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Brasília

Distritais se mobilizam para tentar evitar greve dos professores

Os parlamentares buscam uma solução negociada para evitar a paralisação de aulas nas escolas públicas do DF

Redação Jornal de Brasília

26/04/2023 19h08

Vários deputados distritais usaram a tribuna da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) na tarde desta quarta-feira (26) para comentar a decisão tomada hoje em assembleia do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) pela greve geral da categoria a partir do dia 4 de maio. Os parlamentares buscam uma solução negociada para evitar a paralisação de aulas nas escolas públicas do DF.

A assembleia foi realizada no estacionamento do Eixo Cultural Ibero-americano, antiga Funarte, professores e orientadores educacionais do Distrito Federal decidiram entrar em greve a partir de 4 de maio. A categoria também decidiu que as aulas seguem normalmente nas escolas públicas até a data da paralisação. Pela lei, é preciso aguardar 72 horas para que a paralisação das aulas comece oficialmente.

O deputado Gabriel Magno (PT) reclamou da desatenção do governo com a categoria. “Das 29 categorias de nível superior do GDF, a carreira do magistério ocupa a penúltima posição em termos de salário. É com este descaso que o governo trata uma categoria tão importante, que educa e forma os cidadãos desta cidade. A campanha salarial começou no ano passado. O sindicato tem buscado diálogo com o governo desde então, mas hoje chegou-se ao limite, pois não há nenhuma proposta. Por que a Capital Federal não cumpre o piso nacional do magistério?”, questionou. O distrital, que já foi diretor do Sinpro-DF, disse ainda que “a solução agora está nas mãos do governador”.

Para o deputado Fábio Félix (PSOL), os professores vêm sendo maltratados pelo governo. “Os professores não aguentam mais a situação de penúria que estão vivendo. É uma das piores carreiras do ponto de vista salarial. Ninguém quer greve, mas é uma medida urgente e necessária porque o governo não abre diálogo. São quase cinco anos de abandono. Esta Casa tem que pressionar o governo para que a categoria seja recebida para um diálogo, nem que tenhamos que paralisar votações”, afirmou.

Wellington Luiz (MDB), presidente da Câmara Legislativa, disse que o Poder Legislativo vai se envolver nas negociações para resolver a questão. “Temos que trabalhar para evitar que essa greve aconteça. Vamos buscar uma solução”, prometeu. A deputada Paula Belmonte (Cidadania) pediu ao governo que escute os professores. “As escolas em greve representam um prejuízo para a sociedade. Faço um apelo para que o governo olhe as demandas dos professores e que estruture as escolas com psicólogos e assistentes sociais”, defendeu.

Pastor Daniel de Castro (PP) também se colocou à disposição para ajudar nas negociações e evitar a paralisação. “Vamos trabalhar para que não haja greve. O governo precisa atender a categoria dos professores”, disse.

O Governo do Distrito Federal (GDF) aprovou um reajuste de 18% para a categoria em seis parcelas anuais. Enquanto isso, um aumento de 25% foi aprovado para os cargos comissionados do GDF. “O sentimento é de indignação. A categoria está esperando há cinco anos uma proposta desse governo. Os 18% que foram concedidos não resolvem a nossa situação, porque ainda estamos abaixo do piso nacional”, lamenta a diretora do Sinpro, Luciana Custódio.

De março de 2015 a janeiro de 2023, tendo como referência o INPC-IBGE, a inflação acumulada é de 57,5%. Neste período o reajuste obtido pelos profissionais do magistério público do DF foi de 9.5% em média. Com isso, a perda inflacionária imposta a professores e orientadores educacionais é de cerca de 30.5%.

*Com informações de Eder Wen – Agência CLDF

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