicas já anteriormente estabelecidas, como as leis de incentivo e o fim do Ministério da Cultura, quanto nas dificuldades decorrentes da pandemia.

“Na área do cinema foi um baque tremendo. Antigamente, os projetos de apoio eram feitos em entendimento com Fundo Setorial do Audiovisual e a contrapartida era bem interessante pra os produtores que concorriam aos editais do FAC [Fundo de Apoio à Cultura do DF]. Mas nós perdemos essa parceria, passamos a sofrer com o como administrar os recursos, como atender a cadeia da cultura e o setor do audiovisual?”, lembrou Bartolomeu Rodrigues. “Não foi como eu gostaria que fosse ou como o setor merece, mas houve um esforço muito grande que resultou em investimentos maciços. A última edição do FAC tivemos condições de fomentar 27 longas-metragens, além de 35 curtas, contemplando muita gente. Muitos estados, que a gente tem observado, não tiveram condições de oferecer isso.” O secretário de Cultura do DF ainda destacou que é sempre importante ter esperança de dias melhores. “Estamos esperançosos de um diálogo produtivo com o novo governo eleito e um desafio importante que é a discussão da Lei Paulo Gustavo”, destacou.

Já Juca Ferreira declarou o que muitos esperavam ouvir: que o Ministério da Cultura será recomposto e recriado. Sob aplausos do público, ele completou que “precisamos reconstituir uma base de coesão nacional, com todos as parcelas da sociedade, negros, mulheres, indígenas, comunidade LGBTQI+, e em todas as regiões do brasil. A sociedade brasileira tanto resistiu como se renovou, e isso é central para se reconstituir no Brasil”.

Representantes de diversas associações como APAN, CONNE e ABPA, fizeram solicitações de seus setores e tanto o secretário quanto o representante do novo governo se mostraram dispostos ao diálogo. Bartolomeu Rodrigues encerrou sua participação lembrando que as portas da Secec estarão “sempre abertas para receber a classe da cultura e o setor cinematográfico”.

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