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Brasília

Dia dos Namorados promete aquecer o comércio da capital

Após dois anos de pandemia, bares, restaurantes e lojas esperam alta nas vendas

Mayra Dias

05/06/2022 18h32

FOTO: AGATHA CASTRO (ARQUIVO PESSOAL)

Ah, o amor! seja comendo uma comida diferente ou presenteando quem se ama, o dia 12 de junho é sempre muito celebrado. No entanto, não são só os casais que comemoram a chegada da data. Bares, restaurantes e alguns setores do comércio também são beneficiados com um aumento do lucro advindos dos presentes e dos jantares românticos. 

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista),  as vendas para o Dia dos Namorados no comércio da capital devem crescer até 18% contra 6% do ano passado nesta mesma data. De acordo com a organização, a diferença é atribuída aos efeitos da pandemia em 2021. “Agora em, 2022, lojistas e consumidores mostram-se mais motivados para a data, a terceira melhor em termos de vendas, atrás do Natal e do Dia das Mães”, afirma o presidente do sindicato, Sebastião Abritta. 

Animada com as vendas, Júlia Rafaela, dona de uma loja de alimentos em Planaltina DF, conta que, assim como toda data comemorativa, o dia dos namorados aumenta o seu rendimento, visto que muitas pessoas procuram comidas diferentes para serem dadas de presente. “Os campeões de venda, com certeza, são os vinhos e chocolates. Não há nada que combine mais com dia dos namorados do que esses produtos, é a data que mais tem saída deles”, compartilha a empresária. 

Ainda de acordo com o Sindivarejista, o gasto médio deve passar de R$ 97 para R$ 145 do ano passado para este, e os cartões de crédito responderão por 57% das vendas do comércio. Diante disso, as expectativas de Júlia estão altas. “Antes mesmo de chegar próximo a semana do dia 12, já consegui vender vários produtos que foram feitos especialmente para essa data”, diz a autônoma, se referindo aos kits românticos de bebidas e chocolates que preparou para a data.   “Está acontecendo como planejei, então as expectativas estão a mil e são as melhores possíveis, estou confiante que vamos ter um ótimo retorno”, completa Júlia Rafaela. 

Compartilhando do mesmo sentimento, está Agatha Castro, dona de uma loja de roupas e acessórios também em Planaltina DF. Conforme traz o levantamento do Sindicato do Comércio Varejista, roupas, calçados e perfumes serão os presentes mais procurados, seguido das flores. “Nesta data, vendemos produtos específicos como combos de blusas para namorados e alguns outros produtos com preço mais acessível, para presente”, pontua a empresária. Depois de um momento desafiador como a pandemia, onde poucas pessoas saíram para procurar presentes e o comércio estava fechado, os preparativos da loja serão especiais. “Fizemos ensaios fotográficos de casal, lançamos um sorteio e estamos trabalhando em campanhas pautadas no amor, seja ele próprio ou para com o outro”, revela Agatha. 

Amor a luz de velas 

Mas não será só o comércio que sentirá os efeitos positivos da data comemorativa. Comemorar o dia dos namorados num local especial ou diferente é tradição não só no Brasil, mas no mundo todo. O dia dos namorados é um dos eventos mais importantes para o setor de alimentação fora do lar, seguido do Dia das Mães. 

Por essa razão, e devido aos dois anos de isolamento social, que impactou significativamente esta atividade, os empresários do ramo no país, de acordo com a  Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), estão otimistas e esperam um aumento médio de 50% em relação ao ano passado. No DF, tal situação não é diferente. O restaurante e temakeria Maki San, por exemplo, instalado no Sudoeste, bairro nobre da capital, tem se preparado para a data. “Vamos fazer uma promoção na Semana dos Namorados em que, ao pedir um combo com barca de 50 peças, o cliente ganha duas taças de vinho branco”, conta Jael Antônio da Silva, proprietário da casa. 

Assim como ele, Matteo Gianfranco, proprietário do restaurante italiano Pepe Nero, em Planaltina DF, também está ansioso para a noite do dia 12. De acordo com ele, vários casais optam por jantares nessa data “e quem não gosta de uma boa massa?”, argumenta o chef. “Investimos, neste dia, em uma decoração intimista e romântica, além de uma playlist bem aconchegante”, completou. Nos dois últimos anos, ele conta que o retorno não foi tão significativo quanto costumava ser, mas agora, com o contexto voltando ao normal, ele acredita que voltará a ter sucesso nesse tipo de data. “Espero ver a casa lotada”, afirma, esperançoso. 

Por mais que os restaurantes de comidas especiais lotem, há quem não abra mão do bom e velho hambúrguer. Prova disso é Aquiles Monteiro, de 29 anos. Ele é sócio de uma hamburgueria artesanal com sede em Planaltina, Asa Norte, Formosa e Sobradinho, e conta que, no Dia dos Namorados, há um aumento de 20% na média se for final de semana, e 30 a 40% se for meio de semana. “Esperamos que, por ser em um domingo, várias pessoas optem pelo prático, gostoso e rápido, como é o caso do sanduíche”, compartilha o gestor. Para isso, ele revela estar se dedicando bastante às campanhas de marketing nas redes sociais.

Conforme salienta Jael Silva, presidente do Sindicato patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhobar), 30% dos microempreendedores e pequenos empresários estão endividados e, com mais da metade da população vacinada, este é o momento de recuperar o tempo (e lucro) perdido. “Agora as pessoas estão mais à vontade para sair e confraternizar. Teremos essa data como um marco do retorno de grandes movimentos nos estabelecimentos desse setor”, declara o titular. 

De acordo com o FBHA, no Brasil, o setor de bares e restaurantes foi um dos mais atingidos pela pandemia. Cerca de 335 mil bares e restaurantes encerraram as atividades em definitivo no país até o final do ano passado.As restrições sanitárias foram severas e necessárias foram respeitadas. Então, após dois anos de pandemia, que impactaram em cheio esta atividade, os empresários do ramo no país estão otimistas este ano”, esclarece Alexandre Sampaio.

O presidente da entidade, Alexandre Sampaio, explica que o brasileiro está ávido por viver experiências que, nos últimos anos, ficaram reprimidas. “Temos certeza de que os bares e restaurantes estão preparados para atender esta demanda que promete equilibrar um pouco as contas, que sofreram tanto no período do auge da crise”, aponta.

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