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Brasília

Dia Livre de Impostos reúne mais de 500 carros no posto Jarjour

Preço do litro de combustível sem tributos baixou cerca de 26,2% e foi vendido a R$ 3,83, com limite de 20 litros por veículo

Vítor Mendonça

25/05/2023 17h26

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

O Dia Livre de Impostos reuniu mais de 500 motoristas no posto Jarjour, da quadra 206 da Asa Norte, que abasteceram até 20 litros de gasolina pagando R$ 3,83 por litro. A redução de 26,2% no valor do combustível é o valor sem os impostos locais e nacionais comumente cobrados nos abastecimentos. A isenção na data é uma iniciativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Jovem do Brasil para a conscientização a respeito das cargas tributárias brasileiras.

Os primeiros motoristas começaram a chegar antes das 6h para aproveitar o dia sem impostos. Cleberson Ferreira, 39 anos, foi para a fila quilométrica de carros por volta das 6h e só conseguiu abastecer por volta das 8h30. “Fiquei sabendo agora pela manhã e descobri que eram apenas 20 litros por carro, mas vale a pena com certeza. Se desse para colocar mais, eu colocaria”, destacou.

Ele utiliza o carro todos os dias para ir ao trabalho, da Fercal para a Asa Sul, e durante o fim de semana em outros compromissos. “Não tem como não gastar muito”, destacou. Por semana, ele afirma que gasta em torno de R$ 130,00, fechando os gastos mensais com combustível em mais de R$ 500,00.

“Se a gasolina ficasse sempre nesse preço, tanto a gente quanto o governo ganhariam, porque as pessoas rodariam mais na cidade [o que movimentaria a economia local]”, opinou. O sapateiro aprovou a iniciativa, considerando que é boa para mostrar o impacto das tributações sobre os produtos comprados pelos brasileiros atualmente.

Hugo Leite, coordenador geral da CDL Jovem, destaca que a ação no posto é um sucesso todos os anos porque mostra a diferença real do imposto no bolso do consumidor. “Além dessa ação no posto, temos mais de 300 outros lojistas participantes no Distrito Federal, sendo mais de 40 mil no Brasil”, destacou. Pelo site é possível conferir as empresas participantes.

“Nós lembramos que essa não é uma promoção. É uma campanha de conscientização que o nosso parceiro Jarjour também banca para mostrar que o combustível está caro não porque o dono do posto de gasolina quer, mas porque o imposto pesa bastante sobre ele”, destacou.

Ele acredita que os 17 anos de campanha já geraram frutos importantes na mente dos brasileiros quanto à incidência dos tributos no dia a dia. “O consumidor já está mais consciente sobre os impostos que incidem sobre os produtos e serviços que ele consome e nossa esperança é que isso se torne uma reforma tributária. A gente lembra que tem que ser uma reforma justa que beneficie principalmente o consumidor final”, disse.

Para o dono do posto de combustível da 206 Norte, Wonder Jarjour, a iniciativa é importante para mostrar que boa parte da composição do preço da gasolina perpassa pelos tributos locais e nacionais. Conforme destacou, esta é uma marca do posto na Asa Norte há 10 anos consecutivos. “Nossos clientes nos cobram todo ano, perguntando quando terá o Dia sem Impostos”, contou.

Ele explica que não se trata de uma promoção, mas uma campanha de conscientização. “Queremos mostrar para a população o quanto se paga de imposto e o quanto poderia ser mais em conta, ou pelo menos melhores aproveitados, com mais segurança pública, melhores escolas, então tudo isso vem dos nossos impostos. Se pagamos tanto, por que não ter um retorno melhor?”, questionou.

“A fama negativa é do posto sempre quando a gasolina aumenta, mas não veem toda a composição do preço. Hoje tiramos 26% apenas de impostos diretos. Há ainda os impostos indiretos, frete, transportadores e distribuidores, lucro de muitas composições antes da gente. As pessoas ficam muito felizes de pagar menos”, explicou.

Nesta data, o posto de gasolina é quem arca com os custos dos impostos diretos, como forma de patrocínio para a campanha da CDL Jovem. “Temos um certo prejuízo, mas é uma campanha que vale muito a pena para conscientizar e agradar o nosso cliente. Somos o único posto que faz [a ação] em Brasília. É uma conta cara que temos que pagar depois”, acrescentou.

Quem também aproveitou o Dia sem Impostos foi Ângela Maria Cabral, de 63 anos. A aposentada chegou no local por volta das 6h30 para aproveitar o preço mais baixo da gasolina no posto Jarjour. “Isso mostra que a gente paga muito imposto. Se colocar na ponta do lápis, qualquer coisa que a gente compra tem uma carga tributária muito alta”, disse. “Está tudo muito alto”, criticou.

Quanto à qualidade de vida, ela percebe que os serviços públicos poderiam estar melhores em comparação ao que é pago pelo contribuinte nos consumos diários. Perceber a redução no preço do combustível ajuda a explicar porque outros produtos e serviços estão tão caros. “Tudo é baseado na gasolina. Se a gente vai no mercado, o aumento do arroz e do feijão é em por conta do combustível”, comentou.

“Não estamos vendo quase nenhum retorno. A saúde pública está uma calamidade, as escolas públicas também. As coisas estão muito difíceis”, finalizou. O tanque de combustível estava na metade, mas ela decidiu colocar os 20 litros que foram disponibilizados aos clientes do posto para aproveitar o preço menor.

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