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Brasília

Coletivo “Não é Não” faz financiamento coletivo para o Carnaval no DF

A campanha consiste na distribuição de tatuagens temporárias contra o assédio

Redação Jornal de Brasília

02/01/2020 20h18

Não é Não

Pelo segundo ano consecutivo, o coletivo feminista “Não é Não” realiza financiamento coletivo para trazer a Brasília campanha contra o assédio no Carnaval. A principal ação do coletivo consiste na distribuição gratuita de tatuagens temporárias com os dizeres “Não é Não”. Em 2019, foram distribuídas quase quatro mil tatuagens pelos blocos da capital. Para 2020, a meta é ultrapassar este número, ampliando o alcance da campanha.

Por meio da plataforma Benfeitoria, os apoiadores podem contribuir com qualquer valor e escolher entre as diversas recompensas disponíveis, todas produzidas por fornecedoras locais, como: camisetas, acessórios, serviços e produtos ecológicos. O financiamento coletivo vai até o dia 16 de janeiro. Há uma meta de valor a ser arrecadado e, caso não seja atingida, a campanha não acontece no Carnaval do DF.

O assédio sexual em espaços públicos é comum o ano inteiro, mas é intensificado durante o carnaval, principalmente pela falsa sensação de que “tudo é permitido”. A mensagem Não é Não! é simples, objetiva e direta, mas ainda muito necessária. “Essa nunca foi uma frase solta. É uma forma de combater o assédio e criar uma rede de proteção e identificação entre as mulheres”, explica Mariana Venturim, uma das embaixadoras da campanha no DF.

Assédio agora é crime

O Carnaval de 2020 será o segundo após a sanção da Lei Federal nº 13.718/2018, que tipifica como crime a importunação sexual. Pela lei, são consideradas assédio atitudes libidinosas sem consentimento como: puxão no braço, beijo forçado, xingamentos, toques íntimos, entre outros. A pena pode variar entre um a cinco anos de detenção.

Coletivo Feminista Não é Não!

Criada em janeiro de 2017 pelo grupo de amigas Barbara Menchise, Aisha Jacob, Julia Parucker, Nandi Barbosa e Luka Borges, o movimento teve início após um episódio de assédio sofrido por uma delas em um ensaio de bloco de carnaval. Naquele ano foram mobilizadas 40 mulheres que se uniram na arrecadação de R$ 2.784 reais em apenas 48 horas, que foram usados para a confecção de quatro mil tatuagens, distribuídas gratuitamente pelas ruas da cidade para mulheres. Em seu segundo ano, o movimento extrapolou os limites do Rio de Janeiro e chegou a mais quatro estados como Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Bahia, tamanha a adesão das foliãs. Hoje o grupo conta com embaixadoras em 16 estados brasileiros e segue crescendo, espalhando a mensagem contra o assédio pelos quatro cantos do país.

Para contribuir, basta acessar o link: https://benfeitoria.com/naoenaodf

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