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Brasília

Dia Mundial de Conscientização do Autismo: transtorno não impede vida social

A condição é caracterizada por dificuldades na comunicação e na interação social e pela presença de padrões de comportamentos repetitivos

Redação Jornal de Brasília

02/04/2024 23h17

No Centro Especializado em Reabilitação (CER) II de Taguatinga, é realizado atendimento multidisciplinar com fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, assistente social, neurologista e neuropediatra | Fotos: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde-DF

Quebrar paradigmas e preconceitos que envolvem o Transtorno de Espectro Autista (TEA). Este é o objetivo do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, lembrado nesta terça-feira (2). A condição é caracterizada por dificuldades na comunicação e na interação social e pela presença de padrões de comportamentos repetitivos. Contudo, se houver o apoio necessário, pessoas com TEA são capazes de ter plena participação nos espaços sociais.

Pesquisa finalizada em 2023 pela Rede de Monitoramento de Deficiências de Autismo e Desenvolvimento (ADDM) do Center for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, aponta que o transtorno foi identificado em cerca de uma a cada 36 crianças.

“O autismo é uma condição neurobiológica permanente. Alguns dos sinais mais clássicos incluem baixo contato visual, seletividade alimentar, agitação psicomotora e baixo contato físico”, explica a fonoaudióloga Bárbara Kimura, que atua no Centro Especializado em Reabilitação (CER) II de Taguatinga, da Secretaria de Saúde (SES-DF). No local, são realizados atendimentos interdisciplinares com diversos profissionais, como fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, assistente social, neurologista e neuropediatra.

O intuito da assistência integral é trabalhar as dificuldades da pessoa com TEA, para que as crianças se desenvolvam e tenham ganhos na vida social. A psicologia, por exemplo, foca na melhoria do comportamento e na compreensão de conceitos. “Atuamos para que as pessoas com TEA sejam mais funcionais, capazes de socializar e interagir no meio a qual estão inseridas, estabelecendo diálogos”, detalha o psicólogo do CER II de Taguatinga, José Jorge Oliveira.

Para Kimura, porém, é fundamental não se apegar a predeterminações sobre o transtorno, já que estas dependem de cada caso e nível de suporte. “Quando trabalhadas com terapias adequadas, atividades físicas e com uma rede de apoio, é possível, dentro das condições, ter ganhos tanto escolares quanto na vida social”, garante.

O último Censo Escolar da Educação Básica (2019), do Ministério da Saúde, aponta que o percentual de alunos de 4 a 17 anos com deficiência intelectual/mental incluídos em classe comum aumentou de 88,4% para 92,8%, de 2015 a 2019. Os sistemas ainda não detalham informações sobre o autismo em particular, porém dados indicam que há cerca de 5,5 mil estudantes diagnosticados com TEA, entre 0 e 20 anos, matriculados na Educação Especial da Rede de Ensino da capital federal.

Avanços

O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da SES-DF, tem trabalhado em diversas frentes para auxiliar o acesso ao cuidado assistencial, com devido acompanhamento e reabilitação das dificuldades decorrentes do TEA.

Entre as ações realizadas, está a publicação da Linha de Cuidado da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (LCTEA) no DF, desenvolvida por um grupo de trabalho ampliado, composto por diversas unidades gerenciais e assistenciais. “O documento serve como um guia orientador voltado aos profissionais de saúde e à população, norteando todo o cuidado em saúde disponibilizado pela SES-DF”, afirma a coordenadora substituta da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência, Aline Couto César.

Em janeiro deste ano, teve início ainda a regulação, que garante o acesso e a prestação de serviços de forma transparente e ética, além de monitorar a oferta e a demanda dos serviços da rede pública.

Atendimento

A identificação precoce auxilia na obtenção de um melhor prognóstico, pois permite que medidas de intervenção adequadas sejam tomadas imediatamente pela equipe multiprofissional. Nos casos de suspeita de TEA, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada. Nelas, a pessoa passa por avaliação e, se identificado o transtorno, é encaminhada para as intervenções necessárias.

Nos serviços de reabilitação é traçado um plano terapêutico para cada paciente, segundo as necessidades dos casos, tendo em vista o espectro de sinais e sintomas. Vale destacar que, independente do diagnóstico, fechado ou não, a criança que apresentar atraso ou desvio de normalidade deve ser direcionada aos serviços de educação ou estimulação precoce.

*Com informações da Agência Brasília

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