Menu
Brasília

Festival de Brasília celebra diversidade e negritude no audiovisual

Longa “Mais um dia, Zona Norte” do diretor Allan Ribeiro foi destaque da segunda noite da Mostra Competitiva

Tamires Rodrigues

11/12/2023 23h30

Atualizada 12/12/2023 9h15

Foto: Divulgação/Bené França

A 56ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro continua e nesta segunda-feira (11), o Cine Brasília recebeu o segundo dia da Mostra Competitiva, a noite contou com produções que exaltam a diversidade e a negritude do audiovisual. Como o longa-metragem “Mais um dia, Zona Norte” do diretor Allan Ribeiro, e os curtas “Axé meu amor”  e “Erguida” .

Mais um dia, Zona Norte” do diretor Allan Ribeiro, foi o grande destaque da noite. Na trama inspirada em um curta ficcional de 2006, O brilho dos meus olhos mostra o cotidiano no norte do Rio de Janeiro, fazendo um paralelo entre a tristeza e felicidade, no trabalho e na diversão de personagens do subúrbio e como a vida pode ser boa mesmo com todos os percalços.

“Escolhemos quatro personagens para apresentar e eles se concentram na zona norte do Rio, então é um retrato local dessa região. Então colocamos até esse nome do título. Esse local que a massa trabalhadora do Rio fica lá, eles se agarram em locais de muita resistência para encontrar a felicidade como a Escola de Samba, o Baile Charme Black, Stand Up Comedy e a cena LGBTQIA+. São locais que elas se sentem acolhidas e encontram prazer”, comenta Allan Ribeiro ao JBr. 

O diretor ainda fez parte da montagem e composição da trilha sonora e comenta que sempre gosta de lançar suas produções no Festival de Brasília. “Aqui é um lugar que eu sempre gosto de estrear meus filmes, eu já vi mais de dez vezes no Festival é sempre um presente”, diz Allan.

A noite também foi marcada pela Mostra Nacional Curtas-Metragens com “Axé meu amor” de Thiago Costa que aborda a religiosidade e espiritualidade com Mãe Bené e o preconceito instaurado nas religiões de matriz africana. “Olha é muito importante trazer um filme com uma mulher preta que vem do interior, trazer uma mulher que venceu na vida. Lançar o filme em Brasília é maravilhoso, aqui seria a sala da nossa casa e desconstrói o que muitos falam sobre o artista nordestino”, declara Mãe Renilda, protagonista do filme. 

O diretor também comenta como foi o processo da produção e como foi importante o tempo para maturação do projeto. O filme é uma ficção baseada em fatos reais, eu começo o roteiro em 2019 e depois eu participo de um laboratório e foi um processo que durou quatro anos e esse tempo foi necessário, pois é um filme com muitas camadas, são muitos detalhes. Então é muito gratificante estrear aqui em Brasília, o lançamento mundial”, afirma Thiago, vencedor do candango de escolha do júri em 2022 com o curta Calunga maior.

O segundo curta na noite foi “Erguida”, de Jhonnã Bao, que retrata a história de uma mulher periférica que luta para fazer própria voz ser ouvida após problemas da sua vida pessoal. “Essa ideia da produção começou há quatro anos e a poesia foi base para isso para trazer força, motivação, o nome do filme não é por acaso, é uma mensagem para erguermos as nossas vozes”, explica a diretora. 

Jonnã, mulher preta e travesti agradece e comemora chegar ao festival. “O meu primeiro filme já estrear no festival mais antigo e em um dos mais importantes do Brasil. “Estou muito orgulhosa por as minhas irmãs poderem olhar e verem as possibilidades que a gente está construindo real, porque antes era um sonho muito longe e já estávamos construindo a materialidade deste sonho a muito tempo”, comemora. 

Curtas de Brasília 

O festival ainda contou com a Mostra Brasília Curtas-Metragens com duas produções que falam sobre o ser criança e o lúdico em volta desta fase da vida, “Malu e a Máquina” da diretora Ana Luíza Menezes que conta a história de uma menina que se divertia montando planos mirabolantes para capturar bichinhos de pelúcia. “É muito emocionante estar aqui, porque demora muito para fazer um filme, parece até fácil estando aqui, mas é um grande desafio, então é muito legal quando chegamos na exibição”, enfatiza a diretora. 

E também o lançamento de “A menina Corina em: Quantos Mundos Cabem em um Mundo”, de Luciellen Castro, que aborda a vida da personagem principal da infância à fase adulta, tudo isso em uma produção feita completamente em Stop Motion. “Foi uma equipe incrível na direção de arte, fotografia  e nos assistentes de arte, são artistas de Brasília, o Cadu Alves e o Rafael Alves, eles já trabalham com Stop Motion foi mais de um mês de gravação e pós produção de três meses para chegar aqui depois de um longo processo, foi uma grande aventura”, diz Karen Monteiro, diretora de produção. 

O Festival Continua

A 56ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai até o próximo dia 16/12, com mostras competitivas de longas e curtas nacionais e de Brasília, Festivalzinho e da Mostra Paralela — Outros Olhares.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado