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Brasília

Dificuldade maior na pandemia

O estoque de sangue O+ no Hemocentro está em estado crítico. Para doar, tem que agendar

Vítor Mendonça

11/10/2021 17h17

Foto: Vitor Mendonça/Jornal de Brasília

O estoque de sangue O+ na Fundação Hemocentro de Brasília está em estado crítico, de acordo com o portal do órgão. Além dele, está com níveis baixos do tipo sanguíneo B-. Os únicos dois que estão com reserva considerada adequada são os AB+, B+ e A-. Os de tipagem O-, AB- e A+ estão com os estoques pela metade. Aqueles que quiserem ajudar e atendem aos critérios para a doação de sangue, podem agendar a ida à unidade.

Devido à pandemia da covid-19, antes da doação desejada, é necessário fazer um agendamento prévio pelo site www.agenda.df.gov.br para garantir uma vaga e realizar o procedimento. Pela possibilidade de outros interessados quererem o mesmo horário, recomenda-se o agendamento em dois, três ou mais dias de antecedência, para que sejam encontrados horários compatíveis com qualquer cronograma diário. Pode-se marcar a doação entre 7h15 e 17h45, dentro das vagas disponíveis.

No dia agendado, chegar ao Hemocentro pontualmente ajuda no fluxo de doadores no local, mas há tolerância de 15 minutos caso haja algum imprevisto. Cancelar o agendamento também é possível pelo mesmo site, sem a necessidade de explicar o motivo. O uso de máscara é obrigatório em todo o procedimento no dia da doação. No total, todo o processo dura em torno de 1h a 1h30.

A reportagem participou com uma das doações e verificou que os protocolos sanitários seguidos para a prevenção contra o novo coronavírus são seguidos à risca. A partir do que foi experienciado, algumas coisas mudaram e outras permaneceram na mesma dinâmica no atendimento na unidade.

Em primeiro lugar, ao comparecer ao Hemocentro, o doador pega uma senha para a recepção. Lá, com um documento oficial com foto, será feito o cadastro ou a declaração de uma nova doação, com perguntas para aferir se os dados permanecem os mesmos desde a última visita. Todas as contribuições são guardadas, independentemente do ano. É conferido o agendamento e o voluntário segue para a espera de uma checagem rápida para conferir se a pessoa cumpre com os critérios de doação.

Aqueles que decidiram fazer uma doação de última hora e se dirigiram ao local na expectativa de conseguir uma vaga, devem aguardar em uma fila de espera, que dependerá da desistência de um voluntário agendado para andar. Assim, não há garantias de conseguir fazer a contribuição com o tipo sanguíneo sem marcar um horário previamente. Reforça-se, portanto, a necessidade do agendamento.

Nos pontos de triagem para a doação, o voluntário precisa se pesar para conferir o mínimo de 51kg, medir a pressão arterial – a hipertensão é critério de exclusão para a colaboração – e fazer um teste com o sangue para conferir se está anêmico ou não. Se tudo estiver dentro das normalidades de uma pessoa saudável, então o doador é dirigido à etapa de entrevistas, que também servem como triagem para a doação.

Dependendo da quantidade de pessoas no hall de espera para a entrevista, o atendimento pode acontecer em até 15 ou 20 minutos. O atraso ou não de alguns, por motivos diversos, pode achatar ou não o intervalo de tempo até ser chamado. São seis salas de entrevista e as pessoas são chamadas pela senha recebida na recepção após o cadastramento ou atualização dos dados.

Após ser chamado para uma das salas, é necessário que o voluntário seja completamente sincero na entrevista. É um procedimento de segurança para a doação, não uma fiscalização, e, portanto, totalmente profissional, técnico e imparcial. Com a pandemia da covid-19, dentro da sala, a cadeira que ficava de frente à mesa do entrevistador, agora está posicionada em um dos cantos, para garantir o distanciamento. Algumas perguntas foram incluídas, a fim de entender se o colaborador teve contato com a doença pandêmica recentemente.

“O senhor(a) já teve a covid-19?”, é a primeira pergunta. Dependendo da resposta, o entrevistador seguirá com outros questionamentos ou não. Se tomou a vacina, se teve contato com alguém com a covid, se fez viagens recentemente, etc., e outras perguntas já comuns na entrevista. É ressaltado que, após a doação, se a covid-19 se manifestar no voluntário em até 14 dias, é necessário que o doador ligue ao Hemocentro após a constatação da doença e informe a equipe, a fim de que o sangue seja descartado.

Após a entrevista, basta aguardar ser chamado pelo nome para realizar a doação. Em uma das macas disponíveis, o voluntário se acomoda e deixa o braço estendido. Com os equipamentos esterilizados, são retirados entre 420ml e 470ml de sangue de cada doador. O procedimento dura entre 10 a 15 minutos e todas as orientações de cuidados após a coleta são passadas.

Depois de colhido, o sangue é armazenado e dirigido para o estoque do Hemocentro. A pessoa que doou é dirigida até uma cantina para que possa se alimentar após a doação, o que é importante para a reposição de nutrientes e dar vigor após a retirada de tamanha quantidade de sangue. Recomenda-se o repouso e um atestado é entregue para uma possível folga.

Saiba mais

• Para a doação, é necessário ter os seguintes requisitos:
• Ter entre 16 e 69 anos de idade (menor de 18 anos deve apresentar o formulário de autorização e cópia do documento de identidade com foto do pai, mãe ou tutor/guardião. Idosos devem ter realizado pelo menos uma doação de sangue antes dos 61 anos);
• Pesar mais de 51 quilos e ter IMC maior ou igual a 18,5 (descontar o vestuário);
• Dormir pelo menos seis horas, com qualidade, na noite anterior à doação;
• Não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação;
• Não fumar duas horas antes da doação.
• Outras recomendações podem ser encontradas no site do Hemocentro DF na seção “Seja um doador de sangue” e depois em “condições básicas”.

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