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Brasília

Dicas e recomendações para os candidatos que irão fazer o Enem dos Concursos

Aqui estão algumas dicas de como se preparar para a prova, para quem vai disputar a chance de passar em uma das 6.640 vagas de 21 órgãos do governo federal

Amanda Karolyne

07/03/2024 5h00

Foto: Arte/EBC

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) está marcado para o dia 5 de maio, e a maioria das inscrições se concentra no Distrito Federal, com 220.442 candidatos inscritos. Ao todo no país, 2,1 milhões de pessoas se inscreveram para o que está sendo chamado de Enem dos Concursos. Aqui estão algumas dicas de como se preparar para a prova, para quem vai disputar a chance de passar em uma das 6.640 vagas de 21 órgãos do governo federal.

Para Aragonê Fernandes, professor de Direito Constitucional e Juiz de direito do Tribunal da Justiça do Distrito Federal e Territórios, Brasília respira concursos, por isso ele não se surpreende com o número alto de inscrições no DF. E para ele é natural que quem já é servidor busque um cargo melhor. “Do mesmo modo, a pessoa quer ver o filho ou sobrinho seguindo os mesmos passos, pois colheu os benefícios de trabalhar no serviço público, aqui destacando a previsibilidade de poder organizar a vida a partir da certeza de que estará empregado, com condições de fazer frente às necessidades da vida”.

Na hora de estudar, ele indica que o concurseiro precisa ir além da leitura da legislação. Uma recomendação que ele considera ser muito relevante é concentrar os estudos para os eixos temáticos de maior peso. Ele acredita que o treino para a prova discursiva é essencial para quem quer se diferenciar. “Vale a pena investir em algum curso preparatório, pois a experiência dos professores pode encurtar o caminho até a aprovação”.

Ele observa que o número de inscritos ficou bem abaixo do esperado. Entretanto, ele adiciona que isso não significa que o candidato terá uma vida fácil. Segundo ele, a CESGRANRIO, banca organizadora responsável pelas questões do CPNU, exige raciocínio, não sendo suficiente apenas pura decoreba. “O nível das questões costuma ser mediano e não chega ao grau de dificuldade visto em provas da FGV, por exemplo”

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Na foto, Sofia Nogueira. Crédito: Amanda Karolyne

A recomendação dele é que, tanto na preparação, quanto na hora de fazer a prova, o candidato invista mais a atenção naqueles eixos temáticos em que a pontuação é mais elevada para o cargo escolhido. Ele salienta que essa lógica é válida para os concursos de nível superior, nos Blocos de 1 a 7. Já nos cargos do bloco 8, há uma divisão uniforme de 15 questões para cada disciplina. Todas elas precisam ser vistas. Além disso, ao abrir o exame, buscar o tema da prova discursiva, para deixar que o cérebro pense em quais pontos poderiam ser abordados. Ele acrescenta ainda que, além de revisar provas anteriores feitas pela banca, é importante que o estudante recorra a resolver questões de outras bancas, como a FCC, VUNESP e FGV.

Para além do domínio do conhecimento

Marcos Alves, professor da Faep INEQ – Cursos preparatórios para concursos, alega que os candidatos devem ter em mente que fazer concurso não é só ter domínio dos assuntos e temas apontados no edital. “É muito mais do que isso. É saber fazer prova, estar familiarizado com a estrutura das provas e, o mais importante, ter controle sobre a ansiedade”, declara. Portanto, para ele, o ideal é que os estudantes tenham um preparo em três frentes: Conceitual, para saber o conteúdo; Emocional, para ter o controle da ansiedade; e Estrutural, para conhecer a estrutura das provas de concurso.

Ele aponta que um erro muito comum dos candidatos, que ainda não possuem muita experiência em provas de concurso, é estudar tudo que vêem pela frente. Quando o certo a fazer, é se concentrar nos temas e assuntos apontados pelo edital do concurso. “Assim, você pode ter foco na hora de estudar”. Isso reduz muito a ansiedade ao se preparar para as provas.

