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Brasília

Dia da visibilidade trans: libertação de ser quem realmente é

Dar a um indivíduo o direito de escolher o nome pelo qual ela se identifica, é uma forma de validação da existência daquela pessoa

Redação Jornal de Brasília

29/01/2021 6h05

Mayra Dias
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O nome é uma das formas utilizadas para identificar alguém. “Geralmente, quando nascemos, esses nomes são escolhidos através do estereótipo de gênero, então se nasce um menino, ele recebe um nome masculino, uma menina recebe um feminino”, atesta Tatiana Lopes, psicóloga especialista em sexualidade.

Conforme desenvolve a especialista, dar a um indivíduo o direito de escolher o nome pelo qual ela se identifica, é uma forma de validação da existência daquela pessoa. “É como se ele pudesse ser e estar naquela comunidade e ser reconhecido pelo que se identifica. Isso traz autonomia, poder ser o que realmente é, e não o que foi imaginado para ele”, argumenta a psicóloga.

Outro brasiliense que escolheu ser chamado de outra forma é a jovem Yuki Shimura, de 24 anos. Ela diz ter começado a usar o nome social há mais ou menos 1 ano, e que foi muito mais fácil a adaptação no seu ambiente de trabalho do que no familiar. “O processo foi bem tranquilo, visto que eu estava trabalhando em um local onde as pessoas estavam bastante preocupadas com o conforto de minorias.

No entanto, dentro da família ainda há uma certa resistência”, destaca. Para Yuki, a alteração do nome está além do significado social, e representa um marco na sua vida. “Existe um valor simbólico muito forte no ato de você abandonar um nome e passar a atender por outro”, completa.

Na avaliação de Tatiana, a negação, por parte de terceiros, da utilização do nome social de alguém, pode trazer inúmeros danos psicológicos para essa pessoa, sem levar em consideração os constrangimentos.

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Para a presidente da Rede Trans Brasil, Tathiane, negar chamar uma pessoa trans da forma que ela se identifica é um passo para desumanização e exclusão da comunidade na sociedade. “O nome é a forma que nos apresentamos. Negar nos chamar como queremos, é o primeiro convite ao afastamento social da nossa população”, lamenta. O advogado Christian Oncken diz que negar o nome corresponde a uma forma de violência. “É de suma importância que o cidadão seja tratado do jeito que deseja”, reconhece.

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