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Brasília

Espancado na rua, jovem está em coma e família não tem nenhuma pista sobre crime

Arquivo Geral

13/12/2017 7h00

Foto: Arquivo Pessoal

Raphaella Sconetto
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A família do músico João Paulo Carvalho de Sousa, 30 anos, vive uma angústia há dez dias. O homem está internado em estado grave depois de ter sido agredido quando chegava em casa, de bicicleta, no Sudoeste. A autoria do delito é desconhecida, e a vítima, quem poderia dar alguma pista sobre o caso, está desacordada, internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base com traumatismo craniano. O caso é um mistério para a família, que pede ajuda para solucionar o crime.

Segundo a mãe do músico, Vera Lúcia de Oliveira, 65 anos, João Paulo voltava de um bar na Asa Norte, onde seu amigo acabara de fazer um show, às 4h. “O colega chegou a oferecer carona, mas ele disse que não precisava. Faltando 800 metros para chegar à casa dele, aconteceu tudo isso. A princípio eu achei que ele estava machucado por conta de uma queda da bicicleta, mas quando chegamos ao hospital o médico foi fazer a sutura e avisou que era espancamento”, conta.

Família não acredita que criminoso tinha a intenção de roubar João. Foto: Arquivo Pessoal

Família não acredita que criminoso tinha a intenção de roubar João. Foto: Arquivo Pessoal

Os primeiros socorros foram prestados por dois homens que faziam uma entrega próximo ao hospital Maternidade Brasília, no Sudoeste – local perto de onde o rapaz foi agredido.

“Eles pegaram o telefone no bolso do meu filho e me ligaram para avisar que João Paulo estava no chão, ensanguentado. Só que antes, acho que ligaram para o Samu porque quando eu e meu esposo chegamos, a ambulância já estava levando para o hospital”, acredita a aposentada.

Na opinião dos parentes, a hipótese de tentativa latrocínio – roubo seguido de morte – é a menos provável. “Não roubaram a bicicleta, carteira, nada. Só o celular que estava um pouco quebrado”, afirma Vera. A única certeza da mãe é de quem agrediu o filho queria que ele morresse. “O estrago que fizeram não mostra um simples espancamento”, lamenta.

A falta de informações sobre o caso preocupa a família, que busca uma motivação para o crime. “Foi difícil registrar boletim de ocorrência porque não temos informações suficientes. Mas de qualquer forma registramos. Fiquei sabendo que foram atrás de câmeras de segurança, mas não sei a que ponto está a investigação da Polícia Civil”, critica. “Não sei o motivo que levou essa pessoa a fazer isso com meu filho. Ele é uma pessoa de paz, que não tem inimizades. Ninguém está entendendo até agora o que aconteceu”, completa, emocionada.

O estado de saúde de João Paulo é crítico. Ele está em coma na UTI do Hospital de Base e já passou por uma cirurgia na cabeça para aliviar a pressão do inchaço do cérebro após o traumatismo craniano.

“O médico me disse ontem (segunda-feira) que começaria a tirar a sedação para ver como ele reage. Está uma coisa horrível, não tem um lugar sem ponto”, lamenta Vera.

A esperança da mãe é de que ele está vivo e há chances de melhora. “Já chorei tudo que tinha para chorar. Agora é esperar. É um dia após o outro. Ele vai sair dessa. Ainda tivemos sorte, porque no outro caso (o do doutorando Arlon Fernando da Silva) o rapaz morreu e meu filho ainda está vivo”, conclui.

Segunda vítima em menos de uma semana

A menos de três quilômetros e cinco dias depois do ataque ao músico, o doutorando da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, foi assassinado com quatro facadas, na quinta-feira passada, no Eixo Monumental. O crime é tratado como latrocínio – roubo seguido de morte -, já que a bicicleta dele foi roubada.

Árvores no Eixo Monumental começaram a ser podadas. Foto: Breno Esaki

Árvores no Eixo Monumental começaram a ser podadas. Foto: Breno Esaki

A Polícia Civil trabalha com quatro possibilidades para tentar identificar o suspeito. A primeira envolve o menor de 14 anos que inicialmente confessou ter matado a vítima para roubar a bicicleta. No entanto, ao ser confrontado com perguntas e elementos da investigação, ele mudou a versão dos fatos. Apesar de ter sido liberado, o adolescente ainda está sendo monitorado. No depoimento, ele apontou outro comparsa, que está na segunda linha de investigação.

O terceiro suspeito é um homem que deu entrada no Hospital de Base no mesmo dia, com um corte na mão. Ele afirmou na unidade de saúde que teria sido assaltado. As coincidências fizeram com que o homem passasse a ser investigado.

A última linha leva a um morador do Paranoá, que foi denunciado anonimamente por ter envolvimento com outros crimes.
Segurança na área

A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) está podando as árvores ao longo da ciclovia do Eixo Monumental. Já a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sinesp) fará uma vistoria para iniciar estudos sobre projetos de melhoria da iluminação.

“Vale ressaltar que a iluminação pública de todo o Eixo Monumental foi revitalizada em 2014, antes dos jogos da Copa do Mundo. Com isso, a região ganhou 690 postes com lâmpadas em LED, de 300 watts, aumentando a claridade. Nas áreas de calçadas, essa iluminação é reforçada com outras luminárias de 60 watts, permitindo uma luminosidade maior”, alega a Novacap, em nota.

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