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Brasília

Distritais argumentam sobre importância das vacinas

Sobre as 26 mil doses de vacina recebidas hoje pelo GDF, Delmasso considerou “totalmente insuficiente, quase uma gota no oceano”

João Paulo de Brito

03/03/2021 21h00

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde

Nesta quarta-feira (3), os distritais da Câmara Legislativa mais do que defenderem, pediram pela vacinação em massa da população candanga como forma de vencer a pandemia.

O primeiro a tratar do assunto foi o vice-presidente da Casa, deputado Delmasso (Republicanos). O parlamentar prestou solidariedade às famílias que perderam parentes em decorrência do Covid-19 nas últimas semanas, e lamentou que, ontem (2), o Brasil tenha registrado o maior número de mortes desde o início da pandemia. “A solução definitiva para esse problema é a vacinação”, defendeu.

Sobre as 26 mil doses de vacina recebidas hoje pelo GDF, Delmasso considerou “totalmente insuficiente, quase uma gota no oceano”. “Esse número dará para 13 mil pessoas, é menos de 10% da população do Guará, onde moro”, destacou. O parlamentar pediu a abertura de negociações com os laboratórios para comprar imunizantes e “extirpar de vez o novo coronavírus” do DF: “Somos uma unidade federativa pequena, rápida do ponto de vista logístico, e podemos vacinar nossa população muito rapidamente, acabando com crise na saúde e na economia”.

O clamor por mais vacinas também foi feito pela deputada Arlete Sampaio (PT). Ela defendeu medidas de restrição neste momento e a ampliação do número de leitos, mas disse considerar a vacinação essencial para vencer a pandemia. De acordo com a parlamentar, o GDF tem condições de comprar, imediatamente, o imunizante da Oxford, que custa cerca de quatro dólares por dose, segundo informou: “Somos cerca de três milhões de pessoas e temos recursos para vacinar 70% da população”.

O deputado Chico Vigilante (PT) fez um discurso semelhante: “A única solução é a vacinação, e o GDF tem dinheiro para isso”. O distrital aproveitou para criticar a ausência de Ibaneis Rocha na visita de governadores, esta semana, à fábrica que irá produzir a vacina Sputnik V, em Santa Maria.

Já o deputado Fábio Felix (Psol) lamentou as mais de 1,7 mil mortes por Covid-19 registradas, ontem, no País, e creditou a marca ao governo federal, “não só omisso, mas criminoso”. E completou, se dirigindo ao chefe do governo local: “Não podemos ficar a reboque do governo federal em relação ao auxílio emergencial nem em relação às vacinas”.

Por sua vez, o líder do governo na Casa, deputado Hermeto (MDB) – que na sessão de ontem havia creditado ao presidente Jair Bolsonaro a crise na saúde – parabenizou o chefe do Executivo federal pelo anúncio feito nesta tarde, de compra de vacinas da Pfiser e Janssen. “Ontem, fiz uma crítica como eleitor, mas continuo acreditando no governo do presidente Bolsonaro”, afirmou.

Aulas presenciais

Arlete Sampaio e Chico Vigilante comentaram matéria da Reuters tratando de professores e estudantes vitimados pelo novo coronavírus em São Paulo, após a volta das aulas presenciais. “Sigo defendendo o não-retorno presencial, é um absurdo com lockdown decretado”, disse Arlete. A parlamentar defendeu, ainda, que os professores e demais trabalhadores da educação estejam entre os grupos prioritários da vacinação: “Só assim as aulas presenciais poderão retornar”.

Defensora do retorno presencial, observando medidas de segurança, a deputada Júlia Lucy (Novo) argumentou, contudo: “Não é porque é professor que se contaminou na escola. Quais são os maiores núcleo de contaminação, os horários? O governador está mal assessorado na Saúde”.

Lockdown

Nesta quarta, Júlia Lucy reclamou da atitude de colegas com relação ao projeto de decreto legislativo de sua autoria, revogando o decreto do governo que impôs restrições de funcionamento de atividades no DF. “Fizeram uma análise prévia da proposta, o que é competência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)”, afirmou.

A deputada lembrou, ainda, ter sido favorável ao lockdown decretado no ano passado, mas argumentou “despreparo e falta de planejamento”, além de ausência de discussão, por parte do governador ao publicar o último decreto. “O governador extrapolou sua competência. Quero que me apresente os dados dos setores onde as pessoas estão se contaminando”, afirmou.

Em resposta, o deputado Delmasso disse respeitar a opinião de Lucy, mas considerar o PDL inconstitucional. “O STF já declarou ser de competência exclusiva dos governadores e prefeitos decretar medidas de restrição, como o lockdown”, justificou. “Não estou usurpando o papel da CCJ. Quando chegar ao plenário, serei contra”, concluiu.

“Todos nós temos uma responsabilidade muito grande neste momento. Ninguém quer ver o sofrimento dos empresários e comerciantes, mas iremos superar isso. E temos de ter responsabilidade”, acrescentou Hermeto.

Com informações da CLDF

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