Para ele, a abordagem recomenda na hora de encarar os cadernos de prova, é primeiro ler o que está sendo solicitado pela questão. “Nunca leia os textos da questão antes de saber o que está sendo solicitado”, alerta. O professor também indica que o candidato não deve passar mais tempo que o necessário em uma questão. “Ou seja, se está em dúvida, passe para a próxima questão e deixe as que você não sabe ou tem muita dúvida para o fim”. Ele reforça que o concurseiro deve tentar garantir as questões que está mais confiante primeiro. “Comece pela matéria que você domina”.

Foco nos estudos

A recém formada em psicologia, Sophia Nogueira, 21 anos, está entre os 220.442 concorrentes do DF. Ela tem se dedicado integralmente aos estudos para o Enem dos concursos. Ela está estudando para o bloco 4 dos auditores fiscais. “É bem concorrido, e não tem concurso há mais de dez anos para esse pessoal”, comentou. Mas ela acrescentou que os psicólogos também ficaram nesse bloco, junto com os médicos. “O primeiro cargo que tem mais vagas é esse de auditor fiscal, com 900 vagas. E eu coloquei como primeira opção”.

Mas ela quer mesmo o cargo de psicóloga no órgão da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Ela já fez outros concursos enquanto cursava psicologia, mas não com a mesma dedicação que está dando ao CPNU. “Foi mais para introduzir, mas não estava estudando especificamente para esses concursos”. Atualmente, essa situação mudou e a rotina de estudos dela está bem intensa. “Eu acordo de manhã e estudo um pouco em casa, fazendo revisão. Depois estudo um eixo específico do bloco”.

Depois do almoço e de encaixar uma ida a academia, Sophia vai para o cursinho para passar a tarde mergulhada nos estudos. “Estudo o resto dos eixos à tarde, e de noite tem aula”. Ela está tendo aulas desde o ano passado, mas conta que como essa é a primeira prova do CPNU, no início as matérias eram mais gerais. “Depois que saiu o edital começamos um outro curso”.

Ela faz o cursinho aos sábados e domingos também. “Nunca tinha visto isso antes, mas o pessoal aqui é bem focado e abre mão de muita coisa”. Ela acredita que para quem trabalha e estuda o ritmo deve ser ainda mais intenso. “Eu abri mão de sair com a família e amigos para estudar. Gosto muito de sair, mas são dois meses até maio e vale a pena abrir mão com esse foco”.

A estudante se sente privilegiada porque conseguiu se formar e poder dar prioridade e tempo ao concurso. “Eu estou curiosa para saber como vai ser a prova, porque nunca teve nada igual com essa integração. Estou bem animada e esperançosa, e consegui criar uma rotina de estudos e seguir”. Ela sabe que a concorrência é bem alta, mas está confiante, ainda mais por ter aprendido a ter disciplina e ver o que funciona para ela na hora de estudar. “Gosto de estudar durante o dia e ter aulas à noite, e também acredito que as plataformas de banco de dados ajudam, assim como as planilhas de revisão e as plataformas de cursos online”.

Mais oportunidade para os concurseiros

Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, o objetivo do CPNU é promover igualdade de oportunidades de acesso aos cargos públicos efetivos, e padronizar os procedimentos na aplicação das provas. Além de aprimorar os métodos de seleção de servidores públicos, priorizando as qualificações necessárias para o desempenho das atividades inerentes ao setor público; e zelar pelo princípio da impessoalidade na seleção dos candidatos em todas as fases e etapas do certame.

No Distrito Federal, a prova do CPNU será aplicada em Brasília. As vagas ofertadas nos oito editais do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) abrangem todos os 26 estados do país, Brasília e cidades do interior dos estados. Os candidatos terão que responder questões objetivas específicas e dissertativas, por área de atuação. No dia 3 de junho será divulgado o resultado das provas objetivas e preliminares das provas discursivas e redações. Já o resultado definitivo será anunciado em 30 de julho. A partir do dia 5 de agosto começa a etapa de convocação para posse e realização de cursos de formação.

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