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Brasília

Comerciantes do DF preveem queda nas vendas para o Dia dos Pais

Arquivo Geral

12/08/2016 7h00

Atualizada 11/08/2016 22h36

Myke Sena

João Paulo Mariano
Especial para o Jornal de Brasília

A quarta data mais importante para o comércio, o Dia dos Pais, deve ser mais pobrezinha este ano. Para o comércio a previsão não é nada animadora: 64,7% dos empresários entrevistados pela Fecomércio declararam não esperam muito da data. A expectativa é de uma queda de 2,40% nas vendas. Apenas 35,3% deles, acreditam que que vão lucrar mais que em 2015.

O presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, explica que esse sentimento do comerciante se baseia no clima ruim em que se encontra a economia. Segundo a Federação, desde dezembro de 2014 os dados de vendas são negativos. O presidente até diz que houve uma melhora da confiança do empresariado em relação a economia, mas não foi o suficiente. Com esperança, Adelmir Santana afirma que o segundo semestre sempre é melhor que o primeiro devido às datas comemorativas.

Com essa perspectiva pessimista, só 12,3% dos entrevistados declararam que devem ampliar seus estoques. Para a contratação temporária, o índice é ainda pior: 3,3%. Com tanta baixa, o jeito vai ser investir em promoção. Cerca de 81,4% dos comerciantes farão estratégias específicas para o Dia dos Pais com contração em alavancar as vendas.

Se a economia não vai bem, o bolso dos filhos diminui, assim o presente dos pais também fica bem menor.

A pesquisa da Fecomércio informa que o preço médio do agrado será de R$ 98,74. Esse valor é inferior que o estimado para o ano passado – R$ 100,18. Os segimentos mais pessimistas são o de venda de material esportivo (-10,61%), relojoaria, joalheria e ótica (-5,84%) e perfumarias (-5,67%). os que esperam crescimento são: chocolatarias (2,33%), restaurantes (1,92%) e calçados e acessórios (1,33%).

Saiba mais

O protético Florisval Coimbra, 53, fala com orgulho de ser pai de três filhas – a mais velha com 22, uma de 20 e outra de dez. Já sabe que, se receber presente, será só “uma lembrancinha” porque não vai sair nem do bolso dele, nem do das filhas. Quando perguntada o que o pai vai ganhar, a primogênita Mariana, não desconversa: “Não vai ter presente. Ele deu azar: eu recebo salário depois”.

O padeiro Luiz Neto, 43, está conformado de não ganhar lembrança. Ele diz que, devido à crise, não deve receber nada. “O bolso está pequeno. Não está fácil”, relata o pai de dois filhos – um de sete e outro de 13, que já garantiu que a injustiça de ocorrer á desta vez. O jeito vai ser pensar como Florisval: “Para mim, qualquer coisa está valendo. O importante é estar junto”.

Melhora virá ainda este ano, avisa ministro

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou ontem, no Rio, que a expectativa do governo é de que o Produto Interno Bruno brasileiro tenha neste ano queda inferior à de 3,3% prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em julho, o Fundo melhorou pela primeira vez desde o início deste ano sua estimativa em relação à economia brasileira. Em abril, a previsão da entidade era de queda de 3,8%.

Para o ministro, a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, será fundamental para a retomada da economia brasileira. “Com a confirmação do governo como definitivo, tenho certeza que economia vai reagir de forma positiva, porque o momento causa, minimamente, desconforto nos investidores, especialmente os internacionais”, afirmou Pereira, que classificou a crise brasileira de “crise baseada na queda de confiança”.

De acordo com o ministro, a recessão econômica decorreu de uma “política equivocada do governo afastado”. Pereira afirmou que a gestão Dilma Rousseff tomou decisões equivocadas no âmbito econômico e internacional.

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