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Brasília

Deputados criticam gestão da Saúde em sessão da CLDF

Arlete Sampaio trouxe o tema ao plenário e afirmou que o GDF pretende criar a Agência de Saúde de Brasília sem ouvir setores impactados

Marcus Eduardo Pereira

11/08/2021 19h14

A sessão ordinária da Câmara Legislativa (CLDF) desta quarta-feira (11) teve diversas críticas e denúncias contra a gestão da Saúde no Distrito Federal. A deputada Arlete Sampaio (PT) relatou que servidores de um Centro de Atenção Psicossocial denunciam a falta de insumos e até mesmo de papel higiênico, enquanto o Hospital do Gama corre o risco de ser fechado. “Com essas faltas tão primárias, essa Câmara vota R$ 107 milhões para o Iges (Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal) e o resto da rede numa penúria absoluta”, criticou.

De acordo com a parlamentar, o Governo do DF pretende criar a Agência de Saúde de Brasília sem ouvir os setores que serão impactados, criando uma “insatisfação muito grande por parte dos servidores”. Arlete Sampaio sugeriu ao secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, ouvir todos os segmentos antes de enviar a proposta para a CLDF. “Porque senão nós é que precisaremos fazer as audiências públicas com os diversos segmentos antes de votar o projeto”, afirmou.

Leandro Grass também criticou a falta de estrutura, como a disputa por ventiladores entre hospitais. Também ressaltou a cobrança da OAB e do Sindicato dos Médicos pela suspensão das atividades no Hospital Regional do Gama: “Parece um hospital de guerra. Estivemos lá em diversos momentos e nada praticamente mudou”. Diante desse quadro, ele manifestou apoio aos servidores por “conseguirem tirar leite de pedra”.

O deputado afirmou ainda que nesta terça o Hospital de Taguatinga não tinha ponto de oxigênio, ventilação mecânica e monitor. Havia 96 pacientes no pronto-socorro com capacidade para 68. A mesma situação foi encontrada no Hospital de Ceilândia, que, segundo ele, estava encaminhando os pacientes porque o pronto-socorro tinha 44 pessoas para uma lotação de 20. “A gente poderia citar praticamente todas as unidades de saúde do DF com problemas gravíssimos. A causa disso é incompetência e corrupção”, afirmou Leandro Grass.

o Hospital de Taguatinga não tinha ponto de oxigênio, ventilação mecânica e monitor. Havia 96 pacientes no pronto-socorro com capacidade para 68. A mesma situação foi encontrada no Hospital de Ceilândia, que, segundo ele, estava encaminhando os pacientes porque o pronto-socorro tinha 44 pessoas para uma lotação de 20. “A gente poderia citar praticamente todas as unidades de saúde do DF com problemas gravíssimos. A causa disso é incompetência e corrupção”, afirmou Leandro Grass.

Chico Vigilante (PT) frisou a importância de todos os deputados participarem da Comissão Geral que a CLDF realizará nesta quinta-feira (12) para debater a situação Iges-DF, com a presença dos seus dirigentes. “Nós precisamos passar o Iges e a Saúde do DF a limpo”, reforçou. Ainda criticando o Instituto, ele relatou que um paciente, internado no Hospital de Base (gerido pelo Iges), quebrou o braço há mais de uma semana e ainda não conseguiu fazer a cirurgia. Vigilante sugeriu o modelo adotado pelo Maranhão e pela Bahia, com a criação de empresa pública para a gestão da Saúde. “Ibaneis deveria fazer o mesmo, para a população ter atendimento digno de pagadores de impostos que nós somos”.

Para Júlia Lucy (Novo), o Iges-DF é um “sistema público perigoso”, cuja autonomia “não foi utilizada para o bem”, e não se comunica com a rede. “O Iges é um desastre, não sabemos o tamanho da sua dívida, a gente só sabe que ele não consegue comprar insumos porque o mercado não confia nele”. Ainda sobre a Saúde, a deputada afirmou que não existe planejamento familiar no DF. “O homem que quiser fazer vasectomia não consegue. A mulher que quiser fazer laqueadura não consegue. A adolescente que quiser ter acesso ao implante não consegue. E a gente sabe as consequências disso”.

Segundo a distrital, a pandemia está controlada e é preciso rever alguns protocolos, como o que impede a realização de competições coletivas em escolas e as restrições a bares e restaurantes. Ela parabenizou o Governo do DF pela inauguração da Unidade Básica de Saúde Paranoá Parque, mas cobrou a formação das seis equipes completas da Unidade. “Não adianta nada ter o espaço físico e não ter os profissionais”, ressaltou. Júlia Lucy disse que garantiu R$ 3 milhões em emenda parlamentar para a unidade e havia destinado R$ 1,2 milhão para a UBS do Mangueiral.

Sobre a volta às aulas presenciais, o deputado João Cardoso (Avante) afirmou que houve “uma organização e disciplina fora do normal” por parte dos profissionais, frisando que eles “realmente se prepararam”. Também destacou que foram realizadas melhorias nas estruturas das escolas para receber adequadamente os alunos. O distrital, no entanto, cobrou agilidade na vacinação dos educadores sociais voluntários, frisando que eles “são hoje uma peça fundamental na educação pública do DF”.

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