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Brasília

Entenda como funciona a classificação de risco em hospitais e UPAs do DF

Protocolo adotado pelo IgesDF ajuda a identificar usuários em situação crítica e garante atendimento com base em escala de cores

Redação Jornal de Brasília

10/04/2024 9h59

Foto: Divulgação/IGESDF

O atendimento na porta das unidades de saúde pode ser restringido em períodos de emergência, como epidemias ou sazonalidades. Para atender melhor todos os pacientes, o Hospital de Base, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e as 13 unidades de pronto atendimento (UPAs) do Distrito Federal sob gestão do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) seguem o Protocolo de Classificação de Risco do manual da Secretaria de Saúde (SES-DF).

Ferramenta de apoio à tomada de decisão clínica, a classificação de risco é uma maneira de padronizar a linguagem para urgências clínicas, traumáticas e obstétricas. “O principal objetivo é a imediata identificação dos usuários mais graves, o que permite um atendimento mais ágil, seguro e oportuno, sempre seguindo cada uma das cores e suas orientações”, explica a enfermeira encarregada da UPA de Ceilândia I, Leny Cátia Xavier Santos.

“Tem dias em que recebemos tantas pessoas com necessidade de classificação de risco vermelha, ou seja, em estado gravíssimo e que necessita de atendimento imediato, que precisamos deixar de atender as outras classificações temporariamente”, conta Leny. Porém, ninguém deixa de ser avaliado e receber sua classificação. Além disso, o protocolo é combinado à metodologia de humanização e de acolhimento ao usuário.

A classificação pode ser realizada novamente, a pedido do paciente. De acordo com a enfermeira, se um paciente classificado como verde há 20 minutos ou mais pede para ser reclassificado por sentir que sua dor aumentou ou por entender que apareceram outros sintomas, é feita uma nova avaliação. Com isso, ele pode ser colocado em outra faixa de risco que necessite de um atendimento mais urgente.

Na classificação por cores, o vermelho é reservado para pacientes com risco iminente de morte, enquanto o azul indica os casos menos graves da escala

Entendendo as classificações

Às vezes, o paciente chega à recepção de uma UPA se queixando de dor de cabeça e cansaço no corpo. Ao ser examinado pela equipe de enfermagem, não apresenta febre, pressão alta ou qualquer outra alteração. O paciente reforça que a dor de cabeça está muito forte e que ele não consegue aguentar mais.

De acordo com Leny, a dor é considerada o quinto sinal vital. “A dor é um sentimento muito subjetivo, mas sabemos que, quando ela é intensa, temos também alteração de outros sinais vitais ,como aumento de frequência cardíaca ou da pressão arterial”, afirma. A presença de alteração nesses outros sinais vitais é o que vai ajudar o profissional classificador a saber qual a melhor forma de atender o paciente.

Segundo o chefe do Núcleo da Central Tática de Resolutividade do HRSM, Ronaldo Lima Coutinho, o tempo de espera entre a classificação até o atendimento médico depende da gravidade de cada paciente na chegada à porta da emergência.

“Casos vermelhos são de atendimento imediato, pois são pacientes com risco iminente de morte. Já os pacientes laranja possuem risco de agravamento, necessitando atendimento médico e assistencial de enfermagem de modo contínuo”, explica. De acordo com Ronaldo, pacientes classificados com a cor amarela necessitam de atendimento médico imediato, ou seja, podem ter acesso aos consultórios médicos do pronto atendimento por ordem de chegada.

Um paciente colocado na faixa de risco azul seria atendido por um médico e encaminhado para uma unidade básica de saúde (UBS). Lá ele teria a atenção primária necessária para a resolução do seu problema. Já alguém classificado como faixa verde, amarela, laranja ou vermelha seria encaminhado para a área determinada dentro da própria unidade para prosseguir com o tratamento.

Etapas do acolhimento

O paciente, quando busca atendimento, é acolhido pelos colaboradores, que seguem algumas etapas. Após realizar a abertura da ficha de atendimento, por meio da Guia de Atendimento de Emergência, a pessoa é acolhida por um profissional treinado que fará a escuta ativa qualificada, entendendo a queixa inicial. Esse paciente será então encaminhado para a classificação de risco.


A primeira avaliação tem como objetivo afastar o risco iminente de morte. A partir daí, procura-se entender o motivo da procura pela unidade de saúde. De posse dessa informação, o profissional da enfermagem deve identificar o fluxograma correspondente no protocolo da SES-DF e realizar a classificação de risco, avaliando ventilação do paciente, circulação sanguínea, sinais vitais e, em gestantes, o grau da dor.

Para cada queixa há um fluxograma diferente. O protocolo de classificação de risco para uma queixa de dor de cabeça ou tontura é diferente para uma queixa de falta de ar ou sintomas respiratórios. Dentro de cada um desses fluxogramas há questões diferentes que precisam ser identificadas para que seja possível estratificar o risco e inseri-lo no prontuário do paciente.

*Com informações do IgesDF

